O direito dos Xavantes

O cacique Damião Paridzané no navio Rainbow Warrior nos dias em que esteve no Rio de Janeiro para a Rio+20. (©Greenpeace/Rodrigo Paiva)

Após mais de 17 anos de luta, um importante passo foi dado para o retorno do Povo Xavante à Terra indígena Marãiwatsédé. Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal suspendeu a liminar que impedia a desocupação do território indígena.

Os Xavantes foram retirados à força de seu território na década de 60, abrindo espaço para a invasão de latifundiários. Mesmo após a homologação da Terra indígena Marãiwatsédé, em 1998, o território que pertencia aos índios não foi ocupada por eles e, desde então tem sido desmatada para o plantio de soja e de criação de gado.

A situação foi denunciada pelo Greenpeace, em 2009, no relatório “Farra do Boi na Amazônia”. No entanto, pouco mudou e os Xavantes continuam lutando para reaver seu território.

O pedido de suspensão da liminar que impedia a desocupação conclui que “todo grupo humano tem um limite para resistência. Os xavantes estão nessa luta desde a década de 60 e os anciões temem morrer sem ver a sua terra libertada. Todos os atos do Executivo e decisões judiciais reconhecem que o direito está a seu lado. Por que postergá-lo, então, em face de outrem que é apresentado, pelo próprio Judiciário, como invasor? Por que retardar a ocupação de terras que são correlatas à afirmação identitária desse povo?”.

O Greenpeace, junto com outras 24 organizações da sociedade civil, vem a público por meio da “Carta da sociedade civil em apoio à desintrusão da Terra Indígena Marãiwatsédé” manifestar seu apoio a causa dos Xavantes, o desejo de que o território seja devolvido a quem lhe é de direito e que sejam assegurados os meios pacíficos que podem garantir a segurança de todos neste processo.

Fonte: Greenpeace Brasil

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