A decisão do Tribunal Regional Federal da primeira região, de suspender liminarmente licenciamentos concedidos pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Maranhão para o Grupo Suzano Papel e Celulose destruir de 42 mil hectares de reservas nativas de 12 municípios maranhense da região do Baixo Parnaiba foi recebido com festas por várias entidades da sociedade civil organizada, dentre as quais a Igreja Católica e a Fetaema, e muito mais por trabalhadores e trabalhadoras rurais, principalmente as vítimas da opressão violenta.
O Grupo Suzano Papel Celulose com a conivência e até proteção de instituições públicas estaduais sempre impôs regras a proprietários e posseiros, e pesam sobre ele acusações de que teria incorporado ao seu patrimônio terras devolutas e outras áreas griladas em cartórios dos municípios da região. Ele nunca fez qualquer investimento que viesse a melhorar a vida dos pequenos agricultores, muito pelo contrário destruiu plantio nativos de babaçu, bacuri e piqui para plantar o famigerado eucalipto. Conseguiu ao longo dos quase 30 anos em que começou a sua peregrinação perversa por São Benedito do Rio Preto e Urbano Santos, expulsar milhares de famílias das suas posses, empurrando-as para grande centros para a formação de grandes bolsões de miséria, proporcionando a muitos jovens ingressarem nos vícios das drogas e da prostituição. Todo o relato que aqui faço mereceu denúncias de várias entidades e da Igreja Católica para os governantes do Estado, inclusive com muitas ações do Ministério Público Estadual, mas elas não prosperaram, diante da força do grupo pedrador nas entranhas do poder.
O pedido de suspensão do licenciamento concedido pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente feito pelo Ministério Público Federal e acatado pelo Tribunal Regional Federal foi sustentado em que licenças para a área que compreende a Bacia do Rio Parnaiba, que divide o Maranhão e o Piaui é de responsabilidade do Ibama, por se tratar de área de propriedade da União. Muito oportuno deveria ser a imediata investigação sobre a incorporação de terras devolutas ao patrimônio do Grupo Suzano Papel Celulose, que deveriam ser utilizadas para a reforma agrária estadual e naturalmente para a produção de alimentos, mas atualmente ocupadas pelo eucalipto. Para que se tenha uma dimensão do protecionismo que é dado ao Grupo Suzano Papel Celulose, o Iterma tem todo o levantamento e informações das áreas devolutas, se ainda não tomou qualquer atitude, é decorrente do favorecimento que é dado ao grupo pedrador. Dentro de poucos dias voltarei ao assunto com mais importantes informações sobre o assunto.
Por: Aldir Dantas
http://blog.oquartopoder.com/aldirdantas/
http://www.forumcarajas.org.br/