Aos 86 anos, morre padre Mário, criador de 16 comunidades e do Cimi

foto: divulgação
foto: divulgação

Michel Faustino, Campo Grande News

Morreu, na manhã desta segunda-feira (18), o padre salesiano Mário Panziera, que estava internado há cerca de duas semanas no Hospital da Unimed (antigo Miguel Couto), na Capital. De acordo com o laudo médico, a causa da morte foi  falência múltipla dos órgãos. Ele foi um dos fundadores do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), pároco da São José e ajudou a criar 16 novas comunidades católicas na Capital.

O corpo está sendo velado na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, localizada na Avenida Manoel Ferreira, 171, Bairro Santo Antônio, onde atuou por 13 anos como pároco, e será celebrada a missa de corpo presente, marcada para às 7h30 desta terça-feira (19), com a presença do inspetor da Missão Salesiana de Mato Grosso, padre Gildásio Mendes dos Santos, e do bispo auxiliar da Arquidiocese de Campo Grande, Dom Eduardo Pinheiro da Silva.O sepultamento está previsto para as 10h, no Cemitério Santo Antônio.

O funcionário público, Francisco José da Silva, 36 anos, que atua como cooperador salesiano, diz que a comunidade salesiana de Campo Grande recebeu a noticia do falecimento do padre Mário com muito pesar. Segundo ele, padre Mário ganhou a simpatia e o respeito de todos durante os anos que se dedicou como pároco da Igreja São José. “Infelizmente é uma perda muito grande para a comunidade salesiana, mas vamos lembrar sempre das coisas positivas que Mário nos passou”, disse. (mais…)

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Grupo ocupa Incra de Araguaína (TO) para pressionar pelo cumprimento de acordos por parte do Instituto

Famílias ocupam sede do Incra em Araguaína (Foto: Divulgação/Comissão Pastoral da Terra)
Famílias ocupam sede do Incra em Araguaína (Foto: Divulgação/Comissão Pastoral da Terra)

CPT – Trabalhadores e trabalhadoras rurais, e quilombolas unidos na Articulação Camponesa do Tocantins ocuparam na manhã de hoje, 18 de agosto, a sede do Incra de Araguaína (TO). O grupo diz que não tem prazo para deixar o local. A ocupação tem o objetivo de cobrar as promessas pactuadas e não cumpridas pelo Incra em audiências públicas desde o ano de 2011 até os dias de hoje. Veja documento da Articulação sobre a ocupação:

Nota de esclarecimento da Articulação Camponesa à sociedade tocantinense: Por que ocupamos o Incra?

Nós, famílias camponesas e remanescentes de quilombo, unidos na Articulação Camponesa que representa comunidades de Araguaína, Augustinópolis, Babaçulândia, Bandeirantes, Barra do Ouro, Campos Lindos, Goiatins e Palmeirante, queremos tornar pública a nossa indignação e descontentamento com a inoperância e omissão dos órgãos de âmbito federal (Incra e Programa Terra Legal) e estadual (Itertins). (mais…)

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Moradores de Piquiá discutem processo de reassentamento com Vale S.A e poder público

Foto reproduzida do site Rede Justiça nos Trilhos
Foto reproduzida do site Rede Justiça nos Trilhos

Rede Justiça nos Trilhos

Nessa quinta-feira (14), na sede das Promotorias de Açailândia, aconteceu uma reunião para tratar do reassentamento da comunidade de Piquiá de Baixo. A reunião foi convocada pela Segunda Promotoria de Justiça de Açailândia, representada pela Drª. Glauce Malheiros e pela Associação Comunitária dos Moradores de Piquiá. O objetivo foi estabelecer uma parceria entre a Associação dos Moradores de Piquiá, instâncias governamentais e a empresa Vale S.A, firmando responsabilidades a cumprir na conclusão do reassentamento dos moradores de Piquiá de Baixo.

Estavam presentes os representantes da Defensora Pública do Estado do Maranhão, da Regional de Açailândia, o Procurador Geral do Município de Açailândia, a Fundação Vale, a Vale S/A, a Secretaria de Direitos Humanos do Estado do Maranhão e a Associação Comunitária dos Moradores de Piquiá.

