O Ato Político contra o Avanço da Bancada Ruralista em Territórios Indígenas, com o objetivo de dar visibilidade à pauta do movimento Abril Indígena, que ocorre em Brasília esta semana – de segunda a sexta-feira (15 e 19) – reuniu mais de 300 índios que acompanharam a votação do relatório final da comissão externa que acompanha as denúncias de violência contra a comunidade indígena Guarani-Kaiowá, do Mato Grosso do Sul
Da Redação em Brasil
Com Agência Câmara
Mais cedo, às 8h30min, em uma tenda armada no gramado em frente ao Congresso Nacional, foi lançado o Grupo de Trabalho em Defesa dos Povos Indígenas. O objetivo do grupo será dar visibilidade ao movimento Abril Indígena que está reunindo em Brasília, desde segunda-feira (15) até sexta (19), cerca de 600 lideranças indígenas, vindas de todas as regiões do Brasil, com o tema: Mobilização Nacional em Defesa dos Territórios Indígenas.
O Grupo de Trabalho em Defesa dos Povos Indígenas tem ainda como objetivo demonstrar a luta dos povos indígenas pela terra e por sua demarcação, pela qualidade de vida e pelo resgate das tradições e a inserção digna na sociedade. A criação da comissão especial foi aprovada pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, na última quinta-feira (11).
Terra para os índios
A comissão externa aprovou o relatório final em defesa dos índios guarani-kaiowá no sul do Mato Grosso do Sul. O texto foi elaborado pelo coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Sarney Filho (PV-MA), resultado da visita que fez em dezembro a Iguatemi (MS) para conhecer as condições de vida da comunidade instalada em uma área de dois hectares da Fazenda Cambará, conhecida como Pyelito, nas margens do Rio Hovy.
Naquela ocasião, os índios, ameaçados de expulsão, anunciaram um possível suicídio em massa. “A nossa posição é que a fazenda seja desapropriada e a terra entregue para os índios”, disse o deputado Sarney Filho (PV-MA).
A propriedade tem 762 hectares e se destina principalmente à pecuária de corte; cerca de 570 hectares estão plantados com pastagens. Além disso, 70 hectares foram plantados com eucalipto.
Segundo o relatório final, há mais de um ano que as crianças deixaram de frequentar a escola. Os índios não têm disponível nenhum meio de transporte e o proprietário bloqueia a estrada por um lado e, pelo outro, há o rio Hovy, que requer um barco, algo que os Guarani não têm.
Durante o evento, foi aberta a exposição de fotografias “Séculos Indígenas no Brasil”, de Franklin Azevedo Coe. Durante o lançamento, os participantes também poderão conferir o Caderno Especial Índios, da Revista de Debates Pensar Verde, que traz em seu conteúdo as atuais políticas indigenistas pela perspectiva dos índios, além de apontar novos caminhos para construir políticas que beneficiem e entendam suas verdadeiras necessidades.
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Compartilhada por Alenice Baeta.