Quem faz uma porção de ações que a direita não tem coragem de fazer?, por Leonardo Sakamoto

por Leonardo Sakamoto

O ministro Gilberto Carvalho afirmou que a esquerda acaba sendo usada pela direita para fazer uma porção de ações que a direita não tem coragem de fazer. A declaração foi registrada pela Folha de S. Paulo em um seminário nesta sexta (16).

Para um leitor desavisado, ele estava fazendo uma crítica à suposta instrumentalização da esquerda pela direita nos protestos relacionados à Copa do Mundo.

Mas, na verdade, ele simplesmente desabafou.

Afinal de contas, deve ser bem difícil para militantes históricos, que sempre empunharam posições de esquerda, levar a reforma agrária a conta-gotas, enrolar populações indígenas desterradas, construir grandes obras (como a hidrelétrica de Belo Monte) sem realizar consultas com a população diretamente envolvida, destinar bilhões para salvar a incompetência de determinadas indústrias poluidoras enquanto promete desenvolvimento de forma sustentável e tratar múmias da ditadura, fundamentalistas religiosos e ruralistas exagerados como se fossem BFF (Best friends forever).

Ou seja, uma porção de ações que a direita tem coragem de fazer, porque possui know-how para tanto. Mas feito por um partido que se autointitula de esquerda, tem um gosto especial na boca de muita gente.

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Caracas celebra como território livre de homofobia

Sergei Supinski/Associated Press
Sergei Supinski/Associated Press

Prensa Latina – No Dia Internacional contra a Discriminação Sexual, à Identidade e à Expressão de Gênero, Caracas celebrará hoje como território livre de homofobia, durante um ato no bulevar de Sabana Grande.

O representante do movimento sexogênero da diversidade venezuelana, Koddy Campos, anunciou que o Concelho Municipal de Caracas aprovou na terça-feira passada por maioria absoluta um acordo de respeito à diversidade sexual e neste sábado pela tarde na rua Villaflor festejarão o acontecimento.

Também Leandro Viloria, da Associação Internacional de Lesbicas, Gays, Bisexuais, Trans e Intersex para América Latina e o Caribe (Ilgalac), realçou as políticas de inclusão em tal sentido desenvolvidas pelo Governo venezuelano e outros países progressistas da América Latina.

Ambos contaram no programa Contraste sobre o encontro de Ilgalac realizado recentemente em Cuba, ao qual participaram como delegados e onde se discutiu sobre políticas públicas para erradicar a homofobia na região.
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O enterro das 40 horas e a viragem na UFSC

morte 40 horasElaine Tavares – Palavras Insurgentes

A Universidade Federal de Santa Catarina viveu nesse dia 15 de maio o que poderia ser mais um pequeno evento dentro da greve dos trabalhadores. Mas não foi. A atividade que reuniu os técnico-administrativos em educação  no chamado “enterro das 40 horas” configurou-se numa viragem política que certamente terá consequências importantes no longo prazo. Fruto de um sistemático trabalho de estudo sobre a realidade da UFSC, a nova geração de trabalhadores superou o sindicato conservador e impôs o seu ritmo no processo da greve. Por conta disso, e apesar de todos os entraves colocados por boa parte dos dirigentes sindicais, os trabalhadores construíram uma proposta para a implantação das 30 horas e realizaram um ato de entrega à reitora, no qual se insurgiu como protagonista essa nova geração. Foi um momento histórico.

A batalha dos trabalhadores da UFSC pela construção de uma universidade diferente e pela garantia de um espaço digno onde trabalhar não é de hoje. Desde a criação da universidade nos anos 60, digladiam-se dois grupos bastante diferenciados. Um, ligado ao poder instituído, liderou a organização dos trabalhadores durante décadas, sustentando sucessivas direções conservadoras e atuando internamente com práticas assistencialistas. Outro, preocupado com a soberania dos trabalhadores e com uma universidade verdadeiramente ligada aos interesses populares, sempre fez oposição e batalhou por melhores condições de trabalho bem como por uma universidade igualmente soberana. Esses dois grupos travaram grandes batalhas e uma delas foi justamente a criação do sindicato, entidade necessária nos anos 80, quando o país saía da longa e violenta ditadura militar.