De acordo com a Associação de Moradores do bairro, a empresa Vale ainda não tinha firmado nenhum acordo com a comunidade para garantir indenização pelos impactos causados. A empresa tem a concessão da Estrada de Ferro Carajás, que passa pelo bairro. (mais…)

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MP-RJ pede indenização para vítimas de tortura em operação policial na Rocinha

Flavia Villela – Repórter da Agência Brasil

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) pediu à Justiça que o governo estadual indenize nove pessoas, vítimas de tortura na Rocinha, comunidade da zona sul da capital fluminense. A ação civil pública por ato de improbidade administrativa pede ainda a perda da função pública dos 31 policiais acusados das violações, bem como a suspensão dos direitos políticos deles por cinco anos e pagamento de multa civil de valor a ser fixado. Destes policiais, 13 já estão presos pelo envolvimento na tortura, morte e desaparecimento do corpo do assistente de pedreiro Amarildo.

Na ação, a promotora Gláucia Santana pede indenização de, no mínimo, R$ 50 mil reais por cada uma das vítimas, além de um depósito de R$ 450 mil, a título de dano moral difuso.

As torturas ocorreram, segundo o MP, entre abril e setembro do ano passado, durante a Operação Paz Armada, feita pela Polícia Civil e a Polícia Militar para prender traficantes e apreender armas e drogas. A UPP da Rocinha era então comandada pelo major Edson dos Santos, que está preso, acusado de ser o mandante da morte do assistente de pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido desde julho do ano passado.

A ação é fruto de um inquérito aberto em setembro passado para apurar atos de  improbidade administrativa praticados por policiais militares lotados na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, especialmente as violações de direitos humanos contra moradores. (mais…)

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Movimento Negro discute reorganização política em Congresso da entidade na Bahia

Bloco Afro Ilê Aiyê fez apresentação de saudação aos congressistas na abertura do evento no Pelourinho
Bloco Afro Ilê Aiyê fez apresentação de saudação aos congressistas na abertura do evento no Pelourinho

Atividade reuniu mais de 150 lideranças de 15 estados

Cerca de 150 membros do Movimento Negro Unificado (MNU) participaram entre sexta-feira e domingo (15 a 17 de agosto), em Salvador-BA, do 17° Congresso Nacional da entidade. O objetivo da atividade foi promover o debate sobre a reorganização política de combate ao racismo do MNU.

De acordo com as lideranças do movimento, o Congresso buscou retomar as estratégias de luta, de enfrentamento ao racismo e a construção de um projeto político a partir do povo negro. “As novas formas como o racismo se manifesta torna necessária uma reorganização de estratégias que o enfrente em todos os espaços e nas configurações em que ele se manifesta na área urbana e na área rural”, afirmou a coordenadora estadual do MNU em Minas Gerais, Angela Gomes, que é integrante do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial por notório saber. (mais…)

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TO – Quilombolas de Campo Alegre, em Paranã, são ameaçados por homens armados

Remanescentes quilombolas Calunga foram expulsos das terras onde vivem há mais de um século (Foto: Arquivo pessoa)
Remanescentes quilombolas Calunga foram expulsos das terras onde vivem há mais de um século (Foto: Arquivo pessoa)

Por Nayara Rodrigues, Conexão Tocantins

Famílias remanescentes dos quilombolas Calunga que residem na Fazenda Santana, região de Campo Alegre, em Paranã do Tocantins, estão enfrentando ameaças de homens armados nos últimos dias. O delegado de conflitos agrários do Estado, Ricardo Moreira de Toledo Sales, afirmou ao Conexão Tocantins na manhã desta segunda-feira, 18, que os remanescentes ganharam o direito a propriedade daquela terra pelo Governo Federal e que fazendeiros estão em pé-de-guerra para manterem posse das terras.

Segundo o delegado, o conflito iniciou por volta do dia 13 deste mês e o maior problema é que o Incra do Tocantins não demarcou a área, deixando os fazendeiros na região achando que serão desapropriados aleatoriamente, acarretando em ameaças a comunidade. “Isso faz com que para tentarem se manter na posse, (os fazendeiros) armem pessoas para tentar espantar o povo da região”, afirmou o delegado. (mais…)

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Ele não chorou sozinho

Foto reproduzida do Blog Andeira
Foto reproduzida do Blog Andeira

Por Andreia Costa

Outro dia, durante uma vigília noturna no Esperança, estava eu sentada numa roda, ao lado de uma fogueira, enquanto observava os helicópteros da polícia sobrevoar a região, tentando enxergar no escuro uma possível movimentação vinda do Vitória ou do Rosa.

