Judias europeias se prostituíram na América para fugir de perseguição, revela filme

Verena Kael e Matilde Teles, autoras do documentário "Aquelas Mulheres", que aborda a prostituição de judias na América. Foto: Renata Gordo.

Finalista em concurso de curtas, documentário aborda tema que ainda é tabu e mostra pesquisa de historiadores

O cenário era de fome, pobreza e anti-semitismo na Europa do Leste no final do século 19. Muitas das moças de famílias judias ansiavam por maridos e melhores condições de vida e as Américas surgiam como forma de construir uma nova vida longe da discriminação e da miséria. Jovens judias, analfabetas, muitas ainda virgens, recebiam propostas de casamento e promessas de uma vida melhor. Já no porto de Marselha, no sul da França, o sonho caiu por terra e antes mesmo de embarcar para o Novo Mundo, elas eram obrigadas por seus próprios maridos a se prostituírem.

E é assim que começou a história tabu de muitas “escravas brancas”, as prostitutas judias conhecidas como “polacas” que, sem alternativa, foram parar nos centros de cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Buenos Aires e Nova York.

No Rio de Janeiro, as polacas viviam nos bordeis e cortiços na Praça XI, área central da capital fluminense, onde hoje se chama Cidade Nova e estão sediados prédios públicos. Quase não restou vestígio do passado das polacas que pelo Rio de Janeiro passaram. O assunto ainda tabu e, muitas vezes, esquecido, virou tema para o curta-documentário Aquelas Mulheres (20 min) de Verena Kael e Matilde Teles (veja o filme aqui). (mais…)

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APOINME – Reunião da Funai com o Povo Potiguara sobre Projeto GATI

Reunião da FUNAI, com o apoio das Coordenações Regionais, as CTLs locais da FUNAI e em parcerias com a APOINME, GEF e MMA, vem realizando reuniões para esclarecimento do projeto GATI – Gestão Ambiental em Terras Indígenas. No vídeo da APOINME, está documentada a explicação do projeto na Terra Indígena  Potiguara, na Paraíba. Enviado pela APOINME para Combate ao Racismo Ambiental.

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O preto velho de Poços, por Luis Nassif

Crônica de 2006

Tive um colega de nome Ildefonso. Achava meio pomposo mas nunca perguntei de quem sua mãe havia tirado o nome.

Desde o início do século, aliás, Poços de Caldas era uma cidade de nomes enjoados, conforme anotou o professor Antônio Cândido em um de seus livros. Como havia uma clientela internacional bastante intelectualizada atrás dos supostos poderes miraculosos das águas de lá, tinha motorista de táxis de nome Platão, professores de nome Leibniz e assim por diante.

Muito tempo depois vim a saber que era em homenagem ao seu Defonso, Ildefonso de Souza, primeiro dentista de Poços, falecido em 6 de setembro de 1932.

Acho que toda cidade tem a obrigação de honrar a memória do seu primeiro dentista. Mas estou para ver história mais interessante que a do seu Defonso. Nem se fale do seu modo de tratar os clientes, extremamente fidalgo no trato pessoal, e mais para analista de Bagé quando pegava o marmanjo de jeito na cadeira, suando frio. Ou de seu prestígio político, como chefe e adversário principal do grande prefeito Francisco Escobar. Ou de sua casa, bem em frente à Igreja Matriz, nos tempos em que a rua Assis Figueiredo era chamada de Paraná, onde dona Zefa, sua mulher, exercitava as prendas de quituteira de primeira. (mais…)

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Especial 39 anos do 11 de setembro: documentário sobre Victor Jara

Este post foi publicado no dia 10 de setembro de 2011. Cheguei a pensar em repeti-lo este ano, assim como outro – “A batalha do Chile” – que também postei ano passado, quando o 11 de setembro bem mais que em 2012 parecia ter assumido um significado único. Acabei desistindo. Hoje enviei-o como resposta a um comentário de Sérgio Botton Barcellos, e ele me respondendo sugerindo que  fosse republicado. Aí vai, pois, apenas com uma necessária mudança, já que mais um ano se passou. Tania Pacheco.

El Derecho de Vivir en Paz, nome de uma das músicas e discos mais famosos de Victor Jara, é também o título de um documentário feito pela jornalista Carmen Luz Parot a seu respeito. Victor, que teve o nome do Estádio Nacional do Chile, onde foi assassinado, mudado em sua homenagem, nasceu camponês. Com a morte da mãe, foi seminarista e serviu ao exército, antes de decidir estudar teatro, começar a dirigir peças e tornar-se conhecido e famoso, ainda muito jovem. (mais…)

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“O Poder dos Candomblés”, de Edmar Ferreira Santos – para baixar

Enviado por Ney Didãn para Combate ao Racismo Ambiental com o seguinte comentário: “Esse livro traduz a memorável Resistência dos povos aguerridos na fé do Recôncavo baiano de ontem e sua lamentável realidade, ainda tão atual, na Bahia intolerante e racista de hoje”.

