Ditadura e peste emocional: a experiência argentina na Copa do Mundo de 1978

Argentina vence suspeitosamente a seleção peruana por seis a zero.

Por Raúl Enrique Rojo*, em Sul21

Este texto foi preparado para o seminário “Reflexões sobre o desenvolvimento de Porto Alegre”, realizado na Faculdade de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em março passado, organizado pela Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e MERCOSUL (CEFOR) da Câmara Municipal de Porto Alegre.

Primeiramente contextualizemos a disputa da Copa Mundial de Futebol na Argentina, em 1978. O país estava sumido, havia dois anos, na mais escura e sanguinária ditadura de sua história. O regime militar imperante, com certeza, não tinha atraído a disputa para a margem direita do Prata (já que, como sabem os brasileiros, estas decisões são tomadas com bastante antecedência(1), mas decidiu apropriar-se dela e usá-la como álibi propagandístico para consumo externo. Decidiu usar também como uma cortina de fumaça que não só escamotearia a pobreza das periferias e a dissensão das maiorias, mas, sobretudo, ofuscaria a usurpação do poder que estava em sua origem e o contemporâneo plano de sequestro, tortura e morte de seus oponentes e até dos que tinham tido a desgraça de despertar a cobiça de algum uniformizado ou de estar no lugar indébito no momento inapropriado, ou presenciado o que deveriam ter ignorado.

Houve, porém, mais. Estas realidades deram evidentemente outra importância ao Campeonato Mundial, a sua organização e a participação nele da seleção nacional. Em torno desta e da obtenção da Copa foi se criando uma sorte de mística nacionalista e de epopeia triunfalista que deveria galvanizar as multidões e enfileirá-las por trás dos governantes fardados, apagando toda divergência de opiniões e de interesses.

Já na primeira reunião da Junta Militar, celebrada no dia do golpe de Estado (24 de março de 1976) parece que seus membros falaram de futebol. O almirante Emilio Massera comunicou então ao general Jorge Rafael Videla que Argentina tinha que confirmar sua decisão de organizar a Copa de 1978 e que esta não custaria mais de setenta milhões de dólares. Videla teria afirmado que ainda que custasse cem milhões não haveria problemas (2). Finalmente “vinte e cinco milhões de argentinos”, como dizia a assinatura musical associada ao evento(3), acabaram pagando setecentos milhões de dólares por ela(4). E isso sem contar o meio milhão de dólares gasto pelo governo militar com a empresa norte-americana de comunicação e relações públicas Burson-Marsteler, recomendada por Henry Kissinger, para combater uma campanha contra a realização da Copa na Argentina que começava a ganhar espaço na mídia (5). Com efeito, pouco depois do golpe de 1976, em alguns países europeus se tornou evidente que a Argentina tinha se convertido em um grande campo de concentração. Por isso João Havelange foi pressionado para levar a disputa da Copa para o Brasil. Pablo Llonto, jornalista e advogado defensor dos direitos humanos, afirma, na sua detalhada obra sobre o Mundial de 1978, que o regime militar argentino ficou com a organização do torneio em troca (mediada por Havelange) da liberação de Paulo Antônio Paranaguá, filho de um diplomata brasileiro, detido pelo exército argentino em 1977 junto com sua noiva(6). Havelange se tornaria um firme apoiador do regime argentino e como tal foi condecorado por Videla durante a cerimônia de inauguração(7).

A realização e a conquista da Copa de 1978 foi o primeiro de três objetivos que perseguiram os militares argentinos em suas ânsias de se perpetuar no poder. O segundo era uma guerra relâmpago contra o Chile pelas ilhas do Canal de Beagle, interrompida no final desse mesmo ano, graças a mediação do Vaticano. Quanto ao terceiro, o enfrentamento com a Grã Bretanha pelas Ilhas Malvinas, foi o atestado de óbito do regime e atestou o retrocesso histórico das Forças Armadas no país. A Copa de 1978, portanto, satisfez as aspirações dos militares e foi a detonadora das temerárias aventuras posteriores.

O Campeonato Mundial de Futebol foi utilizado pelo regime para amortecer o impacto de suas políticas e desviar a atenção em torno do terror. Os gritos de gol abafaram os gritos de dor dos torturados. Os cânticos nas tribunas silenciaram os alaridos dos desaparecidos. A Copa foi um instrumento do qual se valeu a ditadura para afastar a população da angustiante verdade.