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ES – Manabi repete discurso de empregos para implantar porto e mineroduto no Estado

manabiEmpresa sequer recebeu a licença prévia do Ibama, mas não tem dúvidas de que concluirá seu objetivo

Any Cometti, Século Diário

Mais um empreendimento portuário que ainda não recebeu licença para se instalar no Estado utiliza a mídia corporativa para se promover, com base no discurso de geração de empregos e desenvolvimento. A Manabi, que pretende implantar um porto e um mineroduto em Degredo, Linhares, norte do Estado, intensificou sua campanha para eliminar resistências ao seu projeto e, desta forma, acelerar o processo de licenciamento no Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os anúncios da empresa vêm antes mesmo dela receber a licença prévia para seus projetos.

Nessa quinta-feira (16), a Manabi, empresa brasileira de mineração e logística anunciou, no jornal A Tribuna, a criação de 2.250 empregos, sendo 1.500 na fase de obras e o restante em sua operação; além de outros 5.500 funcionários para a obra e 150 para as operações do mineroduto que ligará o Morro do Pilar, em Minas Gerais, ao Porto Norte Capixaba (PNC). A empresa se reúne, nesta sexta-feira (16), com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho (Sectti), para detalhamento das vagas de emprego. (mais…)

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Solidariedade à luta dos Kaingangs!

A Assembléia do dia 14 dos estudantes que ocupam a Reitoria da UFRGS aprovou apoio aos povos indígenas, quilombolas e periferia em luta por seus territórios. Há alunos kaingangs que não podem voltar para casa devido a guerra movida por racistas, agronegócio, especulação imobiliária jagunçagem no norte do RS. Aldeias sitiadas pelo exército e polícia federal, indígenas atropelados nas estradas e mortos a pauladas, ofensas e discriminações diárias e nos meios de comunicação regional (como a Rádio Uirapuru, Jornal oeste catarinense e o Alto Uruguai) impedem a volta regular para suas famílias deixando-os sem recursos e isolados.

Solidariedade á luta dos Kaingangs! 

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Do Verde ao Turvo

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Essa “poesia inexplicável” chega a ser criativa de tão confusa. Vão criar ponto de pesca pra quem não pega mais peixe, geleira pra quem não tem mais o que conservar e construir sedes pra quem não tem mais onde atuar.

Por Jéssica Portugal, militante do MAB em Altamira

“Se procurar bem você acaba encontrando.

 Não há explicação (duvidosa) da vida,

Mas há poesia (inexplicável) da vida”

(Carlos Drummond Andrade)

Não foi à toa que essa gente do Xingu se reuniu mais de uma vez para tentar entender os rumos que a Norte Energia vai tomar pra “resolver” a vida das dezenas de pescadores que não tem mais de onde tirar o sustento.

As águas do Xingu sempre foram verdes e apropriadas para enxergar o Acari durante o dia e para escurecer o reflexo da lua durante a noite (por que na claridade quase não se pesca direito). Hoje (depois “dessa tal de Belo Monte” que esbanja luz por toda a Transamazônica) não se pega mais peixe à noite e nem se enxerga nada durante o dia. A cor da água, antes esverdeada, agora é turva, escura, suja e poluída. (mais…)

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Dados sobre impactos da irrigação serão apresentados no III ENA

ENALetícia Campos e Maria José Viana / ENA, no IRPAA

O uso de agrotóxicos traz inúmeros malefícios para consumidores, trabalhadores das lavouras e moradores nos entornos da área de produção. Contudo, mesmo frente a essa conjuntura, o agronegócio e sua bancada ruralista continuam em expansão.

Pesquisas apontam que o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos no planeta. Pensando nisso, o III ENA – Encontro Nacional da Agroecologia traz diversas atividades que versam sobre o assunto e, como norte, busca respostas quanto ao “por quê a sociedade deve apoiar a agroecologia”.

