CE – Agricultores ocupam canteiro de obras e denunciam DNOCS

1004543_637207726299733_1124270872_n

Na madrugada desta quarta feira (25), cerca de 200 agricultores/as da grande região do Jaguaribe, atingidos pelos grandes projetos em construção em quase todo Ceará, ocuparam o canteiro de obras do Perímetro Irrigado Tabuleiro Russas da empresa Andrade Gutierrez

por Jeanne Freitas, em Limoeiro do Norte – Portal do Mar

A ação foi uma forma de denunciar e pressionar o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) pelo descumprimento de vários acordos, entre eles, dois Termos de Ajuste de Conduta (TAC) assinados perante o Ministério Público Federal, que garantiam o reassentamento das 120 famílias que moravam no entorno do perímetro e das 45 que residiam ao entorno da Barragem do Figueiredo, em Alto Santo. Após assinado o acordo, menos da metade das famílias foram remanejadas para reassentamentos sem nenhuma estrutura de água, luz, cisterna de placa, estruturas sociais e terra para produção, além de não terem recebido o auxilio mensal e as cestas básicas previstos na TAC. Outras famílias, pressionadas pela situação e ainda não reassentadas, foram obrigadas a sair e estão em casas de familiares, amigos e comunidades vizinhas.

Mesmo diante do descaso e dos direitos negados das famílias, a Barragem do Figueiredo foi inaugurada em junho deste ano. As águas da barragem cobriram o cemitério, que desapareceu, deixando submersa toda memória de entes queridos da comunidade e causando grande revolta à população.

Cansadas de esperar pelo DNOCS, que não tem dado prioridade ao pedido das comunidades e que coloca em primeiro lugar a construção das obras que beneficiam empresas do agrohidronegócio e não a vida das pessoas, as comunidades decidiram acampar até que o órgão se posicione e aponte uma solução.

As comunidades exigem a entrega imediata das áreas de produção com ponto de água e luz para que as famílias atingidas pelo perímetro irrigado Tabuleiros de Russas possam garantir o sustento familiar; a definição e aquisição das áreas de produção para as famílias atingidas pela Barragem do Figueiredo; agilidade na execução dos acordos firmados no Termo de Ajuste de Conduta, que inclui a construção dos reassentamentos, energia, água, estruturas sociais, áreas de reserva, etc.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Camila Garcia.

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.