Ação Popular que questiona “Acquário” de Fortaleza terá apelação julgada pelo TRF

Tania Pacheco – Combate ao Racismo Ambiental

A construção do megalômano “Acquário” de Fortaleza continua em disputa. Numa cidade que já foi belíssima e tradicional e que cada vez mais se deixa tomar pelo asfalto e o concreto, lançando sombras literais e figuradas sobre suas praias contaminadas e expulsando moradores para doar mais espaço para a especulação imobiliária, a peregrinação dos autores da Ação Popular continua.

Embora o próprio uso do dinheiro público, que tanta falta faz para as comunidades urbanas, mereça e deva ser questionado, o que a Ação Popular pede é apenas a precaução e o resguardo do patrimônio histórico e arqueológico da área onde o desgoverno quer construir o tal “Acquário”. A justificativa não poderia ser mais válida: foi exatamente nesse área que se deu o início da povoação europeia de Fortaleza, como dizem, aliás, os autores no processo:

O empreendimento denominado Acquário possui grandes dimensões que, segundo o projeto do governo estadual, será o maior do tipo na América do Sul, possuindo 21.500 m² de área construída e 15 milhões de litros de água em seus tanques de exibição. A localização da obra merece cuidados especiais, pois se encontra dentro da área onde Matias Beck se estabeleceu em 1649, fundando a Cidade de Fortaleza que cresceu em torno daquela região. Mais tarde se constituiu como centro da antiga zona portuária de Fortaleza, palco de atividade econômica da capital do final do século XVIII até meados do século XX.” (mais…)

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Escola de Formação da Juventude no Paraná debate os desafios dos jovens

Por Geani de Souza – Da Página do MST

Neste final de semana, entre os dias 14 a 17 de setembro, acontece a primeira etapa da Escola de Formação da Juventude da Região Centro, no estado do Paraná. Será um momento importante de debate e socialização sobre o papel da juventude, ao contar com a participação de jovens de várias escolas do campo, de assentamentos e acampamentos da região.

A atividade se realizará em três etapas: além deste ponta pé inicial neste final de semana, haverá outra em novembro e, posteriormente, outro logo no início de 2013.

A Escola de Formação da Juventude servirá enquanto um espaço de formação, ao contribuir no processo de organização dos assentamentos e acampamentos, com a finalidade de fortalecer e ampliar a organização de coletivos de juventude nas regiões, mobilizando e instigando a criatividade e rebeldia na construção de um mundo melhor.

O curso não pretende ser apenas um espaço de teorias, e sim de práticas que ajudem na formação dos jovens. Um dos objetivos é realizar um amplo debate coletivo dos desafios da juventude, dentre eles a questão do trabalho, renda, cultura e organização, e assim construir ações conjuntas para fortalecer as relações com os jovens do campo e da cidade. (mais…)

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Solução e descaso lado a lado em São Gonçalo

Trabalhadoras de Gramacho. Foto: Vladimir Platonow/ABr

Beatriz Noronha – do Incid

Se por um lado o fechamento do Lixão de Itaoca, em São Gonçalo, representa importante ação para preservação ambiental da região, evitando contaminação de águas e destruição de ecossistemas, de outro os ex-catadores que viviam da renda deste trabalho aguardam políticas públicas e indenização, expostos a precárias condições de moradia e saúde.

No dia 23 do mês passado, cerca de 400 trabalhadores se uniram em manifestação na frente do prédio da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) em busca de melhores condições de vida. Os ex-catadores pedem por maior comprometimento do Poder Público. Segundo o líder do movimento, Adeir Balbino da Silva, “nada foi feito até agora e os ex-catadores continuam vivendo no lixão sem uma assistência digna”.