É nesse contexto que a Rede Brasileira de Justiça Ambiental lança neste sábado (17), às 19h30, durante as atividades do III ENA, na Universidade Federal do Vale do São Francisco, em Juazeiro-BA, o dossiê “Perímetros Irrigados: 40 anos de violação de direitos no semiárido”. O documento denuncia as mazelas do agronegócio e a ofensa a direitos fundamentais do cidadão cometidos por alguns perímetros irrigados nos estados de Ceará e Rio Grande do Norte. (mais…)

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TO – Comunidades quilombolas revelam o descaso e a falta de políticas públicas

Foto: João Zinclar
Foto: João Zinclar

As terras ainda não estão regularizadas e as ameaças de perderem tudo tem sido constantes

Alessandra Bacelar, Surgiu

A equipe do Projeto Defensoria Quilombola visitou os municípios de Natividade,  Chapada da Natividade e Conceição do Tocantins para conhecer de perto a  realidade das comunidades rurais onde vivem remanescentes quilombolas. Em cada  uma delas a revelação de que falta muito para que essas pessoas tenham os  direitos assegurados e o mínimo de infraestrutura necessária para uma vida  digna.

Além da Defensoria Pública, por meio dos Núcleos de Ação Coletivas e  Defensoria Agrária (equipe composta dos Defensores Públicos e Servidores),  participaram das visitas e reuniões representantes da ATS – Agência  Tocantinense de Saneamento, Semades – Secretaria Estadual de Meio Ambiente e  Desenvolvimento Sustentável, Itertins – Instituto de Terras do Tocantins,  Ruraltins e Secretaria Estadual de Defesa Social, com a intenção era saber  dessas instituições o que estava sendo feito e qual o planejamento para  atender essas comunidades. (mais…)

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‘Encontro Nacional de Agroecologia’ discute temas como acesso às sementes, contaminação e saúde e reforma agrária

Foto: Fabio Caffé/Imagens do Povo.
Foto: Fabio Caffé/Imagens do Povo.

Evento que começou nesta sexta-feira (16) e segue até segunda-feira (19) reúne em Juazeiro (BA) cerca de duas mil pessoas, sendo 70% delas agricultores

Redação Alagoas Boreal

Começou nesta sexta-feira (16), em Juazeiro (BA), o “3o Encontro Nacional de Agroecologia”, cujo slogan é “Cuidar da Terra, alimentar a Saúde e cultivar o Futuro”. O evento, que segue até segunda-feira (19), reúne cerca de duas mil pessoas. Segundo a Comunicação do Ministério do Meio Ambiente (MMA), que apoia a iniciativa da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), 70% desse público é de agricultores, que se dirigiram à cidade baiana para participar dos seminários, debates e atividades culturais propostos pelo encontro que coincide com o “Ano Internacional da Agricultura Familiar” e também com o “Ano do Brasil Orgânico Sustentável”.

A diretora de Extrativismo do MMA, Larisa Gaivizo, participa das reuniões com o objetivo de apresentar, durante o seminário sobre sociobiodiversidade, “experiências exitosas como a da Unidade de Conservação do Médio Juruá, na Amazônia, relatada pelo próprio extrativista Manoel Cunha”. Larissa informa que o MMA apresentará, também, o edital do Fundo Amazônia “Ecoforte”, que oferece um montante de R$ 7 milhões para extrativistas. (mais…)

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“Sobreposição” de conceitos prejudicam processos quilombolas

Mariana Balen alerta para as dificuldades processuais a partir dos conceitos governamentais (Mara Karina/FCP)
Mariana Balen alerta para as dificuldades processuais a partir dos conceitos governamentais (Mara Karina/FCP)

Por Daiane Souza

“Os territórios quilombolas não sobrepõem as áreas de conservação, eles compõem essas áreas”, defendeu nesta segunda-feira (12), Mariana Balen da Universidade Federal da Bahia (UFBA), durante o Seminário Comunidades Quilombolas no Processo de Licenciamento Ambiental, promovido pela Fundação Cultural Palmares (FCP) em Brasília.

No painel Componente quilombola no Processo de Licenciamento Ambiental, a antropóloga afirmou que a separação entre os conceitos de áreas de preservação ambiental e de espaços ocupados pelos remanescentes quilombolas são o principal empecilho quando os assuntos são a demarcação e a titulação desses territórios, além dos processos de Licenciamento Ambiental. “Vêm tratando essas áreas a partir dos conceitos competentes a cada órgão como se fossem diferentes assuntos, mas estamos falando de um mesmo espaço”, disse. (mais…)

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