Julgamento de dois réus do Massacre de Felisburgo é adiado

Foto: TJMG/Divulgação
Foto: TJMG/Divulgação

Francisco Rodrigues e Milton Francisco de Souza só devem ser julgados em 23 de janeiro de 2014

Por Thaís Mota – Minas Livre

Após três adiamentos, o julgamento de dois dos quatro réus do Massacre de Felisburgo foi desmembrado durante a sessão desta quinta-feira (10). Francisco Rodrigues e Milton Francisco de Souza só devem ser julgados em 23 de janeiro de 2014. A decisão atende a um pedido da defesa do fazendeiro Adriano Chafik Luedy, réu confesso do crime, e Washington Agostinho da Silva.

Segundo informações do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a defesa dos réus alegou a complexidade do caso e o número de acusados envolvidos como justificativa para que o julgamento fosse desmembrado. Eles respondem por homicídio qualificado, tentativa de homicídio e de terem incendiado o acampamento Terra Prometida, instalado na fazenda Nova Alegria, em Felisburgo.

Parte dos representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fazem uma manifestação em frente ao Fórum Lafayette, no Barro Preto. Eles são contra o desmembramento do processo e exigem a condenação dos réus. Outra parte acompanha o julgamento dentro do 1º Tribunal do Júri.

Julgamento

A sessão teve início por volta de 9h40 com a formação do Conselho de Sentença e, em seguida, com depoimentos de testemunhas. Conforme Wilton Soares, arrolado pela acusação, apesar do massacre estar prestes a completar nove anos, o clima de ameaça existe até hoje em Felisburgo. Além disso, ele descreveu alguns fatos relacionados ao Massacre. Na sequência, foi ouvido José Ailton, testemunha de acusação.

Após as oitivas das testemunhas, a sessão teve prosseguimento com o interrogatório de Adriano Chafik. As demais testemunhas arroladas no processo foram suspensas. Em seu depoimento, o fazendeiro afirmou que sempre tratou a questão da posse de terra da Fazenda Nova Alegria na Justiça e evitava o conflito com os sem terra. Além disso, ele garantiu que só passou a andar armado porque se sentia ameaçado.

A previsão é de o julgamento se estenda madrugada adentro, já que os debates entre defesa e acusação podem durar até 9 horas.

Massacre de Felisburgo

Réu confesso, Adriano Chafik teria comandado o ataque de pistoleiros que invadiram o acampamento Terra Prometida e atearam fogo em barracos e plantações em 2004. As cinco vítimas foram executadas com tiros à queima-roupa e outras 12 pessoas, entre elas uma criança, ficaram feridas. Chafik conseguiu, poucos dias depois da confissão, por meio de habeas corpus, responder ao processo em liberdade. Ele chegou a ter a prisão decretada novamente após o último adiamento do júri, mas acabou sendo solto.

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