CE – Nota de apoio às mulheres da Prainha do Canto Verde [submetidas a violência e estupro por um jagunço]

Mulheres da Prainha

O Fórum Cearense de Mulheres manifesta solidariedade e apoio às mulheres da Prainha do Canto Verde, vítimas de violência sexual, assim como às suas famílias e companheiros. Em especial nos solidarizamos com uma companheira que, junto com seu companheiro, está sendo perseguida e ameaçada por buscar justiça diante da violência sexual que sofreu.

Sabemos como é difícil para as mulheres romper com o silêncio sobre a violência, numa sociedade que costuma ser a favor de agressores e contra as vítimas. A tendência das pessoas machistas (homens e mulheres) e dos estupradores é jogar a culpa nas mulheres, aumentando ainda mais seu sofrimento. Por isso, temos que ser solidárias, pois estamos todas nós vulnerabilizadas por essa cultura da violência machista.

Sabemos, ainda, que meninas, adolescentes e jovens são constantemente violadas por parentes e conhecidos e que muitas silenciam por medo e vergonha, ainda mais quando os agressores são pessoas de poder nas famílias ou nas comunidades. Essa situação precisa ser superada. Forçar mulheres, crianças e adolescentes a ter relações sexuais, mesmo que seja “apenas” uma tentativa, CONTRA A VONTADE DELAS, É CRIME!”. 

Além disso, é importante saber que mulheres que foram abusadas sexualmente quando eram meninas e adolescentes, ainda podem denunciar o agressor.

Precisamos também enfrentar a violência e arrogância de certos homens que em público se fingem de bons, amigos e “tementes a Deus”, mas em casa ou às escondidas violentam e oprimem mulheres e meninas.

Nesse caso da Prainha do Canto Verde, o homem acusado de violentar mulheres é o mesmo que favorece um empresário, que em conflito com a comunidade, semeia discórdia e violência, retirando-lhe o direito a uma vida pacífica.

Como movimento de mulheres organizadas esperamos que as autoridades públicas estabeleçam rigorosa investigação e punição tanto para o acusado diretamente, quanto para aqueles que venham a acobertá-lo ou pressionar e deslegitimar a voz e as denúncias das vítimas. Pois ao agir assim, passam a ser também agressores.

Por último, também nos solidarizamos com aquelas mulheres que estão silenciadas pela vergonha, pela pressão de terceiros e pelo medo de serem mais violentadas. Que elas saibam que podem contar conosco. E para as meninas e adolescentes que tenham sido molestadas, nos colocamos à disposição para ajudar nos devidos procedimentos de denúncia e proteção.

Estamos vigilantes e atentas aos resultados desse processo e sempre dispostas a agir (e reagir) na defesa dos direitos das mulheres. 

Fortaleza, 09 de Setembro de 2013

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Cristiane Faustino.

Comments (1)

  1. um verdadeiro absurdo nos tempos de hoje essas coisas acontecerem e ficarem impunes, cadeia para esses mosntros, teria que ser uma coisa mais rigorosa ,porém como as nossas leis são brandas, temos que nos conformarmos, com alguns anos, mas eles merecem morrer ou prisão perpetúa sem direito a nada,só o básico e olhe la´.

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