Grupo de 17 voluntários mineiros leva ajuda à Guiné Bissau

Agentes sociais abriram mão da família e das férias para fazer a viagem

Os missionários – homens e mulheres entre 20 e 40 anos – estão abrindo mão da família e das férias de janeiro para levar tratamento odontológico, carinho e esperança para centenas de crianças

Jefferson da Fonseca Coutinho – Estado de Minas

Quando 2012 for passado recente nos céus de Confins, um grupo de 17 voluntários mineiros já vai estar embarcado rumo à Guiné-Bissau. O voo com destino à costa ocidental da África está marcado para as 23h55 de hoje. Os missionários – homens e mulheres entre 20 e 40 anos – estão abrindo mão da família e das férias de janeiro para levar tratamento odontológico, carinho e esperança para centenas de crianças. Serão 20 dias, com previsão de 60 atendimentos diários, em pontos críticos da região, a cinco horas de canoa do Arquipélago dos Bijagós. Todos os agentes sociais são marinheiros de primeira viagem em território internacional, tomado por epidemias e solapado pela guerra civil. Em Bissau, meninos de 8, 9 anos, órfãos, chefiam famílias e muitos professores são analfabetos. (mais…)

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Comissão Nacional da Verdade faz balanço positivo de 2012

Luciano Nascimento, Repórter da Agência Brasil

Brasília – Depois de sete meses de atividades, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) encerra 2012 com um balanço positivo de suas atividades. A avaliação é do coordenador da comissão, o ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles.

Instalada em maio deste ano, a comissão foi criada para apurar graves violações aos direitos humanos, praticadas por agentes públicos entre 1946 e 1988, com ênfase no período da ditadura militar (1964-1985), de modo a garantir o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional.

“Nos deslocamos a vários estados, debatemos com a sociedade civil, com governos municipais, estaduais, com o objetivo de criar uma grande rede permanente e de proteção da democracia, para que nunca mais tenhamos essa vivência ditatorial,” disse Fonteles à Agência Brasil.

Formada por sete integrantes, a comissão tem o poder legal de requisitar informações e documentos do Poder Público, com qualquer classificação de sigilo. Também tem a prerrogativa de convocar para entrevistas pessoas que eventualmente guardem alguma relação com os fatos e circunstâncias examinados e determinar perícias e diligências para coleta ou recuperação de informações, documentos e dados. Segundo Fonteles, o órgão ainda não encontrou resistência ao seu trabalho.

Durante os primeiros meses de atividade, a comissão promoveu 11 audiências públicas em nove estados para ouvir o depoimento de pessoas que foram perseguidas pela ditadura, dos advogados de presos políticos e dos agentes que estavam a serviço da ditadura. “Colhemos muitos depoimentos emocionantes e também tivemos a participação de muitas pessoas durante essas audiências,” disse. (mais…)

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Nota de Repúdio à adesão do Reitor da UFAL à EBSERH

Nota: Favor divulgar e fazer a adesão a esta Nota de Repúdio enviando nome da entidade/grupo de pesquisa, sigla, cidade e estado para: [email protected].

As entidades repudiam a adesão autocrática à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) realizada pelo Reitor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em 20 de dezembro de 2012, a qual desrespeita as instâncias democráticas de decisão da UFAL, os posicionamentos das entidades representativas dos segmentos da UFAL – Diretório Central dos Estudantes (DCE), Sindicato dos Trabalhadores da UFAL (SINTUFAL) e Associação dos Docentes da UFAL (ADUFAL) -, além das deliberações dos mecanismos de controle social na saúde, o Conselho Nacional de Saúde e o Conselho Estadual de Saúde de Alagoas, os quais já se definem contrários à EBSERH.

Adesão realizada quando os debates sobre a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) estavam iniciando no seio da comunidade universitária, pela base, através das Unidades Acadêmicas, com a participação de professores, estudantes e técnicos, o Reitor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) interrompe este processo democrático e convoca, às vésperas do recesso natalino, o Conselho Universitário (Consuni) para deliberar sobre a adesão ou não à Empresa.

