Elaine Patricia Cruz* – Agência Brasil
São Paulo – O ministro Gilson Dipp, vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), está deixando a Comissão Nacional da Verdade. Ele vai encaminhar, em breve, à presidenta Dilma Rousseff uma carta com o pedido de desligamento da CNV. A informação sobre a saída de Dipp foi divulgada ontem (29) pela advogada Rosa Cardoso, que integra a comissão, em entrevista à imprensa após a reunião da CNV com representantes de vários comitês da Verdade, Memória e Justiça de todo o país, em São Paulo.
Dipp está afastado do cargo há sete meses por motivo de saúde. “O ministro me telefonou e pediu que eu comunicasse aos membros da comissão, e eu fiz isso, que ele achava que não tinha condições de garantir que voltaria a trabalhar em um ou dois meses. Ele [disse que] estava apresentando uma carta de demissão à presidenta. Então, o ministro Dipp deve mesmo deixar a comissão”, disse Rosa Cardoso.
A Comissão Nacional da Verdade foi criada pela Lei 12.528/2011 e instituída em maio de 2012. Ela tem por finalidade apurar graves violações de direitos humanos, cometidas por agentes públicos, ocorridas entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988. Os seus integrantes são: Gilson Dipp, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ); José Carlos Dias, advogado e ex-ministro da Justiça; Rosa Maria Cardoso da Cunha, advogada; Cláudio Fonteles, ex-procurador-geral da República; Paulo Sérgio Pinheiro, sociólogo; Maria Rita Kehl, psicanalista; e José Paulo Cavalcanti Filho, advogado. A CNV não tem atribuições jurisdicionais ou persecutórias. Ela colhe informações, documentos e faz diligências, visando a efetivar o direito à memória e à verdade histórica.
*Edição: Aécio Amado
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Enviada por José Carlos para Combate Racismo Ambiental.