Sem-teto ocupam 11 prédios da capital paulista

Camila Maciel, Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Onze prédios abandonados foram ocupados na madrugada desta segunda-feira (29) por moradores sem teto da capital paulista. De acordo com a Frente de Luta por Moradia (FLM), o objetivo é pressionar o Poder Público a desapropriar esses locais para fins de moradia popular, especialmente na região central. “Não ocupamos prédios que estejam sendo usados. As famílias não podem esperar, por isso, estamos aqui”, justificou Carmem da Silva Ferreira, da coordenação do movimento.

Carmem informou ainda que não há previsão de reunião com prefeitura ou governo do estado para tratar da questão. “Vamos nos reunir e avaliar os próximos passos desse ato, mas não devemos desocupar por enquanto. As famílias que estão aqui não tem para onde ir”, disse.

A maior parte dos prédios ocupados fica na região central de São Paulo: Alameda Cleveland; ruas Helvétia, Quintino Bocaiuva, José Bonifácio e das Palmeiras, além das avenidas Ipiranga, São João e Prestes Maia. Foram ocupados mais dois prédios, um no bairro Nova Cachoeirinha, na zona norte, e outro na Estrada de Itapecerica, zona sul.

Edição: Talita Cavalcante

http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-10-29/sem-teto-ocupam-11-predios-da-capital-paulista

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“Morreremos por nossas terras”, diz liderança Guarani Kaiowá do MS

Fábio Nassif

“Estamos sendo encurralados, prejudicados, massacrados através dos jornais e das decisões dos juízes”. A frase de Ládio Veron em depoimento para a Carta Maior vem para reforçar uma carta escrita por indígenas guarani kaiowás de Pyelito Kue, no Mato Grosso do Sul, sobre a disposição de lutarem até a morte caso tentem despejá-los de suas terras, conforme indica decisão da Justiça Federal de Navirai-MS, em 29 de setembro. A situação jurídica do local segue em impasse, assim como das aldeias Passo Pirajú e Potrero Guasu. (mais…)

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Ainda o desmonte do IBAMA, os nossos políticos e nós, os eleitores

Por Roberta Graf*

O PT ganhou apertado a prefeitura da capital do Acre ontem, com menos de 1% na diferença dos votos pro segundo colocado, ainda que tenha usado pesada máquina pública e particular de “investimentos” na campanha.

E mais uma má notícia: sexta-feira passada, dia 26/10/2012, saiu o novo edital de concurso público pro IBAMA, com 108 vagas distribuídas em “todo o território nacional necessário ao PAC da Dilma”, ou seja, “Brasília” (93 vagas) e “Rio de Janeiro” (15 vagas). Visivelmente, para licenciar e gerenciar impactos das mega-hidrelétricas e do petróleo do Pré-Sal, entre outros mega-empreendimentos.

Também não entrou no edital qualquer tema ligado à conservação e manejo de biomas e espécies, nem de educação ambiental pró-ativa a comunidades e sociedades ambientalmente sustentáveis. Os demais 25 estados do Brasilzão continental não receberam vagas, embora recebam as obras, ou seja, se gastará muito dinheiro público deslocando servidores de Brasília às vistorias e fiscalizações, num órgão excessivamente centralizado e com enormes deficiências de gestão.

O que se quer do IBAMA? O que se espera de qualquer país sério, para o órgão ambiental federal central? Ao meu ver e dos demais estudiosos do tema, uma instituição forte, em todo o país, não só na capital, nem só nas capitais estaduais, mas nos municípios, de forma inteligentemente estratégica, para atender especialmente regiões de altos impactos e conflitos sócio-ambientais, desmatamento, indústrias. E também para atender regiões sensíveis ainda preservadas, os hot-spots, e uma boa amostragem de biomas, ecossistemas, hidrografia e espécies ameaçadas. (mais…)

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Cultura dos indígenas Tukano e Tuyuka é tema de mostra artística

Exposição abordará a vida e a cultura dos índios Tukano e Tuyuka

O evento, que é uma iniciativa do projeto Ciência às 7 e meia, do Museu da Amazônia (Musa), ocorrerá no próximo dia 31 de outubro ao Teatro Direcional do Manauara Shopping

A Crítica

Conhecimentos indígenas e icitiológicos, mitos e conceitos cosmológicos relacionados à origem dos peixes e suas relações com a humanidade serão temas de exposição e palestra que abordarão a vida e a cultura dos índios Tukano e Tuyuka que habitam o Alto Rio Tiquié, no noroeste amazônico.

A exposição “Peixe e Gente no Alto Rio Negro” vai abordar a cultura e as tradições dos povos indígenas e ocupará cerca de 1000m2 do centro de visitação do Museu da Amazônia, na Reserva Florestal Adolpho Ducke (em duas tendas esticadas na floresta e um pavilhão). O objetivo é contribuir para a conservação das tradições e saberes indígenas, através do seu rico patrimônio material e imaterial, expresso em suas aldeias e cerimônias, cozinha e armadilhas de pesca, no alto rio Negro. (mais…)

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Nós, guaranis-kaiowás

Índios guaranis-kaiowás invadem fazenda que estaria dentro de suas terras em Paranhos (MS)

Desalojados, expulsos de suas terras, tangidos para não lugares como a beira da estrada, índios são privados de sua dignidade, diz ex-ministra

Marina Silva Guarani-Kaiowá*

Nas assembleias estudantis e de movimentos sociais, nos anos 1970, 80 e 90, havia um ritual de “chamada” dos nomes dos que não estavam mais vivos e todos respondiam “presente!” como se todos ali fossem aquele que não estava mais. Geralmente tinham sido assassinados, em ação ou em sessões de tortura. A vida que havia se dado pela causa de todos era resgatada na vida de cada um e, coletivamente, com aquele gesto mostrávamos que aquela pessoa continuava a viver em nós.

