O Palácio do Planalto montou uma ofensiva para evitar que qualquer coisa dê errado na Copa do Mundo — do controle das manifestações ao bom acolhimento dos estrangeiros, do funcionamento dos aeroportos ao patrulhamento de eventuais greves de policiais —, e a principal aposta do governo é na militarização das ruas nas cidades-sede da Copa do Mundo para inibir a violência nas manifestações. Dez dias antes do começo dos jogos, tanques do Exército, militares armados e policiais da Força Nacional de Segurança começarão a ofensiva.
O governo está particularmente atento a duas datas: 12 de junho, abertura oficial da Copa do Mundo, com a partida entre Brasil e Croácia, em São Paulo; e 14 de julho, um dia após a final, quando acontecerá a Cúpula dos Brics (grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A presidente Dilma Rousseff estará presente na abertura da Copa, na Arena Corinthians, e tem convidado chefes de Estado para assistir ao jogo. Para a cúpula, Dilma vai recepcionar os quatro chefes de Estado dos Brics
Simone Iglesias e Luiza Damé – O Globo
No Planalto, a avaliação é que os protestos de junho do ano passado em todo o país foram “educativos”. A partir deles, foi possível mapear os movimentos por trás das manifestações e os motivos de cada grupo ir para as ruas. Um ministro da articulação política conta que, ao PT, foi delegada a tarefa de “desarmar” os sindicatos e negociar um armistício durante os meses de junho e julho. O governo avalia que haverá manifestações, mas serão de categorias específicas e mais bem organizadas.
Redes monitoradas
Quanto aos manifestantes mais radicais, coube à área de inteligência da Polícia Federal e à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estudar quem são e acompanhá-los. Integrantes de movimentos violentos como os black blocs, inclusive no exterior, foram identificados e estão sendo acompanhados. Redes sociais também estão sendo monitoradas. (mais…)
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