Desde o final de fevereiro, cerca de 700 catadores do Lixão de Itaoca perderam sua fonte de renda, com o fechamento do local e a transferência do despejo das cerca de 900 toneladas diárias de lixo para um Centro de Tratamento de Resíduos (CTR), no Anaia. A Haztec, empresa responsável pela administração do aterro e do CTR, só reconhece a existência de 248 catadores cadastrados, que irão receber bolsa-auxílio de R$ 200 por um período de quatro meses. (mais…)

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O custo social da especulação alimentar

Glenn Ashton – do site The South African Civil Society Information Service*

Os preços dos alimentos estão rapidamente indo em direção a um novo recorde, e há muito mais em jogo do que uma simples seca no Centro-Oeste dos EUA. Há implicações sérias, especialmente para nações com altas taxas de desigualdade e pobreza. É quase certo que iremos enfrentar uma fome em escala global potencialmente catastrófica nas próximas décadas.

A principal razão pela qual já existem mais de sete bilhões de pessoas na Terra é em grande parte devido ao surgimento de duas tecnologias distintas. Em primeiro lugar, os combustíveis fósseis baratos nos permitiram cultivar alimentos em escalas industriais. Atualmente precisamos de cerca de dez calorias de energia de combustíveis fósseis para produzir uma caloria de comida. Há um século, cada caloria de energia gasta produzia duas calorias de alimentos. Em segundo lugar, os avanços na área da saúde, principalmente antibióticos e vacinas, têm aumentado a duração da vida humana.

É um desafio crescente alimentar essa população que aumenta exponencialmente. Nós produzimos o bastante para todos na Terra terem o suficiente de comida, mas, apesar desta abundância, uma proporção significativa de pessoas não tem dinheiro para se alimentar de maneira adequada. Por quê?

Há três razões principais para isso. Em primeiro lugar, a distribuição desigual da riqueza. Em segundo lugar, o consumo de carne tem crescido à medida que a riqueza aumenta. A área de pastagem para a produção de carne, principalmente bovina, utiliza mais de um quarto da superfície livre de gelo da Terra. Além disso, mais de um terço de todas as terras é usado para cultivar colheitas para a alimentação do gado. Esta é produzida por meio de práticas agrícolas industriais com utilização intensiva de energia. (mais…)

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Encontro dos Povos do Cerrado: “Especialistas apontam uso sustentável da terra por comunidades tradicionais como solução para preservação”

Carolina Gonçalves, Repórter da Agência Brasil

Brasília – O uso sustentável da terra por comunidades tradicionais tem sido apontado tanto pelo governo como por especialistas como solução de preservação para áreas de risco ambiental. No caso do Cerrado, a bandeira é defendida inclusive pelas universidades e por pesquisadores americanos que acompanham a trajetória do bioma que ocupa mais de 2 milhões de quilômetros quadrados do território nacional.

Apesar de liderar a concentração de biodiversidade do planeta e ser apontado como “berço das águas” por abrigar nascentes das principais bacias hidrográficas do país, o bioma Cerrado é o menos contemplado pelas políticas públicas, é o que tem menos regras com relação à ocupação e é um dos mais ameaçados no país, principalmente, pelo agronegócio e por investimentos em infraestrutura.

Pedro Ramos, que se intitula caboclo e extrativista vegetal na Amazônia, denuncia que a expulsão de comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas tem ocorrido em todos os biomas. “Temos um modelo de desenvolvimento perverso contra a gente. Estamos assistindo povos tradicionais serem expulsos dos seus pedaços de terra em nome de desenvolvimento de produção agrícola e de energia limpa”, disse, ao relatar o caso dos índios em Roraima. (mais…)

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Pesquisa mostra importância de projetos sociais em favelas do Rio

Akemi Nitahara, Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – As ações sociais em favelas do Rio são, muitas vezes, a única oportunidade que os jovens das comunidades têm para escapar da violência e da pobreza e não se envolver com o narcotráfico. É o que aponta uma pesquisa inédita, coordenada pela London School of Economics and Political Science (LSE).

O trabalho, uma parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), pesquisou a atuação do AfroReggae e da Central Única de Favelas (Cufa) nas comunidades do Cantagalo, Madureira, Vigário Geral e da Cidade de Deus.

