SC – Seminário debaterá licenciaturas interculturais indígenas no Brasil, em 28 e 29 de maio

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Nos dias 28 e 29 de maio, professores e estudantes indígenas de todo o Brasil estarão reunidos na Universidade Federal de Santa Catarina para participar do “Seminário sobre licenciaturas interculturais indígenas em universidades federais brasileiras: contextos e perspectivas”. O evento será no Auditório da Reitoria da UFSC. A organização é da Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica, sediada na UFSC. São esperados docentes e discentes das universidades federais de Roraima, Amazonas, Amapá, Minas Gerais, Pernambuco, Grande Dourados e Mato Grosso do Sul. (mais…)

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‘Todos os descendentes de europeus que aqui vivem têm uma dívida com os povos indígenas’, afirma geógrafo da USP

Ariovaldo Umbelino, da Universidade de São Paulo (USP). Foto: Elza Fiúza/ABr
Ariovaldo Umbelino, da Universidade de São Paulo (USP). Foto: Elza Fiúza/ABr

Por Victor Francisco Ferreira*, para o EcoDebate

A ideia de que a Amazônia é um vazio demográfico é equivocada. “O Brasil todo já estava ocupado pelos povos indígenas. E todos os descendentes de europeus que aqui vivem têm uma dívida com esses povos indígenas. Porque esse território era deles e foi sendo tomado gradativamente e continua a ser tomado”, afirma o geógrafo Ariovaldo Umbelino, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP). “Sou inclusive a favor da autodeterminação dos índios.

Isto é, se um dia eles quiserem formar um país independente, eles têm esse direito. E são eles que têm que decidir, não a gente”, completa.

Segundo ele, a indivisibilidade do Brasil é uma ideia criada pelos militares. “O Brasil não teve sempre esse território. Se o tratado de Tordesilhas existisse até hoje, como seria o Brasil? Se já ganhou território, porque não poderia perder?”. Além disso, a própria demarcação de terras indígenas feita pelo governo brasileiro tende a deixar os índios com territórios descontínuos, o que dificultaria uma possível independência. “Os xavantes, no Mato Grosso, eram um povo único. E o território xavante hoje são sete ou oito reservas separadas”, conta. (mais…)

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Darcy Ribeiro: ‘Meus fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu’

foto_mat_42012A diretora Maria Maia sintetiza o ímpeto de Darcy Ribeiro no documentário ‘Darcy, um brasileiro’ (2013), da seguinte forma: “Nesta América Latina, nós só podemos ser resignados ou indignados”. Darcy foi comunista. Mas não conseguiu suportar as agruras da burocracia partidária

Flávio Ricardo Vassoler*

É assim que a diretora Maria Maia sintetiza o ímpeto de Darcy (Che) Ribeiro no documentário Darcy, um brasileiro (2013). Darcy foi comunista. Mas não conseguiu suportar as agruras da burocracia partidária. Ainda assim, o famoso aforismo de Marx arrolado nas teses sobre o filósofo Ludwig Feuerbach (1804-1872) jamais deixou de ser o espectro que rondou o continente de sua vida combativa. “Os filósofos só fizeram interpretar o mundo de diferentes maneiras; trata-se, no entanto, de transformá-lo”.

Em uma entrevista para o programa Roda Viva, da TV Cultura, em 1995, Darcy afirma ter buscado inspiração em Getúlio Vargas para estabelecer uma síntese tensa entre crítica e práxis. Ilhado pelos mais diversos e encarniçados inimigos políticos; aviltado pela cloaca jornalística de Carlos Lacerda, o porta-voz do reacionarismo brasileiro pré-ditadura, Getúlio se vê premido no Palácio do Catete. Que fazer? (mais…)

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“O Acre do colarinho verde: de ‘companheiros’ a ‘trapaceiros’?”

Por Elder Andrade de Paula e Lindomar Padilha*

Dado que o estado do Acre tem sido vendido mundo afora como modelo de “economia verde” a ser replicado em outros lugares (ver Dossiê: o Acre que os mercadores da natureza escondem – Leia aqui), é provável que até o crime do colarinho branco seja convertido em colarinho verde.   Assim como transmutaram a destruição em conservação (“boi ecológico”, “álcool verde”, exploração madeireira “sustentável”, até o petróleo e gás em vias de exploração no Parque Nacional da Serra do Divisor deverão receber a denominação “verde”) podem transformar os réus em vitimas.