Nessa semana, com a tecnologia que nos permite o século 21, esse ritual de resgate foi reeditado no Facebook. Centenas de pessoas adicionaram, como sobrenome, o “guarani-kaiowá”. E uma página chamada “Somos guarani-kaiowá” foi criada. Por sorte eles ainda estão vivos, por sorte a mensagem é sobre a continuidade dessa vida em nós que somos brasileiros. É uma afirmação, e não um resgate. Mas a necessidade da afirmação se deu por uma situação trágica. Uma tragédia superlativa porque crônica, já que vem de longe, muito longe no tempo, a luta dos guaranis-kaiowás pelas suas terras, pela sua cultura, pelo respeito a sua visão de mundo. (mais…)

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MPF/MT pede novo mandado de desocupação da terra indígena Marãiwatsédé

STF suspendeu liminares que impediam desocupação das terras

O Ministério Público Federal em Mato Grosso (MPF/MT) protocolou, na última quinta-feira, 25 de outubro, um pedido para que a Justiça Federal expeça novos mandados de desocupação da terra indígena Marãiwatsédé. O pedido baseia-se nas decisões do Supremo Tribunal Federal, dos dias 17 e 18 de outubro.

A saída dos fazendeiros e posseiros que ocupam a área indígena deveria ter acontecido até o fim do mês de setembro. Poucos dias antes do fim desse prazo, duas decisões do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) suspenderam a desintrusão, desobrigando, temporariamente, a saída dos ocupantes da área que pertence aos índios da etnia Xavante.

Diante destas decisões, o Ministério Público Federal recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), no sentido de obter uma decisão que restabelecesse as sentenças de primeira e segunda instâncias judiciais que declararam que a terra pertence aos xavantes. No dia 17 de outubro, o presidente do STF, ministro Carlos Ayres Brito, deferiu o pedido do MPF e suspendeu os efeitos da decisão liminar proferida pelo TRF1. O recurso ao STJ foi encaminhado pelo Presidente dessa Corte ao STF, por tratar de questão jurídica predominantemente constitucional, e no dia 18 de outubro de 2012 o presidente do STF, ministro Carlos Ayres Brito, igualmente deferiu o pedido do MPF e suspendeu os efeitos da outra decisão liminar proferida pelo TRF1. (mais…)

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“Se a gente vai se matar? Não! Não nos entregaremos fácil”, afirma Kaiowá de Pyelito Kue

Por Ruy Sposati,
de Brasília

A situação dos Kaiowá e Guarani envolvendo as comunidades de Passo Piraju, Arroio Korá, Potreto Guasu, Laranjeira Nhanderu e, especialmente, Pyelito Kue, todos no Mato Grosso do Sul, comoveu sociedades de todo o mundo na última semana – e gerou interpretações diferenciadas sobre o que queriam dizer os indígenas com a carta que denunciava o despejo da aldeia e a ‘morte coletiva’ de 170 pessoas. (mais…)

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Ameaçada de despejo, aldeia guarani-kaiowá promete resistir ‘até a morte’

Eles são cerca de 170 índios guarani-kaiowá, estão em uma área de 2 hectares de mata ilhada entre um charco e o leito do Rio Hovy, na divisa da Reserva Sassoró com a Fazenda Cambará, propriedade de 700 hectares no município de Iguatemi, no sul de Mato Grosso do Sul. A presença desse grupo de índios na área de mata ocupada por eles há um ano e chamada de Pyelito Kue/Mbarakay – que quer dizer terra dos ancestrais – foi decretada ilegal pela Justiça Federal há um mês e os indígenas condenados a deixar o local. Mas eles se negam a sair e prometem resistir à ordem judicial de despejo

Pablo Pereira – O Estado de S. Paulo

“Esta terra não é dos brancos. É nossa, de nossos ancestrais. Vamos ficar aqui até morrer”, afirma Líder Lopes, um dos chefes do grupo. Na calorenta tarde de sábado, com o rosto pintado, ao lado de outros guerreiros da tribo, Lopesafirmou ao Estado que o grupo sofre perseguição de fazendeiros no local e que sabe que a decisão da Justiça manda que deixem o local. “Mas nós não vamos sair daqui. Se vierem nos tirar vão ter de nos matar”.

Na aldeia escondida entre árvores de uma reserva ambiental da fazenda havia somente uma dezena de pessoas, entre adultos e crianças. Lopes alega que a luta dos Kaiowás é para garantir a posse da área que eles afirmam ser o local nos qual seus ancestrais viveram ainda antes de as fazendas se formarem nesta região do sul de MS, quase divisa com o Paraguai. A decisão judicial, beneficiando o fazendeiro Osmar Luís Bonamigo, representado pelo advogado Armando Albuquerque, no entanto, aponta em outra direção ao não reconhecer a posse das terras pelos kaiowás. (mais…)

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