Cansadas de serem violentadas, mulheres se fecham em uma comunidade exclusivamente feminina
por Redação Galileu
Em tempos de revoluções twittadas, o que acontece na vila de Umoja, no Quênia, é uma das manifestações mais subversivas do planeta. A ideia é abrigar mulheres que escaparam de estupros, agressões, casamentos forçados, mutilações genitais e outras covardias. E para deixá-las totalmente à vontade e livre do trauma que inevitavelmente segue uma experiência dessas, nada de homens – a não ser os que lá nasceram.
Essa história de resistência e coragem começou há 22 anos como uma inofensiva cooperativa de artesanato, que produzia e vendia peças de miçanga. Apesar da evolução, o espírito cooperativo permanece intacto: as mulheres dividem a carga e trabalho igualmente e tudo funciona na base da conversa, sem hierarquia. A coisa mais próxima de uma chefe que o vilarejo possui é Rebecca Lolosoli, que está mais para líder espiritual dos 48 moradores. E essa mulher merece um parágrafo à parte.
Com a ajuda de 15 mulheres que tinham um passado mais ou menos parecido com o seu, ela fundou a Umoja. Só o fato delas serem as donas da terra é uma subversão, já que mulheres não podem ter uma propriedade. Além das oficinas de artesanato com miçanga – uma fonte de renda em potencial que pode torná-las independentes – elas são alertadas sobre o tratamento pré-natal e recebem assistência para que o parto em si também seja o mais seguro possível. Os casos de estupro também estão sendo levados à Justiça, graças à ajuda de um advogado britânico especializado em direitos humanos.
Se você quiser, pode colaborar com a iniciativa clicando aqui. Eles até informam o que cada valor representa na prática:
- US$ 10 financia a ida de uma mulher ao médico
- US$ 25 alimenta uma família por duas semanas
- US$ 60 enche a caixa d´água do vilarejo
- US$ 600 financia um ano de escola em período integral para uma das meninas
- US$ 1.800 paga um consultor que fará um planejamento para que 3 mulheres do vilarejo abram seu próprio negócio
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Enviada por Vanessa Rodrigues para Combate Racismo Ambiental.