Povos Indígenas do Estado do AC, Sudoeste do AM e Noroeste de RO manifestam indignação contra o preconceito do governo Dilma com os povos indígenas

Por  Ninawa Huni kui – FEPHAC na página do Cimi

Carta circular das Organizações e Povos Indígenas do Estado do Acre, Sudoeste do Amazonas e Noroeste de Rondônia, reunidos na Reunião de regularização fundiárias em TI em Rio Branco, entre os dias 14 a 16 – Manifestam Indignação contra o Preconceito do Governo Dilma, com os Povos indígenas do Brasil.

Rio Branco-AC, 16 de maio de 2013.

Nós lideranças indígenas representantes de 14 povos e organizações do estado do Acre, sul do amazonas e noroeste de Rondônia, reunidos entre os dias 14, 15 e 16 de maio, vimos expressar a nossa grande preocupação e indignação com as recentes medidas adotadas pelo Governo Dilma Rousseff e a bancada ruralista do Congresso Nacional. A mais recente delas diz respeito à tentativa de acabar de vez com os processos de demarcação de terras indígenas e quilombolas, a partir da instalação da CPI da FUNAI e do INCRA. Esta CPI visa paralisar as demarcações das terras indígenas e revisar as já homologadas. Nós perguntamos a todos: o que irá acontecer conosco, os povos indígenas?

Estamos preocupados com o projeto de exploração de petróleo e gás natural no Vale do Juruá, com as hidrelétricas que atingiram os Kaxarari – que estão sendo ameaçados pelos fazendeiros, com os projetos de ligação do Acre ao Peru por meio de rodovias que irão sangrar a floresta, onde há parentes em isolamento voluntário, com as ameaças à liderança Francisco Saldanha e Antonio José, respectivamente da TI São Paulino e TI Valparaíso.

Nossas terras e culturas estão sendo destruídas e com isso todo o nosso conhecimento milenar. Somos parte da natureza e ela faz parte de nós, mas a cada dia surgem novas ameaças que põe em risco a nossa integridade física e os nossos territórios. Exemplifica isto as PECs 215 e 237, além do Projeto de Lei de Mineração, que se aprovadas, vão retalhar o nosso território de ponta a ponta. (mais…)

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Anistia Internacional pede inclusão de agricultor maranhense em programa de proteção

Isabela Vieira, Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Entidades de defesa dos direitos humanos cobram a inclusão imediata do agricultor familiar Antônio Isídio em um programa de proteção da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República. Liderança da comunidade de Vergel, que fica próxima ao município de Codó (MA), ele tem recebido ameaças de morte, que se intensificaram nos últimos meses.

De acordo com a Anistia Internacional, que lançou a campanha pedindo a inclusão de Isídio no programa, o agricultor e sua família foram alvo de ameaças contundentes por agropecuaristas e madeireiros interessados em se instalar na região, disse a coordenadora de Direitos Humanos do órgão, Renata Neder. Na avaliação da entidade, a situação não é isolada.

“Em dezembro, a casa de Antônio foi alvo de disparos, depois sua esposa foi impedida de colher coco de babaçu nas proximidades. Em janeiro, a capela da comunidade foi incendiada no dia em que estava prevista uma missa em homenagem a outra liderança assassinada e, em abril, os animais de seu Antônio tiveram as orelhas decepadas, o que na região é um ato de intimidação”, revelou. (mais…)

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Los canallas viven mucho, pero algún día se mueren, por Mario Benedetti*

Vamos a festejarlo
vengan todos
los inocentes
los damnificados
los que gritan de noche
los que sueñan de día
los que sufren el cuerpo
los que alojan fantasmas
los que pisan descalzos
los que blasfeman y arden
los pobres congelados
los que quieren a alguien
los que nunca se olvidan
vamos a festejarlo
vengan todos
el crápula se ha muerto
se acabó el alma negra
el ladrón
el cochino
se acabó para siempre
hurra
que vengan todos
vamos a festejarlo
a no decir
la muerte
siempre lo borra todo
todo lo purifica
cualquier día
la muerte
no borra nada
quedan
siempre las cicatrices
hurra
murió el cretino
vamos a festejarlo
a no llorar de vicio
que lloren sus iguales
y se traguen sus lágrimas
se acabó el monstruo prócer
se acabó para siempre
vamos a festejarlo
a no ponernos tibios
a no creer que éste
es un muerto cualquiera
vamos a festejarlo
a no volvernos flojos
a no olvidar que éste
es un muerto de mierda.