Prosseguindo com a postura antidemocrática, interdita o acesso desta comunidade e de representantes do conjunto da sociedade alagoana ao local de realização do Consuni, em que seria tomada uma importante decisão de interesse público sobre o destino do maior hospital do Estado de Alagoas, quebrando a tradição de acesso livre dos interessados a todas as sessões deste Conselho, em respeito aos princípios republicanos da transparência e da publicidade. A proibição do acesso público sem margem legal provocou a ampla indignação de pessoas da sociedade civil e da comunidade universitária presente, que maciçamente repudiou a hipótese de uma reunião secreta, de portas fechadas, encerrada no claustro do autoritarismo. (mais…)

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The Wall Street Journal: “Mineradoras aceleram seu avanço na Amazônia brasileira”

Mineração já existe há tempos na região, como em Carajás, mas a expansão atual preocupa ambientalistas. Foto: Reuters

Por John Lyons e Paul Kiernan – The Wall Street Journal

Gigantes da mineração como a Vale SA e a britânica Anglo American PLC estão se esforçando cada vez mais para extrair minerais da floresta amazônica brasileira, apostando alto numa das regiões mais remotas e de meio ambiente mais sensível do mundo.

Ao todo, as mineradoras vão investir cerca de US$ 24 bilhões entre 2012 e 2016 para aumentar a produção de minério de ferro, bauxita e outros metais encontrados na bacia do Amazonas, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração. O Brasil já recebe hoje um quinto dos investimentos em mineração no mundo, e a Amazônia representa para muitos o maior potencial ainda inexplorado do país.

“A Amazônia será a nossa Califórnia”, disse Fernando Coura, presidente do Ibram. (mais…)

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2013, por Maria Tereza Horta

Maria Teresa Horta, Lisboa, 30/Dez/2012. Compartilhado por Susan de Oliveira Guarani Kaiowá.

Há sempre um acreditar
maior, levando-nos
na teima a prosseguir

Firmados nas raízes fundadoras
prontas a tecer a ventania
feita de ideais e de porvir
de vontade, de sonho e poesia

Pois existe um voo e um lutar
uma batalha pronta a impedir
a violência, o medo, o proibir

Há sempre um acreditar
maior, levando-nos
na teima a resistir

Exigindo o direito a inventar
um outro futuro a construir
apesar do vender e do roubar

Pois existe uma constância
em desagravo, outros modos
de amar, outra maneira
a fazer da vida um canto aberto

E da liberdade uma bandeira

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“Bella Ciao” depois da Santa Missa

Compartilhado por Sonia Mariza Martuscelli: “Il giorno 8 dicembre 2012 al termine di una Messa straordinariamente sentita e partecipata per il 42° anniversario della comunità di San Benedetto e per ricordare Domenico Cataldi, improvvisamente mancato, si è intonata la canzone partigiana “Bella Ciao” come impegno alla resistenza a tutte le ingiustizie”.

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Marãiwatsédé – “Forças federais desocupam área indígena no Mato Grosso”

Cleide Carvalho – O Globo
SAO PAULO. As forças federais que trabalham na retirada de não índios da Terra Indígena Marãiwatsédé conseguiram, na madrugada deste domingo, ocupar o distrito de Posto da Mata, no Mato Grosso, principal reduto de resistência à desocupação da área. A estratégia era ocupar o distrito num momento em que poucas pessoas estivessem no local, para evitar confrontos. Posto da Mata é a principal entrada para a TI Marãiwatsédé, onde estão localizadas pelo menos 12 das grandes fazendas e posses de tamanho médio de políticos locais.

Na última sexta-feira, um caminhão da Fundação Nacional de Saúde ( Funasa) , que transportava sete toneladas de alimentos para comunidades indígenas do Mato Grosso, foi saqueado e seus dois ocupantes – uma funcionária da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e o motorista da Funasa foram vítimas de cárcere privado e tortura.

– Os dois funcionários federais foram levados a um pequeno hotel em Posto da Mata e foram mantidos reféns por várias horas. Foram ameaçados de morte. Como a funcionária da Sesai começou a passar mal, pois tem problemas de pressão alta, um fazendeiro colocou os dois num carro e levou até Porto Alegre do Norte, onde foram liberados – disse Paulo Maldos, da Secretaria Nacional de Articulação Nacional. (mais…)

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Empresa de família de deputado federal entra na “lista suja” da escravidão

Complexo Agroindustrial Pindobas, empresa pertencente à família do deputado Camilo Cola (PMDB-ES), está entre as 56 novas inclusões no cadastro. Empresário é fundador do grupo Itapemirim

Por Anali Dupré, Daniel Santini, Guilherme Zocchio e Stefano Wrobleski

O Complexo Agroindustrial Pindobas, que pertence à família do deputado federal Camilo Cola (PMDB-ES), está entre as 56 empresas e pessoas físicas incluídas na última atualização do cadastro de empregadores flagrados explorando pessoas em situação análoga à de escravos, divulgada na última sexta-feira, 28. Conhecida como “lista suja” do trabalho escravo, a relação é mantida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) e tida como uma das mais importantes ferramentas na luta pela erradicação da escravidão contemporânea no Brasil.

