RJ – Ambientalistas voltam a denunciar pesca predatória em Cabo Frio

Barcos pesqueiros fundeados no Peró, em Cabo Frio (Divulgação)

Seis embarcações passaram a manhã fundeadas na área protegida do Parque Estadual da Costa do Sol (PECS), no Peró

Paulo Roberto Araújo, O Globo

Pescadores artesanais, ambientalistas, banhistas e surfistas voltaram a denunciar a presença de barcos pesqueiros de grande porte na área protegida do Parque Estadual da Costa do Sol (PECS), no Peró, em Cabo Frio. De acordo com testemunhas, seis embarcações passaram a manhã desta quarta-feira fundeadas a menos de cem metros da areia. Quatro pesqueiros já tinham sido denunciados à Capitania dos Portos e outros dois foram vistos pela primeira vez no local. Pequenos barcos de apoio fazem pesca de isca na área onde só acontece a pesca artesanal, próximo ao Morro do Vigia.

O oceanógrafo Luiz Fernando Vieira, chefe da Área de Proteção Ambiental de Massambaba, que integra a diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), afirmou que a presença das embarcações nas proximidades da costa é ilegal. Ele preside a câmara técnica responsável pelos estudos para a proteção da faixa marinha do parque e das ilhas da área protegida.

– A atividade é completamente ilegal. Nessa área só pode ocorrer pesca artesanal. Os pequenos botes das embarcações estão capturando pequenos peixes que serão levados aos barcos grandes, que devem ser atuneiros. A pesca na região é realizada por uma população extrativista tradicional, principalmente por pescadores artesanais, desde os primórdios, sendo a mais antiga atividade econômica da região. Vamos combater o ilícito – prometeu.

O surfista Marcelo Valente, do movimento Ondas do Peró, disse que a presença dos pesqueiros provocou revolta em todos que estavam na praia:

– Já foi aprovada a faixa de proteção marinha de 300 metros através de medida provisória. Os barcos, contudo, estão pescando a menos de cem metros da areia. Os banhistas estão revoltados. Se a medida já foi aprovada, por que não há fiscalização? – lamentou.

A APA do Pau-Brasil, criada em 2002, possui uma área de abrangência constituída de cinco praias e oito ilhas: Brava (nudismo), Conchas, Peró, Caravelas, José Gonçalves e ilha dos Papagaios, Comprida, Dois Irmãos, Redonda, Pargos, Capões, Breu e Emerência. Com a criação do Parque da Costa do Sol, a área tornou-se um mosaico, ficando as ilhas inseridas no PECS e a linha d’água como parte da APA.

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