O Poder dos Candomblés: Perseguição e Resistência no Recôncavo da Bahia
Autor(a): Edmar Ferreira Santos
Ano: 2009
Editora: EDUFBA

Este livro conta como a prática do candomblé na região de Cachoeira, na Bahia, nas primeiras décadas do século XX, foi reprimida pela imprensa e pela polícia. Fruto de pesquisa cuidadosa, ele mostra o papel destas duas instituições na construção da imagem da cidade como “a cidade do feitiço”, traçando uma geografia histórica, afroreligiosa e analítica do local.

Para baixar o livro, clique AQUI.

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Faculdade Zumbi dos Palmares forma 1ª turma de Direito

Daniel Mello/Agência Brasil 

São Paulo – A Faculdade Zumbi dos Palmares celebrou a formatura dos 70 alunos da primeira turma de direito da instituição, que é voltada para a inclusão de negros no ensino superior. Declaram-se afrodescendentes 87% dos estudantes da faculdade, mantida pela Sociedade Afro-Brasileira de Desenvolvimento Sociocultural (Afrobras). A organização não governamental mantém parcerias com os setores público e privado para garantir o funcionamento de seis cursos com 1,7 mil alunos.

A cerimônia, realizada na noite de ontem (14) no Memorial da América Latina, zona oeste paulistana, contou com a presença de autoridades e empresários.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, um dos patronos da turma que colou grau, ressaltou para os formandos a importância histórica do momento. “Tenham sempre orgulho da instituição onde vocês estudaram. Ela é uma instituição histórica, tem uma carga simbólica de transformação na luta contra o preconceito, contra a exclusão, que nenhuma outra tem nesse país”, disse. (mais…)

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“Ex-capital do gado, Três Lagoas (MS) vira rainha da celulose”

Antes, as patas do gado; agora, a "floresta" do Deserto Verde. Legenda, claro, deste Blog!

Marianna Aragão, envida especial a Três Lagoas

Em dois meses, a cidade de Três Lagoas (MS) vai abandonar definitivamente a alcunha de capital do gado e adotar um novo sobrenome: a da capital mundial de celulose. Com a inauguração da fábrica da Eldorado Brasil, em novembro, o município atingirá uma capacidade para produzir três milhões de toneladas de celulose por ano. É a maior capacidade de produção da matéria-prima em uma única cidade no mundo. Uma mudança radical na vocação econômica do município sul-matogrossense que, até a década de 90, abrigava um dos maiores rebanhos de gado do país, de um milhão de cabeças. (mais…)

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Alckmin usa a mesma retórica dos matadores da ditadura, por Maria Rita Kehl

A pesquisadora norte-americana Kathry Sikkink revelou que o Brasil foi o único país da América Latina em que o número de assassinatos cometidos pelas polícias militares aumentou, em vez de diminuir, depois do fim da ditadura civil-militar

“Quem não reagiu está vivo”, disse o governador de São Paulo ao defender a ação da Rota na chacina que matou nove supostos bandidos numa chácara em Várzea Paulista, na última quarta-feira, dia 12. Em seguida, tentando aparentar firmeza de estadista, garantiu que a ocorrência será rigorosamente apurada.

Eu me pergunto se é possível confiar na lisura do inquérito, quando o próprio governador já se apressou em legitimar o morticínio praticado pela PM que responde ao comando dele.

“Resistência seguida de morte”: assim agentes das Polícias Militares, integrantes do Exército e diversos matadores free-lancer justificavam as execuções de supostos inimigos públicos que militavam pela volta da democracia durante a ditadura civil militar, a qual oprimiu a sociedade e tornou o país mais violento, menos civilizado e muito mais injusto entre 1964 e 1985. (mais…)

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Baixa educação, altos índices de homicídios

Sônia Maria perdeu o filho de 17 anos. Além de educação, ela defende mais lazer para os jovens

Levantamento do Estado de Minas mostra que, das 50 cidades com nota mais baixa no Ideb, 19 também figuram na lista das mais violentas. Escola é apontada como instrumento de proteção

Renata Mariz

Brasília – O baixo desempenho curricular não é o único problema das cidades que ficaram na lanterna do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Entre os 50 municípios com as piores notas na etapa final do ensino fundamental público (6º ao 9º ano), 19 estão no topo do ranking da violência juvenil brasileira, medido pelo Índice de Homicídios na Adolescência (IHA). Desenvolvido pela Secretaria de Direitos Humanos, esse indicador expressa, para um grupo de mil, quantos meninos e meninas que, ao completarem 12 anos, serão assassinados antes de chegarem aos 19. As informações obtidas pelo Estado de Minas a partir do cruzamento de dados do Ideb e do IHA levantam o debate sobre o papel da escola como instrumento de proteção da infância e juventude. (mais…)

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