Organizações e movimentos sociais do campo e da cidade realizam nesta terça (12) e quarta-feira (13) mobilizações em oito rodovias do Paraná.
O objetivo principal é reivindicar ações concretas do poder público, chamando atenção da sociedade civil da importância de políticas estruturantes de consolidação e fortalecimento da agricultura familiar e camponesa, a Reforma Agrária e a agroecologia.
Já foram feitas mobilizações nas cidades de Marmeleiro (BR 181), em Cascavel (BR 277), Pitanga, Candói, Mauã da Serra (BR 376) e Curitiba, no Contorno Sul (BR 116).
A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2014 como o “Ano Internacional da Agricultura Familiar”, e reconheceu a contribuição da Agricultura Familiar e Camponesa para a segurança alimentar, nutricional e para erradicação da pobreza no mundo. Somente no Brasil, o setor é responsável pela produção de 70% dos alimentos consumidos pela população.
No entanto, há muito para se fazer, segundo os movimentos sociais do campo. Apesar de existirem várias ações públicas de apoio ao setor, houve poucos avanços. Nesse contexto, os trabalhadores do campo e da cidade buscam o reconhecimento e a valorização desta categoria e apresentam pautas de reivindicação, entre elas nas áreas da habitação, do crédito, da agroindustrialização, da assistência técnica e extensão rural, da matriz energética e da melhoria na qualidade da educação.
Os trabalhadores também cobram o fortalecimento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que tem por objetivo promover o acesso à alimentação e incentivar a agricultura familiar. Os alimentos adquiridos pelo programa são destinados à formação de estoques estratégicos ou ao atendimento de pessoas em situação de vulnerabilidade econômica e social.
Dados de 2007, do governo do Paraná, mostram que no estado 3.016 entidades foram beneficiadas pelo programa, 5.774 agricultores e mais de 844 mil pessoas, chegando a R$ 10,9 milhões.
Na modalidade de Compra Direta com Doação Simultânea, 311 municípios do Paraná, firmaram termo de adesão ao PAA. Nesta modalidade, os governos compram alimentos produzidos por agricultores familiares e os repassam a hospitais públicos, creches, lar de idosos e outras instituições da rede socioassistencial.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), de 2014, nos últimos três anos, o PAA adquiriu produtos de 14,7 mil agricultores paranaenses. Estes alimentos foram distribuídos, a cada ano, a quase 3,5 mil entidades no estado.
Os movimentos sociais e organizações do campo e da cidade cobram ainda a construção de um processo de desenvolvimento sustentável, que responda aos desafios da humanidade, fazendo-se necessária a Reforma Política no país, como alicerce da mudança da sociedade.