Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental
Durante todo o final da semana, a Agência Brasil deu informações sobre o Bolsa Família, dizendo que ele permanece, e que o governo irá investigar a origem dos boatos que fizeram milhares de pessoas, Brasil afora, procurarem a Caixa Econômica Federal para sacar o benefício deste mês. Hoje, a própria Presidenta da República está nas manchetes afirmando: “É absurdamente desumano o autor desse boato. E é criminoso também. (…) Deixo claro aqui o compromisso do meu governo com o Bolsa Família. Não abriremos mão do Bolsa Família…”. Muito bom!
Há outra questão, entretanto, que a Agência Brasil não está noticiando. Aliás, ninguém está noticiando, salvo um comentário esparso, aqui e ali. Falo da questão das cestas de alimento para os povos indígenas, que vez por outra somos informados não terem chegado a um ou outro lugar, ou estarem atrasando. Já “naturalizamos”, de certa forma, tudo isso, na medida em que sabemos como funciona a nossa burocracia: carros às vezes não saem da garagem porque não têm pneu; voadeiras ficam paradas aguardando combustível; aviões…
Mas de repente as coisas não são mais, digamos… “normais”, segundo esses nossos absurdos critérios. E não estou brincando. A situação é gravíssima e pode inviabilizar de fato a chegada das cestas aos povos indígenas. Acontece que, para liberar as cestas, o MDS decidiu “inovar”. Talvez considerando a necessidade de se assegurar de estar lidando verdadeiramente com “índios”, coisa que tem sido tão questionada ultimamente em determinados meios, órgãos e legislativos, inventou um formulário de preenchimento dos beneficiários indígenas que exige, como documentos obrigatórios, o CPF e o NIS, além de RG, RANI e título de eleitor, como opcionais!
Acontece que, como o MDS, nós também temos a certeza absoluta de que a maioria esmagadora dos indígenas não tem esses documentos. Como querer exigir, de pessoas a quem negamos até mesmo o direito de ser, de existir, de ser considerados “brasileiros”, até, uma documentação que é igualmente seu direito básico, mas na maioria dos casos até agora lhes foi de diferentes formas negada? E quem preencheria esses formulário e faria esse mapeamento? Uma Funai sucateada?
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CPT 


Servindi, 20 de mayo, 2013.- Los antropólogos y antropólogas de Ecuador suscriben un pronunciamiento a favor de los derechos de los pueblos en aislamiento y contacto inicial y efectúan puntuales recomendaciones para manejar la crítica situación por la que atraviesan. Entre ellas se encuentra el construir una Política Pública para Pueblos Aislados, garantizar su territorialidad compartida, establecer mecanismos de monitoreo y prevención de conflictos y repensar las políticas de desarrollo extractivo considerando su alta vulnerabilidad.

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