“Carta do povo Munduruku para a sociedade brasileira sobre o ocorrido na aldeia Teles Pires”

Enviada pela Associação Indígena Pusuru, através de Luiz Cláudio

Dia 09 de novembro de 2012 a aldeia Teles-Pires do Povo Munduruku sofreu um ataque da polícia brasileira. Pegos de surpresa os indígenas viram homens armados se aproximando das aldeias. Os índios resolveram se aproximar e saber o que estava acontecendo. Ouviram então de um policial a ordem era explodir as balsas e dragas que haviam na região. Os índios pediram que não fizessem isso, pois era de onde a aldeia tirava algum sustento, com a comercialização e troca de produtos da roça para os garimpeiros.

Sem conseguir um diálogo com a policia os índios solicitaram que a polícia não tocasse em seus bens e nem no combustível que havia na aldeia, pois além de poluir o rio o combustível servia a comunidade. O policial que parecia comandar os outros concordou com essa proposta. Mas no dia seguinte os policiais não quiseram acordo e mandaram que todos voltassem correndo para a aldeia. Os índios recuaram, mas às 09:00h a aldeia foi invadida pela polícia, com helicóptero que disparava rajadas de tiros a esmo.

O cacique Baxixi acompanhado de seus guerreiros tentou dialogar com os invasores e um homem que se identificou como funcionário da Funai de Brasília e que acompanhava os policiais. Disse que a ordem era explodir tudo e passar por cima de quem se opusesse. Quando outros guerreiros se aproximaram os policiais começaram a disparar, colocando em pânico crianças e velhos. Um dos idosos estava sendo agredido quando um guerreiro atirou flechas nos policiais. Ele foi atingido por tiros e caiu no rio e depois um policial que comandava a operação atirou na cabeça do índio. Outros guerreiros reagiram com mais flechadas e o helicóptero iniciou a perseguição de mulheres e crianças pelos caminhos das roças. Muitas crianças acabaram se perdendo naquele momento dos pais. Depois disso tudo a policia ainda atirou bombas no local do rio em que o índio foi morto. (mais…)

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Maria do Rosário e Marco Maia discutem no fim do dia projeto que cria sistema de combate à tortura

Thais Leitão, Repórter da Agência Brasil

Brasília – A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, vai se reunir no fim da tarde de hoje (19), em Brasília, com o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), para discutir o projeto de lei (PL) que cria o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. O texto, em tramitação na Casa, foi enviado pelo governo ao Congresso Nacional, em setembro do ano passado.

A criação do mecanismo preventivo faz parte de um compromisso assumido pelo Brasil, em 2007, com a Organização das Nações Unidas (ONU), ao ratificar o Protocolo Facultativo à Convenção contra Tortura.

De acordo com a secretaria, o projeto prevê que o sistema seja composto por duas instâncias básicas: o Comitê de Prevenção e Combate à Tortura, composto por 23 pessoas indicadas pela Presidência da República, sendo a maioria da sociedade civil organizada; e o Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura, que terá 11 peritos indicados pelo comitê.

Os peritos terão livre acesso, sem necessidade de aviso prévio, a instituições fechadas, como centros de detenção, estabelecimentos penais, hospitais psiquiátricos, instituições de longa permanência para idosos, instituições socioeducativas para adolescentes em conflito com a lei e centros militares de detenção disciplinar. O objetivo é possibilitar o monitoramento dessas unidades. (mais…)

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O povo guarani sofre pelo subsolo de sua terra

Foto: Fábio Nassif/Carta Maior

por Pascuala Mena Trigo, da IPS

Camiri, Bolívia, 19/11/2012 – O povo guarani, que sente pertencer à terra e não o contrário, vive na Bolívia em permanente emergência desde que no subsolo de seu habitat foram descobertos hidrocarbonos, cuja exploração prejudica suas comunidades e cujos benefícios as marginaliza. Com mobilizações, bloqueios de estradas ou de campos petroleiros, e participação em pequenas ou grandes marchas, os guaranis buscam ser ouvidos pelo governo de Evo Morales, pelas autoridades dos departamentos do sul do país onde estão assentados, e pela estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB).

