Amazônia Brasil – O Governo do Amapá, por meio da Secretaria Extraordinária de Políticas para os Afrodescendentes (Seafro), entregou na manhã de domingo, 16, a certificação de terras da comunidade remanescente de quilombo Campina Grande, localizada no extremo Sul do Estado, às margens do km 21 da Rodovia Macapá/Laranjal do Jari.
Lá habitam 130 famílias formadas por filhos, netos e bisnetos de negros que agora passam a existir oficialmente para o Brasil como comunidade quilombola. Vivem da produção de farinha, mandioca e da extração do açaí, bacaba e de pequenas criações de animais. Desde 2012, os moradores acessam o Programa Territorial da Agricultura Familiar (Protaf), que, através da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), foram contemplados com 16 hectares e atualmente estão com 39 hectares. Possui somente uma escola com ensino fundamental de 1ª a 4ª séries.
O documento de certificação é uma espécie de identidade para comprovar que, naquela região, vivem descendentes de negros. O título é somente o primeiro passo para que a população tenha acesso às políticas públicas e saia do esquecimento para ter direitos a seus benefícios. E com esse avanço virá uma grande jornada para que as tradições dos antepassados se perpetuem.
“Há oito anos lutamos por essa certificação e ela tem um papel muito importante dentro da nossa comunidade, pois nos dará a garantia da terra e também de outros benefícios”, disse emocionado o presidente da Associação de Moradores, Edson do Carmo Costa.
Para a gestora da Seafro, Neucirene Almeida, isso é o começo de uma nova vida chegando aos negros. “É um mérito da comunidade, porque foram eles que decidiram ser quilombolas. Eu fico muito feliz quando essas políticas avançam e chegam ao nosso povo”.
O próximo território a ser certificado como remanescente de quilombola será Torrão do Matapi, a quinta localidade a receber a identidade durante a gestão do governador Camilo Capiberibe.