Achados arqueológicos, que remetem a civilizações pré-históricas, serão cobertos por hidrelétricas e rodovias; Iphan não acompanha demanda
IURI DANTAS / BRASÍLIA – O Estado de S.Paulo
O novo ciclo de obras de infraestrutura do governo federal revelou tesouros arqueológicos literalmente enterrados há séculos, que não seriam descobertos tão cedo.
Analistas do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) gerenciam centenas de sítios arqueológicos e artefatos durante o licenciamento de empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Alguns dos achados remetem a civilizações pré-históricas, em áreas que serão cobertas por reservatórios de hidrelétricas, cortados por rodovias, soterrados por ferrovias ou vizinhas de refinarias.
Na área da usina hidrelétrica de Belo Monte (PA), há registro de inscrições rupestres. Em Santo Antônio (RO), onde se levanta uma usina de 3,15 mil megawatts ao custo de R$ 15 bilhões, há sítios com artefatos arqueológicos até 4 metros debaixo da terra. Em Jirau (RO), foram encontradas pinturas rupestres em pedras e cerâmicas indígenas. (mais…)