O resultado da análise de 130 projetos de desenvolvimento social foi apresentado ontem (13) no seminário Sociabilidades Subterrâneas – Identidade, Cultura e Resistência em Comunidades Marginalizadas, realizada na Favela do Cantagalo, em Copacabana.

A coordenadora da pesquisa, Sandra Jovchelovitch, disse que os exemplos vistos no Rio podem ser seguidos por comunidades marginalizadas em todo o mundo. (mais…)

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Adolescente indígena é assassinado a golpes de facão na Bororó

Dourados News

O adolescente indígena Josimar de Souza Fernandes, 13 anos, Morador  na casa 171 da aldeia Bororó, na reserva indígena de Dourados, foi encontrado morto no início da madrugada desta sexta-feira, com vários golpes de facão e faca que atingiram a cabeça, o peito e principalmente o rosto que ficou bastante desfigurado.

Segundo informações da família, o adolescente saiu de casa de bicicleta com cerca de R$ 120, em dinheiro, por volta das 18 horas de ontem, para ir até a casa de uma tia e não mais foi visto.

O crime aconteceu em uma estrada que dá acesso ao Travessão do Ataleu, nas proximidades da casa de número 491, onde foi encontrado um facão para o corte de cana com manchas de sangue, que pode ter sido usado para o assassinato.

A pericia da Polícia Civil de Dourados esteve no local fazendo os primeiros levantamentos a respeito do fato e o corpo da vitima foi encaminhado Para o Instituto Médico Legal (IML) de Dourados, onde deverá ser submetido a exame de necropsia, para posteriormente ser liberado para sepultamento.

A Polícia Civil está investigando o caso e trabalha com a hipótese de crime de latrocínio, uma vez que a bicicleta do adolescente e o dinheiro que ele levava não foram encontrados.

http://www.fatimanews.com.br/noticias/adolescente-indigena-e-assassinado-a-golpes-de-facao-na-bororo_138353/

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Incêndio atinge terra indígena em MT e destrói 5 mil hectares de vegetação

O fogo teve início no dia 3 com a queima de roça próximo a outra aldeia (Foto: Sandro Vieira)

Brigadistas do Prevfogo foram acionados para combater as chamas. Terra indígena fica próxima ao Parque Nacional do Xingu

Kelly Martins – Do G1 MT

Um incêndio florestal no município de Querência, a 912 km de Cuiabá, já consumiu cerca de 5 mil hectares de vegetação nativa da Terra Indígena Wawi, próxima ao Parque Nacional do Xingu. As chamas se alastraram pela região com risco de atingir outras aldeias vizinhas. (mais…)

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Como vencer a fome sem agricultura devastadora

Jovens agricultores em plantação de arroz

Estudos mostram que é possível aumentar a produção de alimentos com uso racional da água, diminuição de fertilizantes, mudanças alimentares e comércio justo

Por Ricardo Coelho, na Esquerda.net

A chamada Revolução Verde trouxe impressionantes aumentos na produtividade agrícola, com o aumento da mecanização, da área de monocultura e do uso de pesticidas e outros agroquímicos que implicou. Hoje, porém, enfrentamos uma pesada fatura ambiental, com o esgotamento dos solos e sua erosão, poluição dos rios e aquíferos, emissões de gases poluentes e elevado uso de petróleo na agricultura. Para mais a promessa da Revolução Verde, a de acabar com a fome no mundo, não se concretizou e o número de pessoas neste estado continua a oscilar em torno dos 900 milhões desde os anos 1970.1

O que este exemplo mostra é como a fome é determinada mais por fatores econômicos que pela produção de alimentos. Hoje produzem-se suficientes calorias no mundo para alimentar toda a gente, mas um sétimo da população mundial não tem dinheiro suficiente para comprar comida. Para esta injustiça contribui tanto a especulação financeira como a especialização da produção agrícola nos países menos desenvolvidos em culturas destinadas à exportação e a apropriação do mercado internacional agrícola por um punhado de multinacionais. (mais…)

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