Desde 19 de outubro, moradores de comunidades rurais guaranis próximas realizam um bloqueio do campo exploratório de Caigua, sul do departamento de Tarija, exigindo que sejam consultados e considerados sobre os traçados de estradas e outras infraestruturas vinculadas a este empreendimento. Um mês antes, moradores guaranis bloquearam por vários dias uma importante estrada internacional que une este país à Argentina, no vizinho departamento de Chuquisaca, em um protesto das 27 capitanias guaranis pela desatenção por suas demandas e pelo descumprimento de promessas sobre o desenvolvimento do Chaco boliviano, onde vivem. (mais…)

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Candomblé é vida!!! Valeu Zumbi

Por: Oluandeji

O Candomblé nasceu no Brasil com a vinda dos negros escravizados que trouxeram muito mais que força de trabalho. A religião só sofre o racismo e a intolerância porque preserva seus mistérios, tradições africanas e com isso a ignorância das pessoas procuram negatividade no ódio institucional que outras religiões passam a seus adeptos.

A sociedade Candomblé na verdade não possui o Diabo que tentam nos ofertar, pelo contrário, os espaços religiosos Afro Brasileiros possuem a sua força na natureza, que é a maior obra de Deus.

Os terreiros de Candomblé, além da grande religiosidade, possuem a tradição de socializar a tudo e com todos, de maneira que seus adeptos sejam premiados com o respeito, que vive tanto em falta nesse mundo.

E quando alguém me fala que o Candomblé é uma seita do mal, eu já resposto de maneira simples e certeira, que nossa religião não escravizou ninguém, não aniquilou povos, e só não vê a beleza de nossa religiosidade aquele que não têm coração bom, por que o ódio cega às pessoas.

Candomblé é vida!!! Valeu Zumbi

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Missão Internacional de Solidariedade com comunidades atingidas por mega-projetos mineradores na América Central

Foto: Víctor Barro

Rádio Mundo Real realiza a cobertura desta missão organizada por Amigos da Terra Internacional, cujo principal objetivo é visibilizar os impactos sociais, ambientais, culturais, políticos e econômicos que a indústria extrativa mineradora está gerado na região centroamericana, a partir dos casos da Guatemala e El Salvador, em uma viagem que irá de 13 a 20 de novembro.

Serão visitadas as comunidades que têm resistido grandes corporações mineradoras como Goldcorp, Barrick Gold na Guatemala, bem como trabalho de difusão por parte de participantes internacionais com meios locais de comunicação, visitas a presos políticos de Barillas, reuniões públicas vinculadas à proteção dos Direitos Humanos e grupos ambientalistas em construção de movimento.

A partir do registro dos diferentes casos, Amigos da Terra Internacional junto a organizações aliadas reforçarão ações de denúncia e solidariedade a aqueles que mantém a resistência em defesa da vida e os territórios. A missão é feita em coordenação com o Movimento Mesoamericano contra a Mineração Metálica (M4) e os grupos locais de AT CEIBA e CESTA. (mais…)

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O Brasilianas.org de hoje discute a contribuição do negro ao Brasil

Para comemorar a Semana da Consciência Negra, o Brasilianas.org desta segunda-feira (19) irá discutir, ao vivo às 20h na TV Brasil, o negro no Brasil. O programa celebrará a cultura negra no país e fará um balanço da contribuição do negro na formação da sociedade brasileira. Serão abordados também a questão do estágio atual do preconceito, os avanços do ativismo negro e sua diversidade, além do legado histórico.

Para debater o assunto, o programa receberá Eloi Ferreira de Araújo, presidente da Fundação Cultural Palmares do Ministério da Cultura; Eunice Prudente, coordenadora do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Estudos Interdisciplinares sobre o Negro Brasileiro da Universidade de São Paulo (NEINB-USP) e Teresinha Bernardo, professora do Departamento de Antropologia da PUC-SP.

CLIQUE AQUI PARA ENVIAR SUAS PERGUNTAS AO PROGRAMA.

Não perca! É hoje (19/11), às 20h, na TV Brasil.

