Injustiça Ambiental no sul de Santa Catarina: Denúncia contra a ”máfia” das minas de carvão que de forma brutal e agressiva contaminam tudo por onde passam

Rio Sangão em setembro de 2012, da mesma forma que todas as outras imagens sobre a poluição do carvão foram captadas em setembro de 2012.

 Tadeu Santos

A agressão, a poluição e comprometimento que as minas de carvão causam aos recursos naturais da região sul de Santa Catarina é um bárbaro crime para a Polícia Federal investigar, pois é dano e prejuízo não apenas ao meio ambiente, mas também aos aspectos sociais e econômicos em toda biodiversidade regional.

Famílias de baixa renda não podem mais buscar na pesca um complemento para a escassa ceia alimentar, porque a alta acidez da água não permite qualquer tipo de vida nos cursos d’água, da mesma forma a agricultura é prejudicada, além dos municípios não poderem captar água para o abastecimento público.

Mineiros trabalham embaixo da terra em um ambiente insalubre e perigoso para sobreviverem com a doença do pulmão negro/pneumonoconiose, tanto que o Estado os aposenta com apenas 15 anos de serviço. Isto é uma sutil e disfarçada forma de escravidão econômica, talvez pior que alguns períodos da época colonial!

Ferem frontalmente a Constituição ao desequilibrar os ecossistemas naturais desde a extração do carvão mineral até a queima para geração de energia fóssil, considerada a mais cara e mais poluente do planeta!!!

Apenas uma espécie de máfia pode manter ativa esta degradação socioambiental por tanto tempo, em uma mesma região, sem nenhuma condenação efetiva dos crimes praticados contra a biodiversidade, caracterizando uma verdadeira injustiça ambiental!!!

Várias ações judiciais contra os malefícios à saúde pública e ao meio ambiente provocados pelas mineradoras e as usinas térmicas são promovidas pelo Ministério Público e sentenciadas pela Justiça Federal, mas não atingem seus objetivos em função de um articulado poder político e econômico que defende os interesses da atividade carbonífera.

Milhões de recursos públicos já foram destinados a recuperação ambiental da região carbonífera, porém não solucionam o maior dano que é a contaminação da água, que em contato com os resíduos piritosos do minério, baixa o pH da água a níveis intoleráveis para qualquer uso. Nossas denúncias de crime contra a natureza são facilmente comprovadas com a coleta de água em qualquer curso d’água da Bacia do Rio Mãe Luzia, por exemplo.

Providências rigorosas precisam ser tomadas para conter este comprovado crime ambiental na região carbonífera do sul de SC, antes que haja um colapso irrecuperável, conforme alertas demonstrado pelo escritor Jared Diamond em sua obra ‘COLAPSO’.

A população afetada pela poluição do combustível fóssil agora também sofre com as adversidades e mudanças climáticas que estão ocorrendo com mais intensidade e frequência. Tanto que as maiores enchentes do Estado de Santa Catarina ocorreram na região carbonífera e o epicentro do Furacão Catarina também foi aqui, ou seja, já havia a violência das águas, agora também ocorre a violência dos ventos!

OBS: Seria o intenso calor emitido pelas chaminés do Complexo Termoelétrico da Jorge Lacerda 856MW também culpado pelo desequilíbrio da climatologia regional ou poderia ser também conjugada com a evaporação da imensa lamina d’água distribuída em toda a região sul pela rizicultura? Poderia ser dos oceanos Atlântico e Pacífico, mas poderia ser da Amazônia?

Queremos respostas às indagações, já que a ciência da meteorologia tem errado mais do que acertado em suas explicações sobre as origens dos fenômenos do clima, se são realmente naturais ou se o homem está provocando o desequilíbrio do clima da Terra!

Coordenação da ONG Sócios da Natureza / Araranguá – SC, Setembro de 2012.

http://www.tadeusantos.blogspot.com.br/

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