Audiência STF: Estudioso de amianto há mais de 40 anos afirma que todas as formas da fibra são perigosas

Por indicação da Associação Brasileira de Expostos ao Amianto, Arthur Frank, membro do Collegium Ramazzini, professor patologista e pesquisador dos efeitos cancerígenos da espécie crisotila de amianto, compartilhou opiniões sobre os perigos do amianto, especialmente a crisotila, em sua apresentação realizada durante audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF). Há mais de 40 anos ele estuda os efeitos do amianto.

“O ponto mais importante que eu quero levantar é que todas as formas de amianto, inclusive o crisotila, causam uma série de doenças malígnas e não malígnas”, ressaltou. O professor disse que não falaria apenas de suas próprias opiniões, mas sobre o que organizações internacionais consideram sobre o assunto, tais como a Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer, a Organização Internacional do Trabalho e a Organização Munidial da Saúde, entre outras. “Todas as formas de amianto, inclusive a crisotila, são perigosas. Chegamos a essa conclusão com base naquilo que estudos científicos nos mostram e não por conta das fontes de financiamento da origem das informações”, salientou.

“Pessoalmente, já testemunhei vítimas de amianto ao longo dos anos. Os meus estudos envolvem culturas de células, órgãos, animais e humanos e eu realizei trabalhos não apenas nos Estados Unidos, mas na China, Siri Lanka, Israel, Índia e outros países, com dezenas de publicações sobre o perigo do amianto”, disse. Segundo ele, “todos os tipos de amianto foram reconhecidos como carcinogênicos”. “Da mesma forma, há outros tipos de amianto carcinogênicos como benzeno, benzila e muitos outros”, afirmou. (mais…)

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Audiência STF: Auditora do trabalho afirma que há um “silêncio epidemiológico” no país sobre o amianto

Em nome da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) e da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto, a audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF) ouviu nesta sexta-feira (31) Fernanda Giannasi, que é auditora fiscal do Ministério do Trabalho e gerencia um projeto do Estado de São Paulo sobre amianto. Para ela, “todos os tipos de amianto são cancerígenos” e quando o produto causa uma morte não interessa se ele é mais ou menos maléfico.

Na opinião da especialista, “existem mecanismos sociais que fazem com que haja um silêncio epidemiológico no país e que torna os dados das vítimas do amianto invisíveis”. Ela fez referência a uma decisão liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que permite que 17 empresas se abstenham de informar quem são seus empregados e quais estariam doentes. Além disso, existem acordos extrajudiciais que preveem a cessação do fornecimento de assistência médica para mais de 4.500 vítimas, caso o amianto venha a ser proibido no Brasil.

Fernanda Giannasi citou ainda a rotatividade da mão de obra como uma das causas para ocultar as doenças causadas pelo amianto. “A indústria do amianto, em média, tem uma rotatividade de três anos e algumas empresas possuem até 90% de rotatividade por ano. Essa é uma das estratégicas utilizadas para limitar o tempo de exposição e os efeitos tardios que, quando vierem, se darão longe da fonte geradora”, afirmou. (mais…)

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Desertificação será tema de debate internacional no Nordeste

Thais Leitão, Repórter da Agência Brasil

Brasília – No momento em que o mundo sofre os efeitos de uma das piores secas já observadas, que atinge em grandes proporções o Nordeste do Brasil, o país se prepara para sediar a 2ª Conferência Científica da Convenção das Nações Unidas sobre Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos de Secas (UNCCD). O encontro, que faz parte do calendário oficial das Nações Unidas, ocorre de 4 a 7 de fevereiro de 2013, em Fortaleza, e deve reunir acadêmicos, cientistas, políticos, organizações sociais e de setores privados de várias nações.

Durante os quatro dias, eles vão discutir a inclusão ou a consolidação das questões da desertificação, da degradação da terra e da seca na agenda ambiental de seus países. Estão previstas atividades comoworkshops, apresentações de resumos, oficinas, vídeos, exposições de inovação, excursões e mesas-redondas.

