Por Laila Oliveira, Plenário
Os quilombolas de Brejão dos Negros estiveram na manhã de ontem, 17, no Incra, onde se reuniram com o procurador do órgão, Marcos Bispo, para resolver a questão da saída das terras que agora estão de propriedade de uma fazendeira. O juiz da região acatou o processo movido por uma fazendeira contra a União que reitera a posse de 70 hectares das terras da comunidade de Brejão dos Negros.
Após o juiz decidir a favor da juíza, concedeu apenas 10 dias para que a população liberasse a área para a fazendeira, no entanto, o terreno que anteriormente não tinha nada cultivado, hoje conta com uma rica safra de arroz, o que prejudicará mais de 40 famílias que vivem desse plantio.
A trajetória da população quilombola de Brejo Grande na luta pela terra é marcada pela persistência e força de um povo aguerrido mesmo diante dos obstáculos. Os moradores estão temerosos em relação a segurança do local, e pedem reforço policial para garantir a integridade dos populares.
“A população reivindica proteção, pois atualmente são 42 famílias que moram na região. Estamos preocupados com esse processo de devolução da terra, pois na comunidade já há plantação de arroz”, declarou o Pe. Isaias, da diocese de Propriá.
Para uma das lideranças, Izaltina, é preciso garantir a colheita. “Para nós foi um choque, já estamos com a área plantada e não queremos perder a safra”, reforça.
Após a reunião com o Incra os representantes seguiram para uma audiência no Ministério Público.