Vladimir Platonow – Agência Brasil*
Rio de Janeiro – A possível demolição do prédio do antigo Museu do Índio para as obras da Copa do Mundo de 2014 vai encontrar resistência e luta, ainda que pacífica, por parte dos 35 índios que ocupam o local desde 2006. A advertência foi feita ontem (23) pelo cacique Carlos Tukano, que se recusa a deixar o imóvel, construído há mais de 100 anos. O local também foi sede do antigo Serviço de Proteção ao Índio, comandado pelo marechal Cândido Rondon.
O cacique criticou a decisão do governo do estado de demolir o prédio como parte das obras de reforma do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã. “A tensão é grande. Vai haver resistência, sim. Nós não queremos derramamento de sangue. [Isso] vai partir deles [os policiais]. Porque nós estamos acostumados a ver no dia a dia a polícia truculenta, que não quer diálogo e desconhece a política indígena. Nós não vamos sair. Vamos resistir pacificamente”, disse Carlos Tukano.
Ele explicou que a manutenção do antigo prédio é importante pelo sentido histórico e simbólico do imóvel. “Para nós este pedaço é muito importante, porque aqui é de toda a sociedade indígena do Brasil. O índio não tem mais nada para perder. Este é o único espaço que nós temos agora. E eles querem nos tirar à força”, declarou. (mais…)