 
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Ato Unificado do Dia Mundial do Meio Ambiente das Comunidades de Resistência impactadas pelos megaeventos e megaempreendimentos do RJ: dia 20

“Para participar da revolução (…) não basta escrever uma canção revolucionária, é preciso forjar a revolução junto com o povo. E se nós a forjarmos junto com o povo, as canções surgirão por si mesmas e delas mesmas”. (Sèkou Touré, citado por Biko, 1999).

Quando? Dia 20 de maio (segunda-feira), às 17 hs.
Onde? SINDIPETRO-RIO (Avenida Passos, 34, sala 314, Centro)

Convidamos todos os coletivos, fóruns, movimentos populares, sindicatos e ativistas para participarem do 1º Encontro de Organização do Ato Unificado do Dia Mundial do Meio Ambiente das Comunidades de Resistência impactadas pelos megaeventos e megaempreendimentos do Rio de Janeiro, ato público a ser realizado no início de Junho.

O objetivo é de organizar um Dossiê dos diversos casos de Racismo Ambiental existentes no Estado do Rio de Janeiro onde tem prevalecido nos processos de licenciamentos ambientais e nas obras de infra-estrutura os intere$$e$ econômicos de grandes corporações privadas (muitas delas Transnacionais) e de empreiteiras.

Este projeto de desenvolvimento, de desterritorialização e violações de direitos que caracteriza um Estado de exceção é financiado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social), um banco que deveria prezar pelo interesse social, principalmente por utilizar o dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). (mais…)

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Coronel Ustra e covardia provocam asco

Por Bob Fernandes, no Jornal da Gazeta

Tem quem faça a linha “moderninho” e diga ser “antigo”,”fora de moda” o tema ditadura no Brasil. Para quem não gosta de ditadura, de direita ou de esquerda, algumas imagens, atos e personagens provocam asco.

Carlos Brilhante Ustra é coronel reformado do Exército. O Tribunal de Justiça de São Paulo já o reconheceu como torturador. Muitos dos torturados o apontaram como comandante de um centro de torturas e assassinatos.

Ustra chefiou o tenebroso DOI-CODI entre 1970 e 1974. Entre 70 e 75, os presos mortos no DOI-CODI em São Paulo foram 50. Passados 27 anos do fim da ditadura o Brasil instalou uma Comissão da Verdade. (mais…)

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Brasil leiloado

Manifestação contra leilão da ANP
Manifestação contra leilão da ANP. Foto: UOL.

Por Adriano Benayon*, em Correio da Cidadania

1. A 11ª rodada de licitações do petróleo é novo marco na descida do Brasil para a condição de país de escravos.

2. São 289 blocos, em 11 Estados. As estimativas indicam que os blocos totalizariam de 40 a 54 bilhões de barris in situ. Aplicado o fator de 25%, prevê-se produção de 10 a 13,5 bilhões de barris.

3. Muitos técnicos julgam provável haver mais petróleo nesses 289 blocos, todos em áreas fora do Pré-Sal, nas quais as reservas provadas até hoje totalizam 14 bilhões de barris.

4. A Agência Nacional (???) do Petróleo (ANP) declarou que nos blocos licitados deverão ser descobertos 19,1 bilhões de barris de petróleo e gás, que serão exportados. O valor, na cotação atual, é quase US$ 2 trilhões.

5. Conforme a Lei 9.478/1997, outro marco da escravidão, ficaremos com royalties de 10% desse montante. Na média, os países produtores de petróleo recebem das transnacionais 80% do valor das receitas. (mais…)

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A defesa do óbvio

Por Paulo Passarinho, no Correio da Cidadania

Outro dia desses, vi uma postagem em uma rede social da internet com a seguinte frase: “que tempos são estes, em que temos que defender o óbvio?”. A frase era atribuída ao dramaturgo e poeta alemão Bertolt Brecht, também um conhecido frasista. Não tenho a menor certeza da autoria mencionada, mas de fato é muito penoso viver em um tempo onde o que deveria ser o óbvio passa a ser visto como complexo ou inviável, ou até mesmo desconsiderado.