Ideia absurda? De maneira alguma, as manifestações de solidariedade ao governo do Acre emanadas dos podres poderes da sociedade política e civil visam esse objetivo: transformar os réus em vitimas.  O passo seguinte se concentrará numa monumental operação marketeira destinada a abafar a crise política desencadeada pela prisão da “quadrilha G7”. Simultaneamente a essa “tempestade de propaganda governamental” se buscará, longe dos holofotes, recompor os laços de lealdade nos diferentes níveis ao poder oligárquico convalescente.

A julgar pelas manifestações ativas de solidariedade entre os que “mandam” e a abominável passividade de um grande contingente dos que “obedecem” é possível que esses objetivos sejam atingidos. Todavia, é bom que fique bem claro que o desfecho dessa crise não depende somente desse arranjo interno ao bloco de poder. Será fortemente influenciado e quiçá determinado pelas disputas entre forças políticas em nível nacional sob o calor das disputas eleitorais do próximo ano. No plano internacional também não será muito fácil recompor a “confiança” e isso pode resultar na retração de financiamentos externos, como o do BID. (mais…)

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Indígenas Munduruku voltam a ocupar sítio Belo Monte, em Vitória do Xingu, PA

União em Belo Monte. Foto - Lunae Parracho (REUTERS)
União em Belo Monte. Foto – Lunae Parracho (REUTERS)

Índios reivindicam consulta prévia dos impactos da Usina de Belo Monte. Grupo diz que só desocupa terras após negociação com o Governo Federal.

G1 Pará – Cerca de 150 indígenas de várias etnias voltaram a ocupar, na madrugada desta segunda-feira (27), o principal canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte, em Vitória do Xingu, na região sudoeste do Pará. Eles ocuparam o sítio Belo Monte no último dia 2 de maio e permaneceram no local durante 8 dias. O grupo reivindica a consulta prévia dos impactos ambientais que serão provocados pela construção do empreendimento.

Os indígenas afirmaram que, desta vez, nenhuma liminar ou decisão da Justiça irá retirá-los do sítio Belo Monte. Os manifestantes dizem que irão resistir e que, na última ocupação, decidiram sair pacificamente porque o Governo Federal garantiu que haveria uma negociação, que segundo eles, não aconteceu.

O grupo exige uma mesa de negociação direta com o Governo Federal, por meio de Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República. Os indígenas reclamaram da ausência do representante federal, com quem reivindicavam a negociação na ocupação do início do mês de maio. (mais…)

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Cidade paraguaia foi palco de projeto racista

Irmã de Nietzsche criou colônia para alemães puros

Por Simon Romero* – New York Times

NUEVA GERMANIA, Paraguai – No ano de 1887, dois dos mais conhecidos antissemitas alemães deitaram raízes na remota selva do Paraguai, acompanhados por 14 famílias alemãs cuja pureza racial tinha sido verificada.

Os planos de Bernhard Förster e sua mulher, Elisabeth, irmã do filósofo Friedrich Nietzsche, eram ambiciosos: fundar uma colônia a partir da qual um contingente avançado de arianos pudesse reivindicar o domínio de todo o continente sul-americano.

“Alguns deles conseguiram sobreviver”, contou Lidia Fischer, 38, descendente loira de uma das primeiras famílias a se radicarem em Nueva Germania.

Aqueles pioneiros enfrentaram doenças, o fracasso de suas plantações, disputas internas e a megalomania dos Förster, que dominavam a colônia a partir da mansão elegante em que viviam, chamada Försterhof. (mais…)

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SP – Fotógrafo do caso Herzog reconstituirá cena do crime

Vladimir Herzog em 1975, ano em que morreu no DOI-Codi
Vladimir Herzog em 1975, ano em que morreu no DOI-Codi

Folha de S.Paulo

O fotógrafo Silvaldo Leung Vieira, ex-funcionário da Polícia Civil de São Paulo e autor da fotografia do jornalista Vladimir Herzog morto em 1975, visitará hoje, às 11h, o local onde funcionou o extinto DOI-Codi –um dos principais órgãos da repressão na ditadura militar (1964-1985).

Vieira fará a visita a convite da Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo, que pretende reconstituir a cena do crime e esclarecer as circunstâncias da morte de Herzog.

Vlado, como era conhecido, compareceu espontaneamente ao DOI-Codi após ter sido procurado por agentes da repressão em sua casa e na TV Cultura, onde trabalhava como diretor de jornalismo. Ele foi torturado até a morte.

Na época, a versão oficial apresentada pelo Exército foi a de que ele havia se suicidado. Ficou famosa a fotografia de autoria de Vieira divulgada pelos militares, com a cena forjada de suicídio. (mais…)

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