Até onde vai a ganância? “‘Super vacas’ ganham o dobro de massa muscular após modificação genética”

super vaca

Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental

A foto, o título entre aspas acima, o texto abaixo e o vídeo final (que mantenho, embora em inglês, porque as imagens falam por si) foram copiados de uma página onde na verdade fui ler matéria que dispensei em seguida e da qual cito apenas o título nauseante (“FPA exige que Dilma mude discurso e adote prática por fim de demarcações indígenas”).

Afinal, até onde este nosso mundo está disposto a ir? A aberração da foto, que a matéria abaixo conta como foi obtida através da ‘ciência’, só pode ser considerada uma vitória por seres que cada vez mais se distanciaram do que deveriam ter em si de humanidade. Esse pobre animal não deixa de ser uma vaca, ainda que totalmente deformada e provavelmente aleijada. Já as mentes que as produziram só podem ser doentes, por mais brilhantes que se considerem ou sejam consideradas por aqueles que compram esse tipo de conhecimento a meu ver degenerado.

A matéria é encerrada com a frase “O resultado, por mais comercialmente bem sucedido que seja, causa estranheza à primeira vista”. Não acho que estranheza seja a palavra correta. Na verdade, penso que está bem longe do que poderia ser dito, “por mais comercialmente bem sucedido que seja”.

De uma coisa, entretanto, tenho certeza: alguém que considera um sucesso a monstruosidade acima (assim como coisas que já vimos em vídeos sobre a criação e o abate de animais diversos) em algum momento rompeu a fronteira do que é ser de fato um ser humano são. E, na medida em que esse limite foi rompido ou perdido em nome do capital, será sempre impossível para esses seres entender como funciona a cabeça de um indígena e o tipo de ligação que ele tem com a natureza. Na verdade, eles estão mortos, e sequer têm consciência disso.

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“Super vacas” ganham o dobro de massa muscular após modificação genética; Veja vídeo e fotos

Da Redação de Agro Olhar  – Rodrigo Maciel Meloni

Algumas variedades de carne bovina encontradas no mercado são provenientes de gado que foram modificados deliberadamente para que neles cresçam, de maneira artificial, grandes músculos para a produção de carne.

Um programa transmitido pelo canal National Geographic Channel oferece uma visão da misteriosa produção das chamadas “Super Vacas”, que carregam intencionalmente um gene defeituoso que lhes permite crescer de tal forma que faz com que os animais adquiram uma aparência bizarra. Estes animais, geneticamente modificados, possuem o dobro de musculatura.

Esta nova raça já vem sendo chamada de ‘mutante’ por algumas publicações européias, devido suas características, e tem pouco da espécie de gado conhecido oficialmente como ‘Azul Belga’, a qual a origem do gado modificado remonta. O ‘Azul Belga’, criado no início de 1800, quando cientistas e agricultores belgas decidiram criar um gado nativo a partir do cruzamento de duas raças – o Shorthorn (originários da parte Centro-Oeste da Inglaterra) e variedades do gado Charolais (charolês), criando assim um híbrido forte e musculoso.

Com o tempo, os criadores começaram a selecionar os animais mais fortes e maiores de cada variedade e cria-los juntos para, a partir deste experimento, obter descendentes superiores.

“O melhoramento genético é utilizado pelos agricultores para aprimorar as características desejáveis nestes animais”, explica a reportagem veiculada pelo canal de TV inglês. “Todo o processo diz respeito a gestão dos cruzamentos”, acrescenta o National.

Para criar os ‘Azuis Belgas’, foram precisos realizar cruzamentos, por mais de100 anos, somente entre as vacas e os touros com a maior massa muscular. O resultado é um touro que pesa, facilmente, mais de uma tonelada.

Tradição e modernidade

A tradição de criar e reproduzir os ‘Azuis Belgas’ se mantém fiel a maneira como era manejada há 100 anos. Contudo, hoje existe uma seleção muito maior, amparada nas novas tecnologias que tem dado aos criadores uma nova visão sobre a modificação genética. Como resultado, as mais bem sucedidas linhagens dos ‘Azuis Belgas’ possuem um defeito genético inerente que faz com que seus músculos sigam crescendo, o que acaba por dar-lhes esta estranha característica ‘mutante’.

Embora difira das modificações genéticas que se encontram na soja produzida pela Monsanto, por exemplo, o Azul Belga é deliberadamente criado com uma modificação do gene miostatina, que altera seus padrões normais de crescimento. A miostatina, responsável por ‘dizer’ ao corpo quando este deve deixar de produzir músculo, nos ‘Azuis Belgas’, não tem função, o que permite o crescimento excepcional dos músculos verificado nestes animais.

O resultado, por mais comercialmente bem sucedido que seja, causa estranheza à primeira vista.

Comments (2)

  1. Todo o conhecimento desses especialistas serviu apenas para cegá-los, e para torná-los monstros gananciosos capazes de cometer tais monstruosidades com animais. E eis novamente (e assustadoramente) a imbecilidade humana fazendo o homem pensar que pode assumir o lugar de Deus. Aliás, tamanhas soberba, cegueira e falta de sentimentos estão mesmo é lhes fazendo parecer mais com demônios…

  2. E essas são de corte, imagina as vacas leiteiras que eles vão produzir com essa tecnologia? Monstruosidades quase inteiramente feitas de tetas? O pior é que do ponto de vista capitalista, isso é perfeito. Pela lógica do capital isso faz todo sentido. Isso é especialização e aproveitar as vantagens competitivas. Também é nojento para qualquer que ainda não tenha sido completamente despido de sua humanidade.

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