É certo que influiu naquele sucesso político do esporte a capacidade ainda intacta dos militares argentinos para manipular os sentimentos coletivos e a cumplicidade internacional. Mas é importante observar hoje que tais objetivos e estratégias, próprios de um regime ditatorial e perverso do passado, continuam à espreita dos governos democráticos de nossos dias. Muitos podem ver-se tentados a aproveitar competências de grande repercussão nacional e mundial, como a Copa da FIFA, para afogar na euforia unanimista das palavras de ordem as dificuldades políticas ou econômicas. O certo é que, na Argentina de 1978, a idolatria do futebol desempenhou o papel de uma miragem mistificadora(8) que pretendeu dissimular os segredos vergonhosos de uma empresa criminal. A função da exaltação coletiva das massas populares pela Copa e a seleção nacional de futebol consistiu em uma sorte de evasão onírica, de diversionismo social ou do que Eric Fromm tem chamado de “válvula de escape” que permitiu por então a reabsorção dos indivíduos na massa anônima, no “conformismo dos autômatos”, para falar uma vez mais como Fromm(9).

Se algum valor exemplar pode ter a Copa de 1978 na Argentina, e particularmente na sua capital, é o de servir de anátema, de enérgica reprovação a um modelo que não deve ser imitado. Lembremos, apenas, alguns “momentos fortes” daquela Copa: o mais que sugestivo triunfo da equipe argentina frente à do Peru (a quem precisava ganhar por quatro gols para ir à final e acabou vencendo por 6 a 0)(10); a bomba que estourou na casa (nada menos que) do Secretario da Fazenda da Nação, Juan Alemann (que por razões econômicas, tinha se oposto à organização da Copa) quando a seleção argentina fez o quarto gol na partida contra os peruanos; e, por fim, a tristemente célebre manifestação de populares na Praça de Maio, sob os balcões da Casa Rosada, após a conquista do Campeonato, aplaudindo o genocida Videla como o factótum do triunfo.

O mais dramaticamente hilário é que esta empresa de descerebração (se teve marcados resultados internos) rendeu muito pouco em nível internacional ao regime militar. Quase todos os jornalistas credenciados para a cobertura da Copa fizeram eco da ditadura imperante e aproveitaram a vinda ao país para dar voz aos dissidentes. Recordo que na França o programa diário que transmitia de Buenos Aires as notícias da Copa tinha a guisa de apresentação gráfica um gol do qual pendurava uma rede de arames farpados. Já nas arquibancadas do “Monumental de Nuñez”, os turistas perguntavam pela Escola de Mecânica da Armada (Marinha), o maior e mais conhecido campo de concentração do regime, que se achava a menos de dez quadras do estádio e era visível desde alguns pontos dele. Lembro também de ter escutado de um cartola da Associação do Futebol Argentino, no seu regresso de uma viagem internacional, que: “nem com três mundiais de futebol limparíamos a barra!”.

Do ponto de vista urbanístico, a Copa de 1978 poderia ser o reverso dos Jogos Olímpicos de 1992 em Barcelona, quando um grande acontecimento internacional completou a renovação da cidade. Para Buenos Aires, sede principal do torneio, o acontecimento serviu para realizar uma série de operações urbanísticas de grande impacto (e não só vinculadas à renovação da infraestrutura esportiva), ainda que com intenções muito diversas às da capital catalã, pois em todas estas operações apareceria a concepção modernizadora autoritária e tecnocrática que inspirava o regime, e seu desprezo pelo dissenso e a cidade histórica.

A ditadura decidiu utilizar para a ocasião dois dos estádios existentes na cidade, escolhidos por suas respectivas localizações: o chamado “Monumental”, do Clube Atlético River Plate, no rico corredor do norte portenho, e o “Fortim”, do Clube Atlético Velez Sarsfield, no bairro de Liniers, no Oeste de Buenos Aires, nas proximidades de uma projetada autoestrada e da avenida perimetral General Paz.Os outros grandes estádios de Buenos Aires, todos eles situados na zona Sul, assim como os do vizinho município de Avellaneda, foram descartados. Quanto aos construídos fora da Capital (Mar del Plata, Córdoba e Mendoza), não têm passado de caríssimos elefantes brancos que só lotam uma ou duas vezes por ano e se deterioram à vista e paciência de todos. No que tange aos de Buenos Aires, ainda que se justificasse que ambos os estádios tinham sido escolhidos pela possibilidade de aproveitar suas instalações, eles foram renovados integramente, dotados de uma tribuna completa (no caso do “Monumental”) e de amplos setores para espectadores sentados (no “Fortim”). Com acessos modernizados, ganharam painéis eletrônicos, colunas, passarelas e iluminação com a tecnologia mais avançada. Tudo com recursos públicos e apenas valores simbólicos por parte dos clubes(11).

