Agência Pública – Cerca de três meses antes do desaparecimento de Amarildo, ocorrido em julho de 2013, o filho de um dos primos do pedreiro foi filmado levando uma gravata do PM Douglas Vital, vulgo Cara de Macaco, que é o acusado de ter levado o Amarildo para a UPP onde teria sido torturado e morto.
O jovem, que é menor de idade, chega a desmaiar em determinado momento. O vídeo mostra como a abordagem é feita de maneira truculenta por agentes da UPP da Rocinha.
“O esvaziamento programático dos partidos acaba favorecendo uma maior visibilidade pública da bancada ruralista”. O comentário é de Márcio Santilli em artigo no portal do Instituto Socioambiental – Isa. Segundo ele, “com essa gente, a agenda ruralista de expressão pública foi relegando a um plano secundário as demandas relativas à produção para priorizar uma plataforma reacionária, fundada na exclusão de direitos dos demais atores sociais do Brasil rural: admissão legal de relações desumanas de trabalho, privatização de assentamentos de reforma agrária, ameaça a direitos de índios e de quilombolas, desobrigação com o meio ambiente, desinformação aos consumidores, ceticismo e desprezo à ameaça das mudanças climáticas como se fosse uma questão meramente ideológica”. Eis o artigo
IHU On-Line – A questão rural sempre teve peso e importância enormes no Brasil. Um imenso território sem geleiras ou desertos, um histórico colonial relativamente mais associado à ocupação e ao uso do solo, uma vasta gama de atores sociais vivendo da terra, apesar do forte processo de urbanização ocorrido nas últimas décadas, uma exuberante diversidade de culturas indígenas, africanas e europeias associadas aos campos e florestas, uma produção agropecuária vigorosa e planetariamente relevante: não faltam indicadores passados e presentes dessa importância, que seguirá sendo constitutiva também do nosso futuro.
Sendo assim, o “ruralismo” também pode, ou poderia, abarcar um conjunto muito grande e diverso de perspectivas sobre o mundo, o país e o território. Mas a expressão acabou sendo apropriada pelo ativismo político de parte dos quadros partidários e de estruturas corporativas que vão lhe cunhando significados restritivos, pejorativos e indicativos de posições políticas extremadas. Assim foi a trajetória da União Democrática Ruralista (UDR), que comprometeu negativamente o significado da palavra, conferindo-lhe o sinônimo de obscurantismo, prepotência, violência e patrimonialismo fundiário descolado da produção. (mais…)
E eis que o portal do Estadão (não o jornal) se lembra dos Tenharim. Não por causa do apartheid em curso no sul do Amazonas – solenemente ignorado pela imprensa-aquela-tão-amiga-do-Madiba. (Racismo, para a nossa imprensa, só aquele – abjeto – sofrido pelo ator da Globo).
Qual a base para a notícia? Informações da PF, do delegado? Aparentemente não. Tudo indica que informações do advogado dos parentes dos três mortos: Carlos Terrinha, também advogado de madeireiros, advogado dos poderosos da região.
O repórter não ouve a defesa dos Tenharim. Para nada. Em relação ao inquérito, em relação ao isolamento forçado de centenas de brasileiros na Terra Indígena, nada.
Terrinha, porém, ganha amplo espaço. Vejamos:
“Segundo o advogado Carlos Terrinha Almeida de Souza, além da modificação na prisão dos índios, o delegado também pede a prisão de outros 25 índios, acusados de coparticipação nas mortes. A informação não foi confirmada pela Justiça Federal e nem por Alves, que alegou sigilo profissional”. (mais…)
Operacionalização do Sistema foi tema de videoconferência ontem (26/02) com conexões em todo o país, além de gestores e gestoras reunidos nos Estados e no auditório do MEC, em Brasília. Durante o evento, a SEPPIR anunciou chamamento público que lançará depois do Carnaval, visando estruturar órgãos, conselhos, ouvidorias e fóruns de promoção da igualdade racial nos Estados e Municípios
SEPPIR – “O Sinapir inaugura a possibilidade de um novo ciclo das políticas de promoção da igualdade racial no Brasil”. Foi o que afirmou a ministra Luiza Bairros ontem (26/02), na abertura da videoconferência que conectou gestores e gestoras em todo o país e no auditório do Ministério da Educação (MEC), em Brasília, ponto de geração do diálogo. Em discussão, as medidas a serem adotadas pelos entes federados para o início da operacionalização do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, o Sinapir.
Para aderir ao Sistema, Estados e Municípios devem ter Órgãos e Conselhos de Promoção da Igualdade Racial em pleno funcionamento. Este e outros requisitos que compõem o passo a passo para adesão dos entes federados foram apresentados pelo assessor do Gabinete da SEPPIR, Marcos Willian Bezerra. Segundo o gestor, essa terceira videoconferência tratou do estágio mais aguardado do processo, “a operacionalização do sistema e a adesão dos entes, considerada etapa importante por possibilitar a atuação conjunta na implementação da política, potencializando resultados e garantindo o acesso prioritário”. (mais…)
Acordo que impedia expansão da sojicultura na floresta termina em dezembro. Cultura passa a ser regulada apenas pelo novo Código Florestal, sem barreiras ao cultivo da oleaginosa. A CPT é contrária à moratória por acreditar que ela precarizou a questão fundiária e o acesso à terra pelas populações locais
A moratória da soja, que impede a comercialização de soja brasileira proveniente de áreas desmatadas na Amazônia depois de 2006, chega ao fim em 31 de dezembro. Com o término do acordo entre o governo brasileiro, exportadores e ONGs ambientalistas, não haverá mais qualquer impedimento ético à expansão da fronteira agrícola da soja na Amazônia.