O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Carlos Nobre, enfatizou que a realização da conferência demonstra que o combate à desertificação está sendo compreendido, no cenário internacional, como fundamental para a construção do desenvolvimento sustentável. Ele lembrou que o tema fez parte da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio92), mas não conquistou, desde então, a mesma visibilidade, como os debates sobre mudanças climáticas e biodiversidade. (mais…)

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Combate à desertificação não é prioridade de governos, diz especialista

Thais Leitão, Repórter da Agência Brasil

Brasília – Embora o combate à desertificação seja fundamental à implementação de uma agenda consistente para o desenvolvimento sustentável, o tema ainda não é visto como prioridade pelos governos mundialmente. A avaliação é do presidente do Comitê Científico da Convenção das Nações Unidas para Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos de Secas (UNCCD), Antônio Rocha Magalhães.

Segundo ele, os impactos da seca são cada vez mais severos e a interferência humana, promovendo desmatamento e erosão, por exemplo, contribui para a piora do cenário. Magalhães argumenta que a prevenção e o combate à desertificação estão diretamente relacionados aos esforços para erradicação da pobreza.

“Cerca de 2 bilhões de pessoas vivem em áreas secas, sujeitas à desertificação, que representam 40% do território mundial. Essas áreas concentram 60% da pobreza mundial, por isso, quando se fala em erradicação de pobreza tem que se olhar em particular para essas regiões. Por serem mais pobres, com recursos naturais menos promissores e atividades agrícolas mais arriscadas por causa do déficit hídrico, elas não conseguem atrair apoio político forte”, afirmou. (mais…)

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Manejo adequado e conscientização são armas para combater desertificação, que já atinge 15% do território brasileiro

Thais Leitão, Repórter da Agência Brasil

Brasília – Com aproximadamente 1,3 milhão de quilômetros quadrados do seu território sob risco de se transformar em deserto, pensar o uso correto da terra é cada vez mais urgente ao Brasil. Dados do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, mostram que a área suscetível chega a 15% do território nacional e envolve 1.488 municípios em nove estados da Região Semiárida do Nordeste brasileiro, do norte de Minas Gerais e do Espírito Santo.

De acordo com o coordenador da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), Naidison Batista, a conscientização dos agricultores sobre o manejo adequado da terra somada à difusão de tecnologias adaptadas ao Semiárido são elementos fundamentais para combater o processo de desertificação no país. Para isso, Batista defende o uso das técnicas agroecológicas no combate e prevenção à desertificação.

“O enfrentamento desse processo tem que ser feito por meio da prevenção e não remediando [o problema]. E nessa luta, a aplicação das práticas da agroecologia são fundamentais, porque elas preconizam o cuidado com a terra, a compreensão de que é preciso usufruir dela sem esgotá-la, sem objetivar apenas o lucro”, argumentou. (mais…)

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Bahia terá que pagar indenização de R$ 10 milhões pela violência de 22/04/2000

Agência Estado

A Justiça Federal em Eunápolis, no sul da Bahia, condenou a administração estadual a pagar uma multa de R$ 10 milhões, a título de dano moral coletivo, por causa de uma violenta ação policial contra indígenas, sem-terra e militantes sociais em Porto Seguro, no litoral sul do Estado, durante as comemorações dos 500 anos de descobrimento do Brasil, em 22 de abril de 2000.

A justiça acolheu a denúncia do Ministério Público Federal na Bahia contra o governo do Estado, apresentada em 2006, que caracterizou como “desproporcional” a reação policial à manifestação popular. A União, também denunciada pelo MPF, foi absolvida pela justiça, que considerou o ato exclusivo da Polícia Militar – de responsabilidade estadual.

No episódio, policiais dispararam balas de borracha e bombas de gás lacrimogênio contra os cerca de 3 mil manifestantes, que portavam faixas e cartazes e tentavam seguir em marcha da aldeia de Coroa Vermelha até o centro de Porto Seguro, onde estava sendo realizado um evento oficial. Participava do ato o então presidente do País, Fernando Henrique Cardoso, e o governador César Borges. Quinze indígenas ficaram feridos e 141 pessoas foram presas na ocasião. (mais…)

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O mérito e o preconceito

Por João Paulo

Ao sancionar a lei que reserva 50% das vagas das universidades públicas por critérios de cor, rede de ensino e renda familiar, a presidente Dilma Rousseff tocou num dos temas mais polêmicos da sociedade brasileira. Sem choro nem vela, as universidades terão quatro anos para se adaptarem à lei. A partir de agora, a metade das vagas fica para a concorrência geral, a outra será objeto da disputa de alunos da escola pública, negros, pardos e indígenas, conjugados ainda com o pertencimento a famílias de baixa renda. Os chamados “formadores de opinião”, imprensa incluída, chiaram. E continuam chiando.

