O Tocantins e a monocultura do eucalipto

Mayron Régis

As unidades de conservação e as terras indígenas do Tocantins protegem o oeste e o leste do estado. O projeto da monocultura do eucalipto recebe adesões de vários proprietários e arrasa o meio do estado com a complacência do Naturantins e do Ibama.  E nesse meio, as nascentes dos rios Tocantins e Araguaia esfriam a sorte de quem se atreve a mergulhar em suas águas. O trecho do rio Lontra que passa pela chácara da Comissão Pastoral da Terra Araguaia-Tocantins em Araguaina é bem assim. Sem tirar e sem por nada. Um Cerrado seco esse do Tocantins, não racha, mas atola.

A sequidão do clima levaria qualquer um a procurar um banho. Um pouco a toa e alguém perguntaria: Para onde fica o rio? Antes de chegar, a mata nativa do Cerrado  se descasca porque uma casca sai e outra surge. Para olhos finos ou olhos de pura finesse, o Cerrado não oferece nada. Seria um bioma sem importância. O ex-ministro da agricultura Wagner Rossi declarou assim: “Lá não tem nada, só Cerrado.” Uma declaração dessas não é de graça e nem gratuita.

Essa declaração provém da ignorância e do preconceito. Uma ignorância e um preconceito embasados pela produção cientifica. Nada de extraordinário, então, que um ministro se pronuncie contra o segundo maior bioma do Brasil. O ex-ministro via no Cerrado, provavelmente, ele ainda vê, um reles antiquário, um espaço para exposição de coisas velhas. Sim, o Cerrado expõe a velhice em seus termos. Os representantes do agronegócio, como o senhor Wagner Rossi, consideram imperdoável a presença esparsa de espécies nativas. (mais…)

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Estreito. Nova hidrelétrica afeta vida de moradores

A construção da hidrelétrica de Estreito (MA), inaugurada neste mês pela presidente Dilma Rousseff, forçou ex-moradores de áreas afetadas pela barragem a viver em acampamentos sem eletricidade ou em assentamentos com racionamento de água.

Os problemas começaram há cerca de dois anos, quando a usina estava em obras e os moradores tiveram de se retirar. A hidrelétrica, no rio Tocantins, afeta 12 municípios na divisa entre o Maranhão e o Tocantins.

A reportagem é de Aguirre Talento e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 28-10-2012.

O principal é Estreito, sede da usina. Lá, a população teme que, no período chuvoso a ser iniciado em dezembro, o rio provoque enchentes por causa da barragem. Na zona rural, a erosão causada pela barragem à beira do rio já derrubou plantações.

O Ceste (Consórcio Estreito Energia), responsável pela hidrelétrica, diz que 2.000 famílias afetadas foram removidas e indenizadas. Parte delas, segundo o Ceste, foi reassentada em outros locais.

Há outras 900 famílias, porém, que reivindicam indenização. Elas não receberam nada porque não eram donas das terras onde moravam ou não tinham documentos que provavam a posse das áreas. (mais…)

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Grupo de 400 pessoas invade prédio na Duque de Caxias, no centro de SP

Prédio com salas comerciais estava vazio; não houve confronto

Gheisa Lessa – O Estado de S.Paulo

SÃO PAULO – Cerca de 400 pessoas invadiram, na madrugada deste domingo, 28, um prédio comercial na Avenida Duque de Caxias, na República, centro da capital paulista. A ocupação, de acordo com a Polícia Militar, já dura sete horas. Não houve confronto e a ação acontece de forma pacífica, afirma a Polícia Civil.

Dois zeladores estavam no edifício local no momento da invasão. Segundo agentes do 2º Distrito Policial (Bom Retiro), onde a ocupação foi registrada, os homens não foram agredidos, mas continuam no edifício.

Entre as 400 sem-teto que invadiram o prédio, há crianças e mulheres. O prédio de salas comerciais estava vazio e com placas para ser alugado, afirma a PM. (mais…)

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Ibama é conivente com crime contra pescadores no Xingu

No dia 17, a audiência de conciliação foi retomada sob comando das Procuradoras Federais Analice Uchoa Cavalcanti (que presidente a audiência) e Erika de Oliveira Almeida com a leitura da pauta dos ribeirinhos acerca do remanejamento imediato das famílias de áreas do canteiro de obras do sítio Pimental, em razão das explosões e situação de insegurança, e das dificuldade no transporte. (mais…)

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‘Esse governo só olha o dinheiro, o lucro, esquece que existem povos e nações’

Gabriel Brito

Como raras vezes se vê ocorrer, os últimos dias foram e continuam sendo de comoção em torno da maltratada causa indígena no Brasil. Após uma ordem de despejo da 1ª Vara Federal de Naviraí (MS) sobre terra indígena dominada por fazendeiros em Dourados (MS), os índios guarani kaiowá anunciaram através de carta aberta que não aceitavam a decisão e ficariam em suas terras ancestrais, vivos ou mortos, o que chegou a ser interpretado pelo público como um indicativo de suicídio coletivo.

Não era exatamente do que se tratava, pois os índios afirmavam que lutariam até o fim pelas terras e descartavam qualquer retorno à miserabilidade das cidades ou das beiras de estradas. De toda forma, o Brasil inteiro e agora o mundo veem se acirrar o conflito entre os latifundiários e seus habitantes originários, que por sua vez têm sido vítimas de uma crescente violência, representada pelas cerca de 500 mortes de índios guarani no estado desde 2003.

“Só nas aldeias Passo Piraju, Bokerón e Pyelito Kue (região de Dourados), são 412 famílias. Desde 2004, há um mandado de reintegração de posse. Hoje, a aldeia é estruturada, com água, energia, escola, posto de saúde, roça, animais, pomares…”, conta o cacique guarani Ládio Veron, que se encontra em São Paulo até 1º de novembro em busca de apoio e divulgação da causa guarani-kaiowá.

Na conversa com o cacique da aldeia Takuara (também afetada pela violência do “moderno” agronegócio), hospedado na metrópole por militantes sociais, fica claro que a repercutida declaração de guerra dos fazendeiros do Mato Grosso do Sul é concreta, já se traduzindo em cercos armados por pistoleiros em diversas fazendas, ou suas beiradas, ocupadas e acampadas pelos índios, em sua maioria guarani neste estado. (mais…)

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