A empresa da família Cola entra na atualização por conta de fiscalização realizada em 2011, quando foram encontrados 22 empregados do grupo em situação análoga à de escravo. Suplente da coligação PT-PSB-PMDB no Espírito Santo, o deputado assumiu a vaga de Audifax Barcelos (PSB-ES) de 6 de julho a 3 de novembro deste ano. Fundador do grupo Itapemirim, ele é um dos empresários mais poderosos do Espírito Santo e em 2010 declarou à Justiça Eleitoral crédito de R$ 1,1 milhão com o Complexo Agroindustrial Pindobas. A empresa é uma das propriedades disputadas por seus futuros herdeiros – conforme detalhado no livro Partido da Terra, do jornalista Alceu Luís Castilho. Nem o deputado, nem representantes da empresa foram encontrados para comentar a inclusão.

A lista serve como parâmetro para bancos na avaliação de empréstimos e financiamentos e para empresas na contratação de fornecedores. As signatárias do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, acordo que reúne alguns dos principais grupos econômicos do país, comprometem-se a não realizar transações econômicas com os que têm o nome na relação. Não é a primeira vez que políticos e suas empresas entram na lista.   (mais…)

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Policiais reforçam desocupação em terra indígena de MT

Cerca de 50 viaturas da força-tarefa chegaram, hoje, para reforçar a desocupação da área de Posto da Mata, próximo a Alto do Boa Vista, região onde estão sendo retiradas famílias que ocuparam áreas indígenas há anos. Segundo Agência da Notícia, a ordem da Força Nacional, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal é de que ninguém deve entrar e nem sair da área. Há informações de que os policias tenham fechado os dois acessos ao posto.

Conforme Só Notícias já informou, na sexta-feira (28) um caminhão da Fundação Nacional da Saúde (Funasa) que transportava cestas básicas para os índios foi incendiado ao tentar passar na região do posto. Segundo a Funai, antes de ser colocado fogo, um grupo de pessoas que resistem a desocupação saqueou os produtos.

Desde o início da operação, no último dia 10, foram vistoriadas 83 fazendas, sendo que 46 já estão em posse da Funai.

http://www.sonoticias.com.br/noticias/7/167124/policiais-reforcam-desocupacao-em-terra-indigena-de-mt

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Inclusão e os labirintos da educação

Por Lucio Carvalho *

Já faz algum tempo que eu desconfio dos trajetos sem percalços. Da realização pessoal custe o que custar. Do sucesso a qualquer custo. Dos resultados, metas, indicadores e dos gráficos-pizza. Desconfio também dos objetivos sublimes e metas solenes. E desconfio mais ainda de qualquer projeto educacional cuja métrica seja meramente cumulativa ou comparativa. Que trate de pessoas como se fossem recipientes de um saber sempre suposto, porque nem na ciência mais avançada há verdades absolutas. Eu quero dizer que estamos historicamente nos utilizando de indicadores equivocados para avaliar as pessoas, na escola e também fora dela. E quero insistir que levar a educação inclusiva por esse caminho compete em um risco imponderável.

Por isso pretendo me tornar, em 2013, um pregador do uso do FIB (Felicidade Interna Bruta) ao invés do PIB (Produto Interno Bruto) como único critério cabível para os estudantes, principalmente as crianças, e para seus pais e professores também. Chega de tanto sequestro de felicidade em nome de “desempenho”. Estamos falando de pessoas, não de “economês”. Pode estar certo que muitos de nós não hesitem em adotar a terminologia do mercado até mesmo para avaliar a própria vida, mas não temos o direito de fazer isso a mais ninguém exceto a nós mesmos. Muito menos a nossos filhos ou alunos.

Eu digo isso porque precisamos lidar com os fracassos, conhecê-los em detalhe, e não fugir deles como o diabo foge da cruz. A impressão que tenho, muitas vezes, é de que estamos impregnados de critérios alienígenas, que sequer aos próprios alienígenas se prestam. Apesar disso, nos últimos anos não posso mais contar nos dedos as histórias de sucesso envolvendo as vidas de pessoas com deficiência sobre as quais tomei conhecimento. Falo aqui especialmente das pessoas com deficiência intelectual de quem se espera, inclusive, que não reportem traços de sua deficiência, num tipo de reconhecimento social bastante típico desta época. (mais…)

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