A primeira reação foi a esperada: a recusa da medida, ancorada em defesa da meritocracia. Para a sociedade brasileira, que nunca foi igualitária e sempre se armou sobre privilégios, trata-se de inversão absoluta de princípios. Afinal, em matéria de educação, o valor das avaliações constitui historicamente o critério por excelência de julgamento: os melhores merecem tudo, os piores as consequências do seu fracasso. O duplo vínculo que se estabelece é o da consideração da educação como de provimento público (todos pagam imposto para a minoria frequentar as melhores escolas superiores), mas julgada por critérios competitivos individualistas. (mais…)

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‘Racismo é perverso’, diz a primeira doutora quilombola do Brasil

Edimara Gonçalves Soares diz que acesso à educação para crianças quilomobolas é repleto de obstáculos, alguns intransponíveis (Foto: Bibiana Dionísio/ G1 PR)

Edimara Gonçalves Soares viveu em um quilombo no RS até os 15 anos. Em tese, ela afirma que educação em comunidades quilombolas é ineficiente.

Bibiana Dionísio, do G1 PR

A primeira doutora quilombola do Brasil acaba de tirar o título, na área de Educação, na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Edimara Gonçalves Soares, professora da rede estadual de ensino, defendeu a tese “Educação escolar quilombola: quando a política pública diferenciada é indiferente” na terça-feira (28). Formada em Geografia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, Edimara Soares nasceu e viveu até os 15 anos em uma comunidade quilombola, criada pelos bisavós dela, em Formigueiro, a 68 quilômetros de Santa Maria. A comunidade não tem nome e é formada por aproximadamente 60 famílias, que vivem do que plantam e criam. (mais…)

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Manifesto dos Povos Indígenas de Oaxaca e do Istmo de Tehuantepec contra empresas de energia eólica

Barra Santa Teresa hoy

A LOS MEDIOS DE COMUNICACIÓN, A LAS ORGANIZACIONES SOCIALES, A LOS ORGANISMOS DE DERECHOS HUMANOS, A LOS PUEBLOS INDÍGENAS, A LA OPINIÓN PÚBLICA, AL PUEBLO ISTMEÑO

Por este medio queremos denunciar que el consorcio Mareña renovables formado por el fondo de infraestructura MACQUARIE MÉXICO (FIMM), un fondo que administra el capital de los trabajadores de México (afores), junto con los recursos aportados por el gobierno federal mediante los fondos nacionales para infraestructura (FONADIN), PGGM, uno de los mayores fondos de pensiones holandés, Mitsubishi corporación; pretenden instalar el parque eólico denominado San Dionisio e istmeño, pese a la negativa de
nuestro pueblo Ikoots de San Dionisio del mar de no permitir su construcción porque atenta contra nuestro patrimonio biocultural y nuestra vida como pueblo pescador, y solo persigue explotar los vientos que corren por nuestro territorio que para nosotros son deidades a las que veneramos, y para las empresas únicamente significan un recurso, abundante, gratuito e inagotable, que pueden explotar.

La asamblea general del pueblo Ikoots de San Dionisio, denuncia que una vez más , estas empresas han incursionado en nuestro territorio, han marcado la carretera que piensan construir para introducir su maquinaria e iniciar sus trabajos, pese a que nuestro pueblo se ha manifestado en asamblea general no está de acuerdo con este parque que pretende instalarse en una de las zonas con mayor biodiversidad de nuestra región istmeña, y de la que depende buena parte de la alimentación que durante siglos ha mantenido a pueblos Ikoot’s y Binnizá. (mais…)

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