A partir do ano que vem, a sojicultura e demais atividades produtivas serão regulamentadas apenas pelo Código Florestal e fiscalizadas pela União pelo Cadastro Ambiental Rural (CAR). A nova legislação, aprovada em 2012, permite que o produtor desmate 20% da área de floresta situada em sua propriedade. Nessa porção, poderá realizar qualquer atividade agrícola, inclusive o cultivo de soja, que até então era vedado pela moratória. (mais…)
Protesto do dia 22 de fevereiro de 2014 em São Paulo: mil manifestantes, mil policiais (segundo versão da própria polícia). Eis os personagens e o cenário
“Repressão policial
Instrumento do capital
Repressão Policial
Terrorismo Oficial”
(Satânico Dr. Mao e os Espiões Secretos)
PRIMEIRA CENA
A manifestação seguia pacífica pelas ruas da “cidade nova”, ou seja, as ruas de traçado regular das imediações da Praça da República. Num átimo, os policiais cercaram a vanguarda da passeata. Isolaram, espancaram e prenderam 230 pessoas. Depois da correria provocada pela polícia outros manifestantes indignados quebraram vidraças de bancos da região. (mais…)
A Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu, prevista para ser construída no rio Iguaçu, o maior da região sudoeste do Paraná, faz parte da atual política de expansão do setor elétrico nacional. Oficialmente, sua construção atingirá 360 famílias – como consta no Plano Básico Ambiental (PBA) da usina. Mas, nas contas do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), são cerca de 800 grupos familiares, mais de 3 mil pessoas. Esse é um fato recorrente nas barragens: o número de indenizados é sempre inferior à realidade. (mais…)
A Câmara de Vereadores de Porto Alegre aprovou, na tarde desta quarta-feira (26) o projeto de lei que proíbe o uso de máscaras ou qualquer forma de tapar o rosto durante manifestações. Por 21 votos a dez, com cinco abstenções, o PL 312/2013, da vereadora Mônica Leal (PP), ainda prevê que protestos aconteçam mediante aviso prévio à polícia, “sem o porte de quaisquer armas” e “pacificamente”. Após ter sido debatido na sessão plenária de segunda-feira (24) por duas horas e meia, a votação foi adiada para ontem, quando os vereadores se manifestaram por cerca de uma hora antes da decisão.
Em sua fala, Mônica Leal justificou que o país assistiu a manifestações “tanto ordeiras quanto feitas por vândalos mascarados” durante o ano de 2013, e afirmou ser “completamente a favor de manifestações”, mas contra protestos que “toquem o terror e depredem”. “Não sou a favor de nenhum tipo de violência. Quem for lá agredir, pichar, tocar o terror, que o faça de cara limpa para responder pelos seus atos”, disse a vereadora do PP.
Ao se manifestar durante a sessão plenária, o vereador Pedro Ruas (PSOL) argumentou que o projeto não poderia ser legislado pela cidade, porque “o direito de ir e vir não pode ser diminuído, modificado ou proibido por uma legislação municipal”. Ele, que também se posicionou contra o mérito do projeto, disse que, mesmo aprovado, não exerce a menor eficácia do ponto de vista legal. Já Mônica, para justificar a constitucionalidade de seu PL, afirmou ter tido acompanhamento jurídico da Procuradoria da Câmara e da Comissão de Constituição de Justiça. “Estamos vivendo o verdadeiro horror nas ruas. Eu só quero garantir que o cidadão de bem possa se manifestar”, completou ela, aplaudida por algumas pessoas presentes na plateia. (mais…)
O economista ecológico Joan Martinez Alier, da Universidade Autônoma de Barcelona, analisa mudança no cenário político na Índia com o lançamento da candidatura da ambientalista
Um símbolo do ativismo social e ecológico na Índia é Medha Patkar, uma mulher de 60 anos se tornou conhecida pela luta contra represas do rio Normada, movimento chamado Bachao Andolan (o movimento para salvar o rio), como objetivo de impedir o deslocamento de milhares de indígenas ribeirinhos, lutando pelos direitos humanos e, ao mesmo tempo, pela natureza.
Nascida em Mumbai, estudou ciências e fez mestrado em serviço social. Logo abandonou a academia e renunciou a uma vida burguesa para se dedicar a apoiar os milhares de movimentos de base na Índia, viajando incansavelmente, participando ações diretas, coletivas de imprensa, greve de fome. É respeitada e até venerada por ativistas sociais e ambientais em seu país, em razão de sua trajetória de luta e também pela sua idade. Ela ganhou reconhecimento internacional com a participação na Comissão Mundial de Barragens, cujo relatório foi publicado no ano 2000. Recebeu os prêmios Goldman e Right Livelihood. Internamente, na Índia, o seu reconhecimento também não parou de crescer. (mais…)
RIO BRANCO – O governador do Acre, Tião Viana (PT-AC), decretou estado de emergência em função do isolamento causado pelas cheias do Rio Madeira, em Rondônia. Em declaração divulgada pela assessoria de governo, Viana usa o termo “isolamento pleno” para expor a gravidade da situação. (mais…)