Avião levava equipe de saúde para aldeia em Jacareacanga, sudoeste do Pará. Passageira, que é técnica em enfermagem, mora em Santarém
A técnica em enfermagem Rayline Campos, uma das passageiras do bimotor que levava uma equipe com profissionais de saúde de Itaituba para uma aldeia indígena em Jacareacanga, sudoeste do Pará, pediu socorro ao tio por mensagens no telefone celular minutos antes de a aeronave desaparecer.
Ela mora em Santarém, oeste do Estado, e trabalha em Jacareacanga. Duas mensagens foram enviadas do telefone celular de Rayline para o celular do tio, Rubélio Santos, que mora em Santarém.
Na primeira mensagem, às 12h47, a técnica em enfermagem avisava o tio sobre o perigo. “Tio to em temporal e um motr parou avisa a mae q amo muit tods …to aflita..to em pânico…se eu sair bem aviso…to perto do jkre…reza por nos…n avisa a tia ainda… (sic)”, dizia a mensagem. Na segunda, às 12h48, Rayline pediu socorro. “O motor ta parando.socorro tio tio (sic)”.
Segundo Rubélio, a sobrinha saiu de Santarém na segunda-feira (17) para trabalhar na aldeia indígena. “Esteve aqui em Santarém, viajou ontem para ir para Itaituba e pegar o avião hoje para ir para Jacareacanga. Ela passa às vezes quinze dias ou vinte dias para lá e volta pra cá pra passar o dia com a gente. Na hora que estava acontecendo o problema com o avião, ela passou duas mensagens que tinha parado o motor e pedindo socorro. Depois, ninguém teve mais contato com ela”, contou.
De acordo com o tio de Rayline, para saber informações da localização da aeronave e das vítimas, ele e a esposa estão mantendo contato com familiares que moram em Itaituba e Jacareacanga.
A família ainda tem esperanças de que ela esteja com vida. Segundo o tio, o piloto do bimotor é conhecido como um profissional experiente.
Um helicóptero da Força Aérea Brasileira foi deslocado de Manaus para realizar buscas em Jacareacanga. No entanto, no começo da noite, um tempestade impediu que o trabalho prosseguisse e as buscas foram suspensas. De acordo com a Aeronáutica, um avião pelicano do esquadrão de buscas e resgate saíra de Campo Grande (MS) para auxiliar na procura pela aeronave no Pará na manhã de quarta-feira (19).
De acordo a Agência nacional de Aviação Civil (Anac), a situação da aeronave desaparecida, de matrícula PR-LMN, estava regular. A Inspeção Anual de Manutenção (IAM) e o Certificado de Aeronavegabilidade (CA) estavam em dia.
O G1 realizou novo contato com a empresa Jotan Taxiaéreo, dona na aeronave desaparecida. No entanto, a empresa informou que ainda não irá se pronunciar a respeito do caso.