Deficiências na educação e na prestação de cuidados de saúde detetadas pelo procurador da República de Tocantins, numa visita às aldeias de Cachoeirinha e Barreira Branca
Por Francisco Pedro
A escola foi encerrada, transformada em depósito e serve agora de residência a uma família, na aldeia Cachoeirinha, no estado brasileiro de Tocantins. Não muito longe, na povoação de Barreira Branca, o posto de saúde está desativado há cerca de três anos e a casa, em madeira, encontra-se em avançado estado de deterioração. Este foi o cenário encontrado pelo procurador da República, Álvaro Manzano, durante uma visita às duas comunidades, a convite das lideranças indígenas.
Na sequência desta deslocação, foi anunciada a elaboração de um relatório antropológico que aborde a atual condição do sistema de educação e saúde nas aldeias para que sejam tomadas medidas para regularização dos serviços, revelou o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), um organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
As aldeias Cachoeirinha e Barreira Branca são formadas por índios javaés, que habitam a leste da Ilha do Bananal, nas margens do rio Javaés. Em conjunto com os karajás, que ocupam a zona oeste, nas margens do rio Araguaia, formam o povo Inã. Segundo o mito de criação, os índios karajás e javaés consideram-se o povo do meio, pois vieram do rio e vão para céu. As duas etnias têm hábitos parecidos, e muitos elementos culturais em comum, como a íntima relação com os rios da região.
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