Comunidade Pataxó faz retomada em área de ocupação tradicional invadida por empresários

Cerca de 900 índios Pataxó da aldeia Coroa Vermelha, em Porto Seguro, extremo sul da Bahia, retomaram nesta terça-feira, 5, uma área de 4.100 hectares usada por um empresário como campo de pouso de pequenas aeronaves – dentro do território tradicional reivindicado pelos Pataxó.

No território funciona uma Área de Preservação Ambiental (APA). Porém, mesmo assim é grande a invasão de pessoas não-indígenas devido à localização: norte da rodovia BA-001, que liga Porto Seguro a Santa Cruz de Cabrália. Uma equipe da Secretaria de Meio Ambiente do Estado da Bahia se deslocou para o local, além da Coordenação Técnica Local (CTL) da Funai de Porto Seguro, na pessoa de Irajá Pataxó.

A área retomada pelos Pataxó apresenta vegetação de restinga costeira, com remanescentes de flora e fauna de Mata Atlântica e manguezais ameaçados por empresários do setor de turismo e de hotelaria. Os Pataxó temem a destruição da vegetação, assim como ocorreu em Coroa Vermelha.

A APA Coroa Vermelha, reivindicada pelos indígenas como território tradicional, abrange parte da zona costeira dos municípios de Santa Cruz Cabrália e Porto Seguro. Foi criada em 1988 a fim de garantir a preservação dos recursos naturais, ao lado do desenvolvimento de atividades turísticas. Hoje em dia convive com conflitos ambientais, depósitos irregulares de lixo, extração ilegal de areia, ocupação desordenada do solo e desmatamento.

Jonga Pataxó afirma que a retomada é para garantir a proteção da vegetação nativa e da terra tradicional. Iracema Pataxó e Poa Pataxó dizem “que a presença dos Pataxó neste local é para garantir a proteção da área contra os invasores que querem usar a terra para construção de hoteis, pousadas, e a especulação imobiliária”. Como a área está dentro do território reivindicado, os Pataxó afirmam que vão resistir até o fim e não vão ceder as terras para invasores.

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