“Em minha terra”, de John Boorman, retrata a reconstrução de um país estraçalhado pela violência do apartheid a partir da ação de uma Comissão da Verdade e Reconciliação que viaja pela África do Sul para colocar frente a frente assassinos torturadores e sua vítimas. Será do confronto do relato de uns (que vai do total desespero a uma dignidade impactante) e da confissão e pedido de perdão de outros que a anistia poderá ser concedida, baseada no sentimento do “Ubuntu”. “Sou o que sou em nome de/em consequência do que somos” pode ser uma tradução intuitiva que mostra o lado humano e belo do “Ubuntu” defendido por Mandela e que, de fato, iniciou um processo de mudanças no país. Mas confesso minha dificuldade para assimilar essa humanidade e essa beleza quando penso em séculos de genocídio e, na história mais recente, numa ditadura que só agora tem sua Comissão da Verdade iniciando os trabalhos. No mais, o romance entre o jornalista negro americano Samuel L. Jackson e a afrikâner Juliette Binoche não compromete, mas a melhor razão para assistir ao filme enviado por José Carlos para nós decididamente não é esta. (Tania Pacheco).
Filme maravilhoso.
“Aqueles que nao lembram do passado estao destinados a repeti-lo”