A renovação dos estádios trouxe também operações sobre o entorno urbano destinadas a eliminar todo sinal visível de algo que pudesse constituir prejuízo na imagem do país. Para isto, implementou-se um plano de erradicação das vilas situadas em zonas próximas aos estádios onde se disputariam as partidas ou em zonas de interesse turístico. A primeira grande experiência de erradicação se produz entre fins de 1977 e começo de 1978 na vila do Baixo Belgrano, que ocupava uns onze quarteirões próximos a zonas de jardins e ao estádio Monumental. Depois, a vila de Colegiales, situada em um extenso e desativado pátio de manobras das estradas de ferro da linha Mitre. Neste caso, a decisão de despejo compulsório também incluiu um clube que possuía havia mais de vinte anos, a título precário, sua sede na vizinhança da vila. Nestas terras o governo municipal se limitou a traçar novas ruas, já que os quarteirões ficaram desocupados por vários anos. Um caso distinto foi o da “Vila 40”, que ocupava um imenso prédio no centro da Capital, onde tinham vivido até então 380 locatários, amparados em outros tempos pelo Ministério de Bem-estar Social (extinto pelo regime militar). Uma vez desalojados os ocupantes, as autoridades construíram no lugar uma nova praça pública denominada Monsenhor D’Andrea. Do plano de erradicação restam ainda algumas cicatrizes urbanas como o complexo de monoblocos conhecido (não por acaso) como “Forte Apache”, em Ciudadela, na periferia portenha. Outras “soluções arquitetônicas” foram, todavia, mais tópicas, como o muro construído para esconder dos olhos dos turistas estrangeiros a “Vila 15”, no bairro dos Matadouros, que recebeu por isso o nome popular de “Cidade Oculta”.

Uma obra de grande impacto e preço exorbitante foi o edifício da ATC, Argentina Televisora Color, que ocupou um vasto espaço nos jardins do nobre bairro de Palermo Chico. José López Rega, o “super-ministro” da terceira presidência de Perón, tinha previsto realizar ali um “Altar da Pátria” de reminiscências franquistas. Depois do golpe de Estado de 1976 foi fácil para os militares mudar o destino do lugar para localizar ali a nova tecnologia necessária para a transmissão da Copa ao exterior. Por cima de uma suave lomba vizinha, se achava (por então inconclusa) a Biblioteca Nacional, projetada quinze anos antes por Clorindo Testa, estabelecendo um contraponto interessante no aspecto arquitetônico, mas inquietante quanto às prioridades culturais do regime. Porém, o “detalhe” desconsiderado pelos novos donos do poder foi que o prédio ficaria na rota dos aviões do vizinho aeroporto da cidade, circunstancia que obrigou a arrojadas e caríssimas soluções construtivas que encareceram em mais seis vezes o orçamento original(12).

Quanto a hotéis e aeroportos, ainda que a propaganda oficial falasse de contingentes extraordinários de turistas que chegariam para a Copa, a distância do país dos grandes centros de origem do turismo de massa e o conhecimento das atrocidades do regime fizeram que só alguns torcedores viajassem à Argentina em junho de 1978. A maioria era de brasileiros que aproveitaram a proximidade e que sonhavam com a reprise pela seleção canarinho de suas atuações em Suécia, Chile e México. Construíram-se, assim, poucos hotéis em Buenos Aires, mas destacou-se por sua concepção e tamanho o “Bauen” (hoje autogerido pelos empregados depois da falência dos proprietários). Também se realizaram obras no Aeroporto de Ezeiza, que o deixaram tão pouco acolhedor como era antes para os passageiros, porque, segundo o Almirante Carlos Lacoste, a obra tinha concepção “moderna”, oposta à “velha pieguice argentina” (sic) segundo a qual toda a família deve acompanhar um viajante ao aeroporto.

