No dia 07 de novembro de 2012, a Polícia Federal realizou uma operação na Aldeia Teles, fronteira entre Pará e Mato Grosso. O saldo foi vários índios gravemente feridos; crianças, idosos e mulheres ameaçados e humilhados pelos agentes federais; e um Munduruku assassinado por um delegado da polícia federal. O Ministério Público Federal abriu investigação que segue até o momento.
No final do mês de março de 2013, contingentes de dezenas de homens da Força Nacional, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e militares, desembarcaram na sede do município de Itaituba, no Oeste do Pará, às margens do rio Tapajós. A partir deste momento estava desencadeada a chamada “Operação Tapajós”.
Na quarta-feira, 27 de março, o Ministério das Minas e Energia (MME) publicou em seu site, na internet, a seguinte informação:
“Cerca de 80 pesquisadores, entre biólogos, engenheiros florestais e técnicos de apoio, darão continuidade, nesta quarta-feira 27, ao levantamento da fauna e flora no médio Tapajós, que irá compor, entre outros estudos, o Estudo de Impacto Ambiental para a obtenção da Licença Prévia do Aproveitamento Hidrelétrico São Luiz do Tapajós”.
“Para garantir o apoio logístico e a segurança da expedição, os cientistas contarão com ajuda de equipes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública”.
O Decreto Presidencial n° 7.957 de 12 de março de 2013 que tem como objetivo “estabelecer normas para a articulação, integração e cooperação entre os órgãos e entidades públicas ambientais, Forças Armadas, órgãos de segurança pública e de coordenação de atividades de inteligência, visando o aumento da eficiência administrativa nas ações ambientais de caráter preventivo ou repressivo”, deu respaldo a esta ação.
Os indígenas Munduruku alegam que o governo não ouviu os povos da região antes de implementar seus projetos, e que estes estão sendo diretamente afetados pelas ações que estão ocorrendo no local, onde o governo está propondo a construção de cinco usinas hidrelétricas nos rios Tapajós e Jamanxim, o que tem levado medo, insegurança e revolta as comunidades indígenas.
Data: Quinta-feira (04.04.13)
Participantes: Valdenir Munduruku (liderança Munduruku), representante do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e representante do Fórum da Amazônia Oriental (FAOR).
Observação: após a coletiva a liderança indígena protocolará e entregará um documento solicitando a continuidade da atuação do Ministério Público Federal no caso em questão.
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Enviada por Dion Monteiro para Combate ao Racismo Ambiental.