Nesta segunda-feira (31), os trabalhadores rurais Sem Terra do acampamento Alexandra Kollontai, localizada no município de Serrana (SP), se reúnem com representantes do Palácio dos Bandeirantes para resolverem o impasse diante da desapropriação da Fazenda Martinópolis.
As 450 famílias Sem Terra que ocupam a área, organizadas pelo MST, esperam que o governo do estado de São Paulo anuncie a adjudicação da área e sua destinação para fins de Reforma Agrária.
Segundo Kelli Mafort, da direção nacional do MST, “o governo já manifestou interesse em adjudicar a fazenda e assumiu este compromisso com as famílias do acampamento Alexandra Kollontai em duas ocasiões. Então, não temos outra expectativa para esta reunião que não seja o anúncio da adjudicação da [fazenda] Martinópolis”, acredita.
Histórico
No próximo mês de maio, o acampamento Alexandra Kollontai completará seis anos. Há sete meses que as famílias ocupam a fazenda Martinópolis.
A Usina Martinópolis, proprietária das terras, tem uma dívida de cerca de R$ 300 milhões para a Fazenda Pública de São Paulo, em Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços (ICMS) (além de outras irregularidades trabalhistas e ambientais).
Em 2012, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) assumiu um compromisso junto às famílias Sem Terra de adjudicar a fazenda, implementando na área um projeto de assentamento rural. No ano passado, o compromisso do governador foi ratificado em nova audiência com as famílias do MST.
Recentemente, a Justiça da comarca de Serrana concedeu à Usina Martinópolis uma liminar de reintegração da posse da área, o que ainda não foi cumprido. Na semana passada, a Fundação Instituto de Terras de São Paulo (ITESP) realizou o cadastro das famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais que vivem no acampamento.