Região Norte: Obras espalham caos e incertezas

Joelmir Tavares

Altamira e Porto Velho. Problemas de todo tipo aparecem em cidades onde são construídas usinas hidrelétricas. Além de mudanças provocadas pelos empreendimentos, como remoções de famílias, a chegada de milhares de trabalhadores e o aumento populacional repentino causam uma desordem social que desencadeia sérias consequências. A vida dos moradores vira de ponta-cabeça.

Com o sistema de saúde à beira do colapso, os preços inflacionados, um trânsito que lembra o da Índia, as escolas superlotadas e a criminalidade crescente, Altamira, no Pará, é um retrato do que a falta de planejamento causa. A cidade – onde, desde o ano passado, a população saltou de 100 mil para 140 mil habitantes – é a que mais sofre impactos da obra da usina de Belo Monte, um dos maiores feitos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Os ônus para o município são semelhantes, por exemplos, aos deixados para Tucuruí, também no Pará, onde foi construída a maior usina do país, entre 1974 e 1985. Passada a obra e a fartura de empregos, a promessa de desenvolvimento econômico nunca se cumpre.

“Muita gente não vai conseguir sobreviver depois dessa usina. Vai acabar virando marginal, pedidor de esmola”, disse a comerciante Maria das Graças de Oliveira Silva, 56. Dona de uma peixaria junto com o marido, ela teme que o produto principal de seu negócio suma do rio, depois do represamento da água do Xingu.

O terreno onde fica o comércio e a casa de Maria das Graças será desapropriado. “Para mim, é monstruoso esse projeto. Se eu pudesse escolher, preferia ficar aqui no meu lugarzinho, levando minha vida normalmente”.

Cerca de 6.000 famílias deverão ser removidas. O cadastro delas não foi concluído. Muitas resistem à mudança. Outras têm a esperança de serem levadas para casas melhores.

À espera de indenização, moradores enfrentam a agonia de não saber como será o futuro. O maior medo é o de serem injustiçados. “Já mediram minha casa três vezes, mas não recebi nenhuma proposta”, contou a pensionista Maria Alexandrina Lima, 60, que vive em Brasília, bairro onde a maioria das casas são palafitas e a poeira sobe nas ruas enquanto as crianças brincam.

“Até agora, o que a usina trouxe foi só ladrão para entrar na casa da gente e carregar as coisas”, reclamou Maria Alexandrina, que teve a casa invadida duas vezes nos últimos meses. Ela morava em Tucuruí na época em que a usina foi construída. “Muita gente lá que teve de sair de casa até hoje não recebeu nada”.

Parte dos R$ 3,2 bilhões previstos para as ações de minimização dos impactos sociais e ambientais da usina será dedicada a assentamentos. O empreendimento tem que cumprir 40 compensações em 11 municípios. Mas a queixa corrente é que os construtores não empregam no cumprimento das condicionantes o mesmo empenho demonstrado para erguer a hidrelétrica.

http://www.otempo.com.br/hotsites/foradalei/noticias/?IdNoticia=204482,OTE

Comments (1)

  1. Enquanto houver a lei de imunidade e o foru privilegiado para acobertar os políticos corruptos e os juízes que vendem sentenças, só os pobres sem poder aquisitivo serão punidos!

    Sem distinção de cor, raça, credo, ou partido; a história vem nos mostrando que todo ser que se diz humano busca vantagens pessoais!

    Diante das atuais circunstancias, acabamos sendo obrigados a eleger o político que vai atar nossas mãos, e nos escravizar para manter suas mordomias e vantagens pessoais!

    Enquanto toda a população não souber como funciona uma eleição, o voto deve ser facultativo!

    A população não pode ser obrigada a votar, pois da maneira que esta, não é eleição, e sim enganação, pois é o mesmo que o cidadão ser obrigado a jogar determinado jogo, sem conhecer suas regras.

    Depois das alianças entre os partidos, os eleitores podem votar em A, ou em B, que seu voto pode servir para eleger o C; Ou seja, o voto pertence ao partido, e serve para fortalecer os presidentes de partido, para eleger um candidato do mesmo partido e até da coligação!

    O governo, digo desgoverno deveria dar estas instruções, mas já agem desta maneira de caso pensado, a intenção das raposas velhas é se manterem mamando eternamente nas tetas suculentas da Nação!

    Então o abaixo assinado pelo fim da imunidade é a solução, seja político quem quiser, mas se roubar, desviar ou superfaturar, devera ser julgado por um júri popular; e não por seus iguais; e se condenado, deve ser punido e devolver o valor que surrupiado!

    Quem é eleito pelo povo, deve ser julgado por quem o elegeu, em um júri popular.

    Chega de aturar corruptos nos enganando, escravizando, roubando e rindo da nossa cara.

    http://www.peticaopublica.com.br/?pi=Janciron
    Se estiver de acordo, assine e ajude a divulgar!

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