Um sobressalto a cada foguete, ficava de pé cada vez que a ronda dos apoiadores se aproximava para saber as notícias. Recebia as informações e sentava novamente. Dava um sorriso aos colegas e dizia, até agora – tudo bem e vai continuar assim.

Fui então que um morador vendo a minha aflição, que era a mesma de todos ali, me fez uma série de perguntas: (mais…)

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O “Manifesto Antropófago”, de Oswald de Andrade, e seu papel crucial

Banquete antropofágico. Imagem: Jean de Léry
Banquete antropofágico. Imagem: Jean de Léry

Documento de Oswald evoca comunismo, revolução e psicanálise, mas os enxerga em perspectiva radicalmente descolonizada e não-cristã

Introdução de  Theotônio de Paiva, editor da seção especial “Oswald 60?, em Outras Palavras

Ei-lo, caraíbas, que surge esfomeado: o antropófago.

Como observa Benedito Nunes, no excelente ensaio, “Antropofagia ao alcance de todos”, o Manifesto da Poesia Pau-Brasil “inaugurou o primitivismo nativo”(1), ao passo que, no Manifesto Antropófago, esse outro documento básico do nosso modernismo(ii), já se introduz uma “apreciação da realidade sociocultural brasileira”.(iii)

Assim, temos um estilo telegráfico, semelhante ao anterior, com os seus aforismos. Estes vêm misturados “numa só torrente de imagens e conceitos”.No texto, podemos acompanhar a “provocação polêmica”, em diálogo com a “proposição teórica, a piada às idéias, a irreverência à intuição histórica, o gracejo à intuição filosófica”.(iv)

E exatamente, nesse manifesto, escrito em maio de 1928, Oswald de Andrade lança a palavra “antropofagia”, provocando a sensibilidade do leitor com uma experiência decisivamente tabu em nossa cultura. (mais…)

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Nicolau Sevcenko, desgarrado e genial

Nicolau Sevcenko na Universidade Harvard, em 2010 Foto: Divulgação - Stephanie Mitchell - Universidade Harvard
Nicolau Sevcenko na Universidade Harvard, em 2010 (Foto: Divulgação – Stephanie Mitchell – Universidade Harvard)

Em entrevista autobiográfica, historiador falecido quarta-feira relaciona sua obra, dedicada à resistência cultural dos excluídos, a sua origem, periférica e incerta

Por Alvaro Katsuaki Kanasiro e Luis Felipe Kojima Hirano, no PontoUrbe

Nicolau Sevcenko é professor titular do Departamento de História da Universidade de São Paulo e professor de História Cultural e Literatura Brasileira na Universidade de Harvard. Filho de imigrantes russos, o historiador cresceu no bairro operário da Vila Prudente, de concentração eslava. Nos trajetos urbanos que desde cedo teve de fazer entre casa, trabalho e estudos, construiu uma relação visceral e um ponto de vista descentrado sobre a capital paulista, como nos conta na entrevista. É essa perspectiva, entre outras visadas sobre a cidade e os processos históricos, que Nicolau Sevcenko exprime  em seus livros, Literatura como Missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira República (1983); A revolta da vacina (1983); Orfeu extático na metrópole: São Paulo nos frementes anos 20 (1992) e A corrida para o séc. XXI: no loop da montanha-russa (2001).

A entrevista deu continuidade à conferência A Rede e o Labirinto: experiências da imaginação refratária na cultura dos anos 1950 e 1960, organizada pelo NAU e pelo Departamento de Sociologia em novembro de 2011. A conversa fiou-se por vários temas que a palestra e seus livros abordam com maestria, como tecnologia, urbanização, cultura e arte trazendo um diálogo seminal entre as ciências humanas e vários insights às etnografias que se debruçam sobre a metrópole. Convidamos o leitor a apreciar esse encontro. (mais…)

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