Tatiana Félix, Jornalista da Adital
Amanhã (9), às 10h, sairá o resultado final da análise de documentos referentes à licitação de concessão administrativa do estádio Jornalista Mário Filho, mais conhecido como Maracanã, no Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro (RJ). Acreditando que o Consórcio Maracanã, formado pelas empresas IMX Venues, Odebrecht Participações e AEG Administração de Estádios do Brasil, ganhará a concessão para administrar o complexo do Maracanã por 35 anos, o Comitê Popular Rio Copa e Olimpíadas vai realizar o ato de protesto “É Carta Marcada! – Dia de entrega do Maraca ao Eike”.
A mobilização acontecerá a partir das 9h, em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo fluminense. O objetivo é protestar contra a privatização do estádio, considerado um dos principais símbolos do estado que serve de práticas esportivas e culturais para a população, e também mostrar que existem negociações envolvidas para favorecer determinados empresários. Mesmo que o consórcio do qual faz parte o empresário Eike Batista saia vencedor, o Comitê garante que continuará lutando para pedir a anulação da privatização na Justiça.
No último dia 29 de abril, foi concluída a segunda fase da licitação de concessão administrativa do estádio onde foram analisadas as propostas econômicas e técnicas. Na ocasião, o Consórcio Maracanã obteve o primeiro lugar com a maior nota de 98,26 pontos, ficando à frente do segundo colocado, o Consórcio Complexo Esportivo e Cultural do Rio de Janeiro, formado pela Construtora OAS S.A, Stadion Amsterdam N.V e Lagardère Unlimited, que obteve 94,4624 pontos.
O projeto de privatização do Complexo Maracanã prevê a construção de shopping, lojas, restaurantes e estacionamento e, para isso, demolirá o Parque Aquático Júlio Delamare, do Estádio de Atletismo Célio de Barros e da Escola Municipal Friedenreich, além do fim da Aldeia Maracanã e da remodelação do Museu do Índio que se transformará em “Museu Olímpico”.
No início de abril, o Ministério Público do Rio de Janeiro entrou com uma ação civil pública pedindo a suspensão da licitação, alegando ilegalidade no edital e falhas na formulação do projeto, que teve estudo realizado pela IMX, empresa diretamente interessada em obter a concessão, e alegando ainda que as obras não atendem exigências para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Desde que começaram as obras de reforma nos estádios e mobilidade urbana nas cidades-sedes da Copa pelo Brasil, que as organizações e movimentos sociais, e os Comitês Populares da Copa vêm se manifestando contra as remoções forçadas e outros projetos que impactam a população.
Outras atividades
Na quinta-feira à tarde também haverá a plenária do Fórum Comunitário do Porto que discutirá os impactos das intervenções na região portuária, as remoções forçadas, repressão ao trabalho informal, entre outras questões. Já na sexta-feira (10) será realizada a Caminhada na Comunidade Indiana que também sofre perigo de remoção.
Para participar do evento, acesse AQUI.