Morre o cientista político Marshall Berman, autor de “Tudo que é sólido desmancha no ar”

Marshall Berman no Cais do Porto, em Porto Alegre. Foto: Adriana Franciosi / Agencia RBS
Marshall Berman no Cais do Porto, em Porto Alegre. Foto: Adriana Franciosi / Agencia RBS

Zero Hora

O filósofo norte-americano Marshall Berman morreu na última quarta-feira, 11 de setembro, aos 73 anos, em Nova York. O intelectual, conhecido globalmente pelo ensaio Tudo que É Sólido Desmancha no Ar, de 1982, sofreu um ataque cardíaco enquanto fazia uma refeição em um restaurante de Manhattan. Ele deixou sua mulher, Shellie, e seus filhos Eli e Danny.

Nascido em 1940, em Nova York, o pensador lecionava ciências políticas no The City College of New York e filosofia política e urbanismo na City University of New York.

O ensaísta esteve em Porto Alegre em diversas ocasiões. Em 1993, realizou duas palestras em que criticou o isolamento dos intelectuais, propôs a reinvenção do marxismo e defendeu até mesmo a derrubada do muro da Mauá. Em 2001, esteve presente no 1º Encontro sobre Espaço e Linguagem e, em 2007, era esperado no Ciclo Fronteiras do Pensamento, mas desmarcou alegando motivos de saúde. Ao invés disso, enviou um vídeo gravado em Nova York.

Além de Tudo que é Sólido…, o mais famoso ensaio marxista dos anos 80, cujo título é pinçado do Manifesto Comunista, de Marx e Engels, também é conhecido por Aventuras no Marxismo (2001), New York Calling: From Blackout to Bloomberg (2007), e outros. Seu assunto mais frequente era a complexidade do modernismo, ou a vida no mundo moderno, que abordava a partir da literatura, da arte, da filosofia e da arquitetura. Berman considerava a si mesmo um marxista humanista e advogava uma nova maneira de pensar os escritos de Marx que ele enxergava como extremamente abertos a interpretações e, portanto, longevos.

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