Sob concorrência de gás dos EUA, Comperj, destaque do PAC, pode virar apenas refinaria
Sergio Torres, de O Estado de S. Paulo
RIO – Com a finalidade petroquímica definida no nome, o Comperj corre o risco de funcionar somente como refinaria. Embora o projeto original do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro preveja a operação de unidades de fabricação de diversos produtos petroquímicos, a Petrobrás não conseguiu ainda parcerias na iniciativa privada, como forma de dividir custos bilionários. O acordo com a gigante Braskem, anunciado há dois anos, ainda não avançou.
Uma das principais razões do pouco interesse do empresariado é a dificuldade de concorrer com a indústria sediada nos Estados Unidos.
A tecnologia de extração do gás do xisto com emprego de tecnologia barata derrubou o preço da energia no território norte-americano, o que beneficiou em demasia os setores que dependem muito dela, como o petroquímico.
A Braskem busca nos Estados Unidos oportunidades geradas pelo shale gas (como o gás de xisto é conhecido internacionalmente). Também investe no México e em unidades locais – este ano, em Alagoas (PVC) e Rio Grande do Sul (butadieno). Mas do Comperj, até agora, mantém-se afastada, embora tenha firmado com a Petrobrás, em 2010, um acordo de associação ao projeto. (mais…)