O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco divulgou hoje (28) a campanha “Eu viro carranca pra defender o Velho Chico”, que estabelece o dia 3 de junho como o Dia Nacional em Defesa do Velho Chico, como o rio é chamado pelos ribeirinhos. Nessa data, várias mobilizações devem ocorrer em toda a extensão da bacia, com o objetivo de alertar a população sobre a importância de revitalizar o rio.
Miranda falou ainda sobre a forte estiagem que atinge o Velho Chico, a pior em 50 anos, e sobre a vulnerabilidade do rio. “O Brasil é um país privilegiado em termos de recursos hídricos, mas isso não quer dizer que essa água se distribua de maneira igualitária. É como a natureza trabalha. Enquanto a Região Norte tem praticamente 65% dessa disponibilidade, no Nordeste temos apenas 3%. Há essa disparidade e, nesse contexto, o São Francisco é determinante e está sob enorme pressão de demandas para usos múltiplos”.
Além da geração de energia, o rio é usado para irrigação, pesca artesanal, turismo, navegação, consumo humano, entre outros. “E os usos são conflitantes, então há a necessidade de um planejamento rigoroso e uma concertação de interesses para se antecipar aos conflitos pelo uso da água”, disse Anivaldo Miranda.
O Comitê do São Francisco pede a sua inclusão na nova versão do Conselho Gestor da Revitalização. Para o grupo, um projeto real de revitalização é a única forma de barrar a degradação e melhorar a gestão dos recursos hídricos em projetos futuros.
O Programa de Revitalização da Bacia do Rio São Francisco foi criado em 2004, no âmbito do Ministério do Meio Ambiente, em parceria com 14 ministérios, entre eles o da Integração Nacional.
Estão previstas para o dia 3 de junho ações como uma barqueata (cortejo de barcos) ecológica na cidade de Três Marias (MG); caminhadas, plantios de mudas e palestras sobre educação para as águas nos municípios de Bom Jesus da Lapa (BA), Juazeiro (BA) e Petrolina (PE); além de peixamento (colocação de alevinos) à beira do rio e doação simbólica de água ao Velho Chico, em Penedo (AL).
Edição: Davi Oliveira.