Educação, petróleo e liberdade

Para Paulo Freire, tão importante quanto ler palavras é ler criticamente o mundo

João Paulo

Falar em educação no Brasil é um jeito cabotino ou ingênuo de querer ser bacana. Afinal, todo mundo é a favor da educação, de mais verbas para o setor, de melhor avaliação do que está sendo feito, de uma distribuição mais equilibrada das oportunidades. Além disso, é uma forma de defender princípios universais, como a importância do mérito, a valorização do esforço, o primado do conhecimento, a dissolução dos preconceitos. E tem mais: a educação é nossa saída para o desenvolvimento, para a igualdade, para a superação dos problemas que nos afligem há séculos. Quem é contra este programa?

O recente debate em torno da distribuição dos royalties do petróleo aproveitou de todos esses consensos para defender que a riqueza que dorme sob o sal deveria ser direcionada à educação de qualidade para todos. Se você quer convencer o outro de suas boas intenções, basta dizer que tudo será investido na educação. No sentido inverso, sempre que se quer fugir de análises políticas mais responsáveis, o mais fácil é jogar tudo nas costas da carência da educação em nossa realidade: nossos pecados de alma e nossos impulsos antirrepublicanos são todos decorrentes de sua falta: corrupção, autoritarismo, impunidade.

Em outras palavras, o uso duplo da educação, como saída para nossos males e explicação para nossas mazelas, nada mais é que um desvio ideológico explícito. A culpa da pobreza é dos pobres, que não estão aptos para os novos tempos (afinal, os empregos estão aí, o que falta é qualificação), e os defeitos sociais são consequência do estágio ainda incipiente do processo de formação cultural, e não resultado direto do encastelamento de interesses privados no coração do Estado e de suas práticas.  (mais…)

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Igreja de São Francisco de Chagas foi palco de reuniões subversivas durante a ditadura

Zélia Castilho, então aluna de ciências sociais

Reprimidos pela ditadura, estudantes de todo o Brasil participaram, em julho de 1966, do 28º Congresso da UNE, na cripta da Igreja localizada no Carlos Prates, em BH

Felipe Canêdo

Pouca gente que frequenta as missas da Igreja de São Francisco de Chagas, no Bairro Carlos Prates, Região Noroeste de Belo Horizonte, ou que transita na praça de mesmo nome imagina, mas a cripta da matriz já foi palco de um episódio importante e controverso da história recente do país: o 28º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em 1966. Até hoje, pouco se sabe sobre o que realmente ocorreu nas salas recônditas da parte de trás da matriz, quando pouco mais de uma centena de jovens elegeu o mineiro de Juiz de Fora, Zona da Mata, José Luiz Guedes presidente da entidade.

“O mais provável é que não tenha havido congresso nenhum. Acredito que houve um simulacro de congresso. Acho que levaram tudo pronto para lá”, afirma frei Márcio Cabral Carneiro, hoje com 74 anos, que era vigário da congregação. Já Guedes rebate a versão divulgada pelos religiosos: “Apesar do esforço da repressão, fizemos um congresso vitorioso, que foi muito impactante e teve como resultado grandes manifestações de rua em todo o país, que revelaram um setor extremamente engajado contra a ditadura.” (mais…)

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Especial – Consciência Negra, da TVE, hoje, às 18h30

Neste sábado (24), hoje, às 18h30, o Especial “Consciência Negra”, da TVE, vai mostrar a força e a soberania das mulheres do candomblé no documentário “A Cidade das Mulheres”, de Lázaro Faria. Mãe Estela, Yalorixá do terreiro Axé Opó Afonjá, conta a história do cambomblé e da sua vida como matriarca. Durante o documentário são mostrados depoimentos de mulheres baianas de todos os tipos, classes e profissões falando do que é ser baiana hoje.

“A Cidade das Mulheres” é um filme dedicado e criado a partir dos estudos de Ruth Landes, antropóloga estadunidense que estudou o papel do gênero na cultura afro-brasileira no final década de 1930. Assista ao vivo, sábado (24), às 18h30, aqui http://www.irdeb.ba.gov.br/tveonline

Especial- Consciência Negra da TVE

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Polícia Civil investiga atropelamento de indígena em rodovia de MT

Corpo de índio xavante foi encontrado por policiais rodoviários na BR-158. PRF ainda não identificou motorista suspeito de atropelar indígena

Do G1 MT

A Polícia Civil vai investigar a morte por atropelamento de um indígena nesta quinta-feira (22). De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o corpo da vítima foi encontrado nesta madrugada  na BR-158, entre os municípios de Água Boa e Canarana, a 736 e 838 quilômetros de Cuiabá, respectivamente.

“Recebemos a informação de que um corpo estava sobre a pista e quando chegamos nos deparamos com o índio morto”, relatou o policial rodoviário Luiz Márcio ao G1.

O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Água Boa. O perito criminal Flávio Rabelo informou ao G1 que o índio foi morto após ter sido atropelado na rodovia. O motorista que, supostamente, atropelou o indígena ainda não foi identificado pela PRF.

Membros da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) em Água Boa se deslocaram até o Instituto Médico Legal (IML) da cidade e informaram que o índio morto é da etnia xavante, no entanto, não identificaram a vítima. De acordo com o órgão, não há nenhuma informação de que um índio tenha desaparecido nas proximidades. O caso deve ser encaminhado ao Sesai em Barra do Garças.

http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2012/11/policia-civil-investiga-atropelamento-de-indigena-em-rodovia-de-mt.html

Enviada por Janete Melo.

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Agricultores de MT tentam retomar área considerada terra de xavantes

Segundo a notícia, a ordem de sair caiu “como uma bomba na vida dessas pessoas”! Se todas as bombas levassem tantas décadas para começar a cair, seguramente ninguém morreria por causa delas! Aliás, estou mentindo: muit@s indígenas já morreram exatamente pelo fato de elas não terem “caído” durante todo esse tempo. TP.

Conflito acontece no Alto da Boa Vista e São Félix do Araguaia. Faixas de protesto estão espalhadas pelos municípios

Do Globo Rural

Os agricultores recorreram à Justiça e o processo para tentar impedir a criação da reserva indígena passou por várias instâncias até que, em outubro, o Tribunal Federal deu ganho de causa para a Funai.

Os produtores também perderam o recurso do Supremo Tribunal Federal e agora recorreram novamente.

São seis mil pessoas, segundo a Associação dos Produtores, e todas terão que deixar a área. A terra pertence aos xavantes, de acordo com a decisão judicial.

Segundo a Funai, em 1967, o governo militar retirou os índios da área em aviões da Força Aérea Brasileira. Com a área livre, o governo vendeu a terra para um colonizador, que depois repassou a propriedade para uma multinacional italiana. Vinte anos depois, ao saber que a terra era indígena, a empresa devolveu o imóvel para os xavantes, segundo a Funai, mas o advogado dos agricultores disse que nunca houve essa doação.

A área de 165 mil hectares foi dividida e vendida para centenas de produtores rurais. Os irmãos Gilberto Luis de Rezende e Admilson de Rezende são dois personagens que ajudam a contar a história da ocupação da área. Eles venderam os imóveis que agora serão retomadas pela Funai, negócios feitos a partir de 1992. (mais…)

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