Rafael Soares, no Extra
O jovem voltava do trabalho — no Parque Lage, no Jardim Botânico —, por volta das 18h pela Estrada da Gávea quando encontrou um grupo de PMs que acompanhava a procissão de Nossa Senhora, no Largo do Boiadeiro. Segundo Emerson, o PM o abordou e o chamou para uma “conversa”. O jovem resistiu e afirmou ter sido agarrado pelo PM, que lhe deu voz de prisão por desacato.
— O nome do PM é Atanázio. Ele me chamou para conversar num canto escuro. Falei que não ia. Ele disse: “Você não é homem?”. Respondi que ele é que não era homem e que ia conversar ali, na frente de todo mundo e com uma câmera da UPP nos filmando — afirmou o jovem ao EXTRA.
Ele se desvencilhou e fugiu do PM. Na 15ª DP, mostrou um arranhão no tórax, que diz ter sido provocado pelo policial. Segundo Emerson, o PM é o mesmo que o prendeu em outubro de 2012 por porte de maconha e cocaína.
O jovem acusa o policial de ter forjado o flagrante e de fazer parte do grupo de PMs que acompanhava o soldado Douglas Vital, o Cara de Macaco, preso juntamente com mais nove PMs, acusados pela tortura e morte de Amarildo.
O policial, que não quis se identificar, negou a versão de Emerson. De acordo com o PM, foi Emerson que o abordou, chamando-o de assassino. Na delegacia, ele registrou ocorrência contra o filho de Amarildo por desobediência, já que, segundo sua versão, o jovem teria fugido e resistido à voz de prisão.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.
A PM do RJ não se conforma de ter sido desmascarada e vai perseguir essa família sempre. A PM tem que ser desmilitarizada.