UHF Analógico Canal 62 (SP)
UHF Digital Canal 63 (SP)
VHF Canal 2 (RJ), (DF) e (MA)
Net – Canais 4 (SP), 16 (DF), 18 (RJ e MA)
Sky-Direct TV – Canal 116
TVA digital – Canal 181 (mais…)

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Secretaria de Direitos Humanos começa a apurar denúncias de torturas de presos em Santa Catarina

Thais Leitão, Repórter da Agência Brasil

Brasília – Representantes da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República começam hoje (19) a apurar denúncias de tortura de detentos em presídios de Santa Catarina. O grupo, liderado pelo ouvidor nacional dos Direitos Humanos, Bruno Renato Teixeira, está na capital catarinense, onde se reúne com autoridades locais ligadas à segurança pública.

De acordo com a assessoria de imprensa da secretaria, a ação desta segunda-feira é a primeira de uma série que será adotada em parceria com os estados e servirá para avaliar o sistema prisional do país. A próxima visita está marcada para a próxima sexta-feira (23), em Porto Alegre.

Há uma semana, o estado de Santa Catarina tem sido alvo de uma onda de violência. Uma das linhas de investigação da Polícia Civil vai apurar se os atos criminosos são uma represália a supostos maus-tratos contra detentos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública estadual, no fim de outubro, a mulher do diretor da Penitenciária de São Pedro de Alcântara, em Florianópolis, Carlos Antônio Alves, foi assassinada, o que também poder ser um ato de retaliação dos criminosos. Uma semana depois, durante um princípio de rebelião no presídio, agentes foram acusados de usar excesso de força para conter a ação dos presos. Na semana passada, Carlos Alves foi afastado temporariamente do cargo, a pedido próprio. (mais…)

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O leitor vulnerável em tempos de consciência bovina

Verenilde Santos Pereira*

O extermínio simbólico que desde o século passado a revista Veja produz contra os indígenas do Brasil – e contra tantos outros excluídos – continua cada vez mais virulento, embora esta produção simbólica justifique e até promova a aniquilação física destes grupos. Embora isto também promova a inconsciência e desinformação em seus vulneráveis leitores. Nas recentes coberturas sobre os Guarany Kayowá a Veja se supera: personifica inquestionavelmente a figura de Adolph Eichmann, o réu nazista que veiculou  no mundo a “banalidade do mal”. Como se sabe “banalidade do mal” é um conceito elaborado pela pensadora política Hannah Arendt – que pensou o mal fora da tradição cristã-ocidental que o ligou apenas ao sofrimento e à morte.  Neste caso, trata-se de um mal muito sutil, fora da concretude dos atos, portanto, mais perigoso.

Como é sabido, Adolph  Eichmann foi o réu nazista condenado à forca após julgamento na corte distrital de Jerusalém, em 1961. Ele foi acusado de crime contra o povo judeu, crime contra a humanidade e crimes de guerra. Para o julgamento – considerado um dos mais importantes do século passado e presenciado por jornalistas de todo mundo -, Hannah Arendt, de origem judia, participou como repórter para a revista The New York. O que causou perplexidade na pensadora é que, ao invés do monstro, de um criminoso cruel ou alguém arrependido pedindo perdão, ela se deparou com um homem dotado de uma excessiva superficialidade.

Eichmann  não era sequer dotado de forças demoníacas ou doenças patológicas que explicassem a autorização  para mandar exterminar milhares de pessoas nas câmaras de gás. Eichmann era apenas um tenente-coronel fiel à ideologia do Nacional Socialismo, admirava Hitler de quem era um servidor leal: sua obediência era “cadavérica”.  Ele era simplesmente alguém  incapaz de pensar fora dos clichês, das frases feitas, de colocar-se no lugar do outro, de ter consciência de seus atos. Esta incapacidade de pensar por si próprio essa falta de reflexão é que Hannah Arendt – autora que legou ao mundo reflexões que ajudam a compreender a contemporaneidade – definiu como a banalidade do mal. Irreflexão, incapacidade para o pensamento, era um mal banal, que não tinha raízes em patologias mais profundas embora se espalhasse como fungo em lugares-comuns. Voltemos à revista, a mais vendida no país portanto presente nos lugares comuns de milhares de brasileiros.   (mais…)

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