Agricultores de MT tentam retomar área considerada terra de xavantes

Segundo a notícia, a ordem de sair caiu “como uma bomba na vida dessas pessoas”! Se todas as bombas levassem tantas décadas para começar a cair, seguramente ninguém morreria por causa delas! Aliás, estou mentindo: muit@s indígenas já morreram exatamente pelo fato de elas não terem “caído” durante todo esse tempo. TP.

Conflito acontece no Alto da Boa Vista e São Félix do Araguaia. Faixas de protesto estão espalhadas pelos municípios

Do Globo Rural

Os agricultores recorreram à Justiça e o processo para tentar impedir a criação da reserva indígena passou por várias instâncias até que, em outubro, o Tribunal Federal deu ganho de causa para a Funai.

Os produtores também perderam o recurso do Supremo Tribunal Federal e agora recorreram novamente.

São seis mil pessoas, segundo a Associação dos Produtores, e todas terão que deixar a área. A terra pertence aos xavantes, de acordo com a decisão judicial.

Segundo a Funai, em 1967, o governo militar retirou os índios da área em aviões da Força Aérea Brasileira. Com a área livre, o governo vendeu a terra para um colonizador, que depois repassou a propriedade para uma multinacional italiana. Vinte anos depois, ao saber que a terra era indígena, a empresa devolveu o imóvel para os xavantes, segundo a Funai, mas o advogado dos agricultores disse que nunca houve essa doação.

A área de 165 mil hectares foi dividida e vendida para centenas de produtores rurais. Os irmãos Gilberto Luis de Rezende e Admilson de Rezende são dois personagens que ajudam a contar a história da ocupação da área. Eles venderam os imóveis que agora serão retomadas pela Funai, negócios feitos a partir de 1992.

Gilberto mostra documentos para explicar como negociou a terra, 157 mil hectares, com a Agip Liquifarma, a multinacional italiana. Ele reconhece que naquela época já sabia que havia um processo da Funai, mas muitos posseiros, no entanto, afirmam que não sabiam que era terra de índio.

No povoado de Posto da Mata, faixas de revolta contra a Funai estão espalhadas nos lugares mais movimentados.

Os agricultores já foram notificados pela Justiça e têm prazo de 30 dias para deixar a área, que é considerada dos xavantes. Mesmo assim, eles continuam plantando porque têm esperança de que vão poder continuar no local.

Além de cair como uma bomba na vida dessas pessoas, a ordem para sair, esbarra em alguns obstáculos, como as desmontagens dos silos e armazéns.

As primeiras famílias notificadas pela Justiça devem começar a sair da área no dia seis de dezembro.

http://g1.globo.com/economia/agronegocios/vida-rural/noticia/2012/11/agricultores-de-mt-tentam-retomar-area-considerada-terra-de-xavantes.html

Enviada por Lúcia Carneiro Guarani-Kaiowá.

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