Afilhado político de Massera, Lacoste alcançou com estes méritos a presidência do Ente Autárquico Mundial 78 (EAM 78) encarregado da gestão da Copa e, depois desta, alguns ministérios e até a presidência provisional da Argentina durante algumas semanas, no interregno entre os generais Viola e Galtieri. Só em 1984 renunciou a sua reeleição como vice-presidente da FIFA, cargo que o conduziu a sua excelente relação com o inamovível João Havelange. As contas do EAM 78 sob sua gestão nunca foram esclarecidas, sendo interessante saber que Lacoste incrementou seu patrimônio em quatrocentos por cento, recebendo apenas uma “repreensão ética” do juiz Miguel Pons por ter especulado no mercado de capitais enquanto era funcionário público. Lacoste é considerado suspeito de estar por trás da bomba a Juan Alemann e da morte em um atentado não esclarecido do general Omar Actis, o primeiro presidente da EAM 78, que queria fazer um Mundial mais austero. Ele foi assassinado em 21 de agosto de 1976, dois dias antes de uma conferência de imprensa na qual iria apresentar seu projeto. Com o assassinato de Actis, Lacoste organizou a Copa a seu gosto e de seus sócios fardados e a paisana(13). E quando acabou o torneio, a Argentina tinha duplicado sua dívida com o FMI…

Se não é, pois, por íntima convicção esportiva, a estrita conveniência moral e material recomenda denunciar a tentação de instrumentalizar um evento como a Copa do Mundo de Futebol. Não acobertemos sob uma fraseologia ufanista sempre disponível a cegueira, a complacência e a subserviência de tantos “amantes do futebol”, dispostos a unir-se no mesmo “oba-oba” populista e a tirar proveito de fundos generosos e gastos sem controle. Por acréscimo, a experiência argentina nos ensina que por trás deste miserável decorado folclórico podem se esconder outros objetivos, invisíveis ou opacos, que concernem a essa massificação regressiva das emoções que Wilhelm Reich denominou “peste emocional”(14). Se para Reich esta noção aparece vinculada a um certo biologicismo, não é menos certo o que dizem dois autores franceses, Jean-Marie Brohm e Marc Perelman (em seu interessante ensaio sobre “a barbárie nos estádios”). Este conceito permite compreender o profundo parentesco de numerosos fenômenos sociais frequentemente desagregados e de fazer associações sumamente instrutivas(15). Qualificando como uma “peste emocional” o resultado da instrumentalização do futebol, Brohm e Perelman têm insistido sobre os efeitos psicológicos de massa que aquela pode trazer. As “paixões esportivas” desatadas desta forma não são, com efeito, anódinas emoções coletivas (identitárias ou igualitárias), mas a expressão do que pode chegar a ser uma “uma patologia social pandêmica”. A manipulação dos certames e sua desvirtuação para servir a fins extra-esportivos, podem favorecer a insidiosa manifestação de uma forma de alienação social que poderíamos qualificar, conforme Eric Fromm, como uma “paixão destrutiva”(16).

Conclusões

Se a sociologia acadêmica de nossos dias tem tendido a esquecer a importância dos fenômenos de multidão, a psicologia social, a Escola de Frankfurt e outras correntes teóricas têm insistido em um aspecto contrário: o papel da psicologia de massa, em particular sobre o que Theodor Adorno chamou de “a monstruosa mecânica da diversão”(17) que, se supõe, deveria lutar contra o aborrecimento e o vazio psicológico da multidão solitária de hoje. Como demonstra o agir dos ditadores argentinos de 1978, o futebol é precisamente um recurso a disposição dos “condutores” que pretendem direcionar as “multidões manifestantes” e as “multidões atuantes”, para retomar a terminologia de Gabriel Tarde(18). São estas multidões as que, quando inebriadas pelo futebol, podem conduzir-se como matilhas guerreiras, matilhas de caça e de linchamento, e às vezes mesmo como multidões criminais cujo comportamento fora das “arenas” constituem espetáculos ordinários periodicamente noticiados pela mídia. O encerramento em espaços fechados (arenas, estádios, autódromos, ginásios), produz isso que o premio Nobel de literatura Elias Canetti denomina também “massa em anel” e que, com diversas descargas emocionais se converte (de massa inerte, passiva e expectante que era) em massa rítmica, excitada e barulhenta.

