O que O Globo não viu no assentamento Itamarati, no Mato Grosso do Sul

Por José Coutinho Júnior, da Página do MST

No dia 5 de maio, o jornal O Globo publicou uma matéria intitulada “De antigo império da soja à maior favela rural no interior do Brasil”. O repórter visitou o assentamento Itamarati, no Mato Grosso do Sul, e, de acordo com a matéria, o local é a prova concreta de que a Reforma Agrária no Brasil fracassou.

Leia a matéria na íntegra: Assentamento Itamarati garante a prosperidade de 17 mil pessoas no MS

De acordo com O Globo, a maioria dos assentados, carentes de assistência técnica e meios para produzir, arrenda seus lotes para grandes fazendeiros: “sem financiamentos ou assistência técnica, os pequenos agricultores não conseguem sobreviver da lida no campo. Até traficantes de drogas arrendam terras por lá. Tem fazendeiro que arrenda até 15 lotes”.

O Globo também alega que os “silos e armazéns de grãos estão apodrecendo”, e que “a prefeitura de Ponta Porã aguarda até o dia em que o Incra conceda a área para o município. Ali, quer que nasça uma nova cidade”.

Estive no assentamento Itamarati no ano passado para fazer uma matéria sobre a produção local para uma revista especial que o MST irá lançar, e posso afirmar que a reportagem do jornal O Globo não corresponde à realidade. (mais…)

Ler Mais

Via Campesina realiza 6º Conferência Internacional na Indonésia em junho

Da Via Campesina Internacional, na página do MST

Cerca de 500 camponesas e camponeses, membros de mais de 150 organizações de 70  países de todo o mundo se encontrarão de  6 a 13 de junho, em Jakarta, na Indonésia, para a 6ª Conferência Internacional da Via Campesina.

O evento será precedido pela Assembleia Internacional de Jovens e da Assembleia Internacional de Mulheres.

Essas conferências internacionais, que acontecem a cada quatro anos, são a instância máxima de tomada de decisões coletivas, de debates e de construção de uma agenda   comum de mobilização do movimento camponês.

Durante os oito dias da  6ª Conferência Internacional, os camponeses do mundo analisarão a conjuntura internacional, no marco da luta dos e das camponesas, além de analisar o impacto da apropriação de terras, da economia verde capitalista, do agronegócio, das multinacionais e das políticas neoliberais, em detrimento da Soberania Alimentar, da Terra, da Água, das  Sementes, da Biodiversidade e da reprodução da Vida.

A cerimônia de abertura da 6ª Conferência será no dia 9 de junho e reunirá milhares de participantes e personalidades nacionais e internacionais.

Ao longo de 20 anos, Via  Campesina realizou cinco conferências mundiais, na Bélgica (1993), no México (1996), na Índia (2000), no Brasil (2004) e em Moçambique (2008). (mais…)

Ler Mais

Organizações preparam protestos contra leilões do petróleo

cartaz leilões petróleoMAB – Movimentos sociais e sindicais estão preparando para a próxima semana ações em diversas capitais brasileiras para protestar contra a 11ª rodada de licitações de blocos para a exploração de petróleo e gás natural, prevista para os dias 14 e 15 de maio, e contra a privatização de diversas barragens cujas concessões vencem até 2015. Além das mobilizações, mais de 50 organizações assinaram uma carta (leia abaixo) que será entregue hoje (13) à presidenta Dilma exigindo o cancelamento do leilão do petróleo e da privatização das barragens.

Os atos acontecem no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Brasília. Em São Paulo haverá distribuição de jornais nas estações dos metrôs. Com as mobilizações, os manifestantes querem demarcar posição contrária à privatização dos 289 blocos de petróleo, localizados em 11 estados brasileiros. O volume a ser leiloado poderá ultrapassar 40 bilhões de barris, o que equivale a um lucro próximo a R$ 1,16 trilhões que será apropriado por empresas transnacionais do petróleo. Ao todo 64 empresas estão disputando os blocos.

As manifestações cobram também que o governo brasileiro não faça a licitação de 12 usinas hidrelétricas e de 23 pequenas centrais que estão encerrando seus prazos de concessão até o ano de 2015. A usina hidrelétrica Três Irmãos, localizada em Andradina, interior de São Paulo, será a primeira delas. Antes controlada pela estatal Companhia de Energia de São Paulo (CESP), a usina teve seu contrato de concessão vencido em 2011 e já está sob propriedade da União. (mais…)

Ler Mais

Norte de Minas sofre com a chamada seca-verde

Leo Fontes

Com o fim das as águas de março e as represas quase vazias, a esperança do sofrido povo de Monte Azul e Espinosa no Norte de Minas – dois dos dos Municípios mais afetados pela pior seca dos últimos 50 anos -, se enverga frente ao período de estiagem que se abrupta de agora até o outubro.

Enviada por José Carlos para Combate Racismo Ambiental.

Ler Mais

Governo colombiano pagava recompensa aos militares por guerrilheiros mortos

Leandra Felipe, Correspondente da Agência Brasil/EBC

Bogotá – Os chamados de “falsos positivos” – os casos de execuções extrajudiciais na Colômbia – foram revelados entre 2008 e 2009. As mortes tiveram a participação de integrantes do Exército colombiano. Adolescentes e jovens civis, com faixa etária entre 16 e 33 anos, foram mortos sob a alegação de que estavam em combate e que pertenciam a grupos armados ilegais, como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

A partir de 2005, uma diretiva do Ministério da Defesa do país, na época governado por Álvaro Uribe, intensificou a premiação dos resultados militares no marco do conflito armado. A Diretiva 29 de 2005 determinava prêmios em dinheiro e promoções aos militares que apresentassem mortes de guerrilheiros em combate.