O momento político e econômico do Brasil nos dá inúmeros exemplos dessa espécie de abobalhamento – ou, pior, acanalhamento – que afeta povos, sociedades, países inteiros em determinados momentos históricos. A própria Alemanha de Brecht, com toda a sua tradição intelectual e filosófica, se deixou levar pela aventura nazista e certamente pode ter sido a fonte de inspiração desta lúcida e realista frase atribuída a ele.

O Brasil experimentou, durante décadas do século passado, um processo de industrialização que nos permitiu constituir uma base produtiva complexa, para um país dependente e na periferia do sistema capitalista. Mantendo integrado um país territorialmente continental, fortalecemos nossa unidade com estruturas sofisticadas de produção, transmissão e distribuição de energia elétrica; serviços de telefonia e telecomunicações; produção interna de bens de consumo, insumos e bens de capital.

É verdade, também, que esse processo manteve o país dentre os mais desiguais e injustos do mundo, situação que se torna mais grave, e dramática, quando constatamos as riquezas que temos e todas as prerrogativas que nos facilitariam construir uma sociedade de fato democrática, justa e harmoniosa. Esta é uma grave constatação, que apenas nos evidencia que o crescimento econômico, por si só, não é condição suficiente para enfrentarmos os desequilíbrios e injustiças que nos marcam e nos envergonham. (mais…)

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PT Socialista e Luta Indígena, por Egydio Schwade

A hora é de confronto e toda a sociedade brasileira terá que se posicionar. De um lado estão os índios e os trabalhadores familiares com ou sem terra, cujas armas e munição são mudas e sementes variadas. Do lado de lá, os agronegociantes, mineradores, donos das empresas de construção e, ao que tudo indica, o Governo com as tradicionais armas de fogo letais.

Abril Indígena. Foto: Valter Campanato, 2013
Abril Indígena. Foto: Valter Campanato, 2013

O PT no poder parece que esqueceu toda a trajetória que o construiu, as pessoas e a causa que o construíram e até a história de pessoas que compõem o governo no poder.

A briga com as lideranças indígenas de Belo Monte ao Tapajós, dos Guarany aos Yanomami e as mais recentes declarações da Ministra Greicy Hoffmann são exemplos incontestes. Os indígenas defendem com unhas e dentes aquilo que nós socialistas do PT, desde o início dos anos 80, e mesmo antes, defendíamos como um direito, contra a ditadura militar: o direito de possuir direitos, de trabalhar para a vida, de celebrar a vida e viver comunitariamente com liberdade sobre um pedaço de chão. (mais…)

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Sozinho, Videla morreu sem revelar destino de 30 mil desaparecidos

Charge de Latuff - Videla condenado por roubo de bebês na ditadura
Charge de Latuff – Videla condenado por roubo de bebês na ditadura (OperaMundi, 2012)

Maioria dos crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura se concentrou no período em que ele foi presidente

Por Aline Gatto Boueri para OperaMundi

Jorge Rafael Videla morreu neste 17 de maio gelado, de sol, em uma cela comum. Nas costas, pesavam duas condenações à prisão perpétua por crimes contra a humanidade cometidos durante a última ditadura militar argentina, da qual esteve à frente entre 1976 e 1981. Morreu sozinho, aquele que era conhecido como “a pantera cor de rosa”, apelido dado pelo caminhar e a sorte para escapar incólume de atentados. Julgado e condenado em vida, Videla não conseguiu fugir do destino final.

Com sua morte, talvez também seja sepultado o destino dos mais de 30 mil que sumiram sob seu governo. “Sobre os desaparecidos (…) se aparecessem, teriam um tratamento X. E se a aparição se convertesse em certeza de falecimento, teriam um tratamento Z. Mas como desaparecido não pode ter nenhum tratamento especial (…) É uma incógnita, é um desaparecido. Não tem entidade, não está. Nem morto, nem vivo, está desaparecido.”
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