“O clamor que em outros tempos se acostumava produzir nas execuções públicas quando o carrasco brandia a cabeça do criminoso, é o clamor que se escuta hoje nas manifestações esportivas, tendo-se convertido na voz da massa”, dirá Canetti(19). Esses clamores (rugidos, gritos, brados, vaias e cantos interpretados ao som de cornetas e “vuvuzelas” diversas) são outras tantas descargas de massa que se opõem a outras descargas de massa: massa contra massa, torcida organizada contra torcida organizada, multidões vitoriosas contra multidões vencidas, hordas desencadeadas enfim. Estas manifestações não têm nada de espontâneo, nem são a consequência de inofensivas brincadeiras, mas as preliminares da “peste emocional”, ela mesma resultado de uma alteração profunda da estrutura do caráter das massas a raiz de sua manipulação política: os indivíduos afetados pela peste emocional se distinguem, com efeito, como lembra Reich(20), “por uma atividade mais ou menos destruidora e temerária”. Seu pensamento aparece perturbado por conceitos irracionais e é determinado essencialmente por emoções nas quais a razão não intervém, preparando-os acriticamente para outras cruzadas chauvinistas. Não esqueçamos que entre a Copa de 1978 e a malfadada aventura guerreira de Malvinas passaram-se apenas quatro anos…

(*) Raúl Enrique Rojo é doutor em Sociologia, professor da UFRGS e argentino.

1 Cabe destacar que a designação da Argentina como sede da Copa de 1978 foi feita em um Congresso da FIFA celebrado em Londres em 1966, quando também se decidiu que os torneios de 1974 e 1982 se realizariam na Alemanha e Espanha, respectivamente. Em tudo caso, naquele Congresso ninguém podia prever o que sucederia doze anos depois.

2 Eduardo GALEANO, El fútbol a sol y a sombra, Buenos Aires, Siglo XXI, 2006.

3 Composta por Martin Darré, “Veinticinco millones de argentinos” foi muito mais difundida (e popular) que a própria marcha oficial da Copa, de autoria de Ennio Morricone. (o compositor da música de vários espaguete-westerns de Sergio Leone). Talvez porque mais conforme com o pensamento do governo.

4 Quatro anos depois, na Copa disputada na Espanha, se gastou menos da quarta parte.

5 Eduardo VAN DER KOOY, “Un grito en la oscuridad”, in:El libro de oro del Mundial (1930-1998), Buenos Aires, Clarín, 1998.

6 O diplomata não era outro que Marcos Henrique Paranaguá, sobrinho trineto do Marquês de Paranaguá, ministro da Guerra brasileiro durante o conflito da Tríplice Aliança.

7 Pablo LLONTO, La vergüenza de todos. El dedo en la llaga del Mundial 78, Buenos Aires, Ediciones Madres de Plaza de Mayo,2005.

8 O termo pertence a Jean-Marie BROHM e Marc PERELMAN, Le football, une peste emotionelle. La barbarie des stades, Paris, Gallimard, 2006, p. 15.

9 Eric FROMM. La peur de la liberté, Paris, Buchet-Castel, 1963, p. 147-148.

10 Conf. David A. YALLOP, How they stole the game, Londres, Constable, 2011.

11 Até há pouco tempo os ex integrantes da Junta Militar continuavam sendo sócios honorários de River Plate como expressão de agradecimento pelos favores concedidos à dita instituição esportiva.

12 Os estúdios ficam flutuando e recobertos em uma cápsula de ar, evitando os vazamentos de sons provenientes dos aviões que sobrevoam constantemente.

13 Conf. Carlos del FRADE, Ciudad goleada. Central y Ñuls. Fútbol, lavado de dinero y poder, Rosario, Editorial Último Recurso, 2005, p. 24.

14 Wilhelm REICH, L’Analyse caractérielle, Paris, Petite Bibliothèque Payot, 1976, p. 437.

15 Por exemplo entre as frustrações e a reação política, entre o autoritarismo e as rigidezes caracteriais, entre o doutrinamento e a irracionalidade política ou entre as neuroses caracteriais e os preconceitos racistas Conf. Jean-Marie BROHM e Marc PERELMAN,op. cit., p. 36.

16 Eric FROMM, La passion de détruire. Anatomie dela destructivité humaine. Paris, Robert Laffont, 1975, p. 50-51.

17 Theodor W. ADORNO, Minima moralia. Réflexions sur la vie mutilée, Paris, Payot, 2001, p. 150.

18 Gabriel TARDE, L’opinion et la foule, Paris, PUF, 1989, p. 58-59.

19 Elias CANETTI, Masse et puissance. Paris, Gallimard, 1966, p. 34.

20 Wilhelm REICH, L’Analyse caracterielle, op. cit, p. 437.


Enviada por José Carlos para Combate Racismo Ambiental.

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