As chamadas Mães de Soacha lutam para esclarecer a morte de 17 jovens da cidade, conhecida por abrigar milhares de deslocados internos pelo conflito armado. As famílias dos jovens assassinados dizem que as vítimas não atuavam na guerrilha, não estavam envolvidos no conflito armado e também não praticavam a delinquência comum. (mais…)

Ler Mais

Em dois meses, empresa de Eike Batista demite 400 trabalhadores

Só na semana passada, 150 funcionários foram afastados; sindicato afirma que não foi comunicado sobre as demissões (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / ABr)
Só na semana passada, 150 funcionários foram afastados; sindicato afirma que não foi comunicado sobre as demissões (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / ABr)

Da Redação Brasil de Fato

A OSX, empresa de construção naval do empresário Eike Batista, demitiu cerca de 400 funcionários nos últimos dois meses. Só na semana passada, 150 funcionários foram afastados, afirmou o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil e do Mobiliário no Estado do Rio de Janeiro (Sticoncimo-RJ).

“Ficamos sabendo das demissões, mas a empresa não comunicou o sindicato”, disse o presidente da entidade, José Carlos Eulálio. Em nota, a OSX confirma “ajustes” no quadro de funcionários, mas não revela o total das demissões.

No início de maio, ainda de acordo com o Sticoncim, a OSX perdeu o contrato de construção no Superporto do Açu de duas sondas de perfuração do pré-sal, num custo aproximado de US$ 1,6 bilhão, que afeta as prestadoras de serviço, como a Acciona. Para minimizar os impactos da perda de contrato, a empresa optou em colocar cerca de 1,6 mil funcionários em stand by e outros 250 pediram demissão, por serem de outros estados.

Enviada por José Carlos para Combate Racismo Ambiental.

Ler Mais

Provocações de um socialista antropofágico: Antonio Candido

Antonio Candido

Aos 93, Antonio Candido reafirma sua concepção de crítica literária e utopia política. Para ele, crítica ao capitalismo está viva, é plural e humanizou o mundo

Por Joana Tavares, em Outras Palavras (original de Brasil de Fato)

Crítico literário, professor, sociólogo, militante. Um adjetivo sozinho não consegue definir a importância de Antonio Candido para o Brasil. Considerado um dos principais intelectuais do país, ele mantém a postura socialista, a cordialidade, a elegância, o senso de humor, o otimismo. Antes de começar nossa entrevista, ele diz que viveu praticamente todo o conturbado século 20. E participou ativamente dele, escrevendo, debatendo, indo a manifestações, ajudando a dar lucidez, clareza e humanidade a toda uma geração de alunos, militantes sociais, leitores e escritores.

Tão bom de prosa como de escrita, ele fala sobre seu método de análise literária, dos livros de que gosta, da sua infância, do começo da sua militância, da televisão, do MST, da sua crença profunda no socialismo como uma doutrina triunfante. “O que se pensa que é a face humana do capitalismo é o que o socialismo arrancou dele”, afirma.

Nos seus textos é perceptível a intenção de ser entendido. Apesar de muito erudito, sua escrita é simples. Por que esse esforço de ser sempre claro?

Acho que a clareza é um respeito pelo próximo, um respeito pelo leitor. Sempre achei, eu e alguns colegas, que, quando se trata de ciências humanas, apesar de serem chamadas de ciências, são ligadas à nossa humanidade, de maneira que não deve haver jargão científico. Posso dizer o que tenho para dizer nas humanidades com a linguagem comum. Já no estudo das ciências humanas eu preconizava isso. Em qualquer atividade que não seja estritamente técnica, acho que a clareza é necessária inclusive para pode divulgar a mensagem, a mensagem deixar de ser um privilégio e se tornar um bem comum. (mais…)

Ler Mais

Padre Ton: Governo encoraja a artilharia anti-indígena

Padre Tonpor Padre Ton*, em VIOMUNDO

Não causa surpresa à Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas a manifestação da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, feita para ávidos parlamentares ruralistas, de que haverá mudanças nos procedimentos de demarcação de terras indígenas levadas a termo pela Fundação Nacional do Índio, FUNAI.  Mudanças que devem afetar especialmente áreas em estudo e não resolvidas no Sul e Sudeste do país, na mira de enorme pressão econômica, política e demográfica.

Talvez algumas pessoas, movidas pela ingenuidade, acreditem que a presença de ministra que nunca se envolveu em qualquer atividade indígena seja obra de malabarismo político das cercanias da Presidência da República, para esfriar a fervura do agronegócio, contrariado com a goleada de cerca de 300 lideranças que conseguiram no Abril indígena frear a tramitação da PEC 215/2000, que transfere do Executivo para o Legislativo a decisão final sobre demarcação de terra indígena.

Infelizmente, não acredito que se trate disso.

A Frente tem promovido muitas atividades na Câmara e fora dela, com a colaboração valiosa do Conselho Indigenista Missionário, CIMI, e da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, APIB,  a fim de deter o desmonte da legislação indígena, e nunca pode contar com — e sequer teve notícia — o envolvimento da cúpula do Poder Executivo em qualquer debate sobre a questão. (mais…)

Ler Mais