“Enquanto estavam no campo, Caim se lançou contra o seu irmão Abel e o matou. Então Javé perguntou a Caim: “Onde está o seu irmão Abel?” Caim respondeu: “Não sei. Por acaso eu sou o guarda do meu irmão?” Javé disse: “O que foi que você fez? Ouço o sangue do seu irmão, clamando da terra para mim. Por isso você é amaldiçoado por essa terra que abriu a boca para receber de suas mãos o sangue do seu irmão.” (Da Bíblia, Livro de Gênesis 4,8-11)
Os agentes e militantes da Comissão Pastoral da Terra – CPT -, em Minas Gerais, profundamente irmanados com os companheiros Sem Terra do MST que, numa luta sem trégua, lutam pela socialização da terra, por reforma agrária massiva e popular, estão comprometidos também com a luta por justiça diante do crime hediondo, com requintes de covardia e barbarismo, que foi o Massacre de Felisburgo. Basta de punição para os pobres, negros e jovens das periferias. Basta de impunidade para os crimes perpetrados por integrantes da classe dominante. Para que a verdade triunfe, a Comissão Pastoral da Terra vem a público dizer o que não pode ser esquecido no caso do Massacre de Felisburgo. Eis o que segue.
Na madrugada do dia 1º de maio de 2002, dia das/os trabalhadoras/res, cerca de 230 famílias sem-terra, organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a Fazenda Nova Alegria, de 1.700 hectares, em Felisburgo, Vale do Jequitinhonha, MG. Era a primeira ocupação do MST no município. Cerca de 1/3 da fazenda (515 hectares) é de terra devoluta, grilada pela família do fazendeiro e empresário Adriano Chafic. O coronelismo imperava incólume na região, mas a fome e necessidade impeliram os camponeses a se unir, se organizar e a partir para a luta. Com poucas reuniões promovidas pelo MST, o povo teve a coragem de quebrar a cerca desse latifúndio, onde, aliás, posseiros já tinham sido humilhados, inclusive, o Sr. Koné, ali por muito tempo e ter depois simplesmente desaparecido. (mais…)
Ler Mais