Haroldo Oliveira*
É insutentável o discurso de que no Brasil não existe racismo, ou que ele é social. A postura desta sociedade corrupta, irracional e violenta tende ao cinismo ao assim se pronunciar contra cotas, ou qualquer iniciativa que venha a tentar corrigir erros históricos, que estão causando danos irreparáveis à maior parte da população brasileira, sendo negra e sistematicamente empurrada para a pobreza.
A estudante angolana Zulmira Borges de Souza foi covarde e barbaramente assassinada indiscutivelmente por crime de origem racial e inveja.
O discurso dos opressores se esvazia, enquanto as suas atitudes desesperadamente persistem com o claro intuito de dar seguimento à opressão da população negra, seja ela brasileira ou não, e sua arrogância e covardia, após a aprovação das cotas e alguns pequenos avanços que podemos denotar, só tende a aumentar, demonstrando seu desespero diante da possibilidade de ter que compartilhar com aqueles que, em suas óticas distorcidas, sempre foram classificados como inferiores, e portanto tendo em sua pobreza a máxima justificativa desta hierarquização falaciosa e a justificativa para a sua desumanização, violência e a degradação social a que estão sujeitos.
Esta situação e os crimes hediondos, como o de Zulmira, nos enchem de revolta e indignação em relação a este Brasil “democraticamente racial” e hipócrita. Mas não vamos recuar de nossos sonhos e propósitos; vamos erguer a cabeça e lutar com a dignidade que deve orientar nossa luta, com união e a certeza de que estamos buscando o nosso lugar na praça da vitória, onde também temos o nosso lugar.
Sinceros sentimentos à família de Zulmira, e a luta continua.
Luto e Saudações.
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*Texto postado pelo autor em http://www.facebook.com/groups/283253215035364/.
Muito obrigada, Helena. Já está postada.
Moro em Minas Gerais e acompanho o site de vocês. Hoje saiu uma notícia em um jornal daqui que pode ser interessante para o Racismo Ambiental. Vejam: http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=204257,OTE