Cláudia tinha saído para comprar R$ 3 de pão e R$ 3 de mortadela. PM diz que policiais já estão presos

Mulher arrastada pela PM

Cláudia da Silva Ferreira [, que trabalhava no Hospital Naval Marcílio Dias e criava oito crianças,] foi baleada no Morro da Congonha, em Madureira. Policiais a colocaram no porta-malas da viatura para levá-la ao hospital…

G1 Rio

Os três policiais militares que socorreram [sic] Cláudia da Silva Ferreira, de 38 anos, no Morro da Congonha, em Madureira, no Subúrbio do Rio, estão presos. A auxiliar de serviços gerais morreu depois de ser baleada em uma operação policial. Testemunhas contaram que Cláudia foi colocada no porta-malas da viatura e arrastada pela rua. A PM abriu um inquérito para investigar os fatos. Como mostrou o Bom Dia Rio, amigos e parentes estão chocados com o caso.

O jornal Extra publicou nesta segunda (17) o vídeo feito por um cinegrafista amador que mostra a mulher sendo arrastada por cerca de 250 metros. Cláudia da Silva Ferreira teria ficado pendurada no para-choque do veículo apenas por um pedaço de roupa. (mais…)

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Viatura da PM arrasta mulher baleada na Zona Norte do Rio [Claudia da Silva Ferreira trabalhava no Hospital da Marinha e criava oito crianças]

“Foi revoltante ver aquele corpo pendurado. Eles iam ultrapassando outros carros, e o corpo ia batendo. As pessoas na rua gritavam, tentando avisar os policiais, mas eles não ouviam. Só pararam por causa do sinal e, aí, conseguiram ouvir o que as pessoas diziam”.

Apesar de alertados por pedestres, os policiais não pararam a viatura Foto: Reprodução de vídeo
Apesar de alertados por pedestres, os policiais não pararam a viatura. Foto: Reprodução de vídeo

Por Carolina Heringer, Ligia Modena e Roberta Hoertel, no Extra

Eram cerca de 9h desse domingo, quando uma viatura do 9º BPM (Rocha Miranda) descia a Estrada Intendente Magalhães, no sentido Marechal Hermes, na Zona Norte do Rio, com o porta-malas aberto. Depois de rolar lá de dentro e ficar pendurado no para-choque do veículo apenas por um pedaço de roupa, o corpo de uma mulher foi arrastado por cerca de 250 metros, batendo contra o asfalto conforme o veículo fazia ultrapassagens. Apesar de alertados por pedestres e motoristas, os PMs não pararam. Um cinegrafista amador que passava pelo local registrou a cena num vídeo.

A mulher arrastada era Claudia Silva Ferreira, de 38 anos, baleada durante uma troca de tiros entre policiais do 9º BPM e traficantes do Morro da Congonha, em Madureira. Em depoimento à Polícia Civil, os PMs disseram que a mulher foi socorrida por eles ainda com vida, e levada para o Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, mas não resistiu. Já a secretaria Estadual de Saúde informou que a paciente já chegou à unidade morta. Ela levou um iro no pescoço e outro nas costas. (mais…)

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Não era manifestação ou ato político. A princípio não era uma situação “especial” onde grupos organizados estavam nas ruas em defesa de suas bandeiras de luta, e que por isso poderiam oferecer perigo a ordem pública ou a propriedade privada. Esses são os argumentos utilizados pra justificar os absurdos cometidos pela PM brasileira a partir de junho de 2013, num processo crescente de criminalização dos movimentos sociais e do livre exercício de manifestação e expressão.

O que acontecia era uma ação corriqueira da PM carioca, na praia do Arpoador, no Rio de Janeiro. Repetindo um procedimento recorrente nas periferias do Brasil, a PM usava de violência contra jovens negros, em plena zona sul. Acostumados com este tipo de atitude, e muitas vezes acobertados pelo conservadorismo de nossa elite, os policiais não contavam com a presença de um midialivrista por ali. Afinal de contas, era uma praia da zona sul, e os jovens são negros, e supostamente estavam cometendo um crime. Agredir é mostrar a todos que estão fazendo o seu trabalho, não é mesmo? (mais…)

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