O jornal O Estado de S. Paulo revelou no último domingo que por R$ 120 milhões os índios da etnia Mundurucu venderam a uma empresa estrangeira direitos sobre uma área na floresta amazônica. O negócio garantiria à empresa “benefícios” sobre a biodiversidade, além de acesso irrestrito ao território indígena. Pelo menos 35 contratos foram fechados nos mesmos termos.
“Todo esse crédito de carbono negociado até agora não tem validade. É moeda podre”, ressaltou o presidente da Funai. Os contratos assinados com os indígenas foram remetidos à Advocacia Geral da União (AGU), que vai investigar a validade dos documentos. Responsável por defender a União, a AGU estuda medidas judiciais contra as empresas estrangeiras que compram os direitos sobre a biodiversidade de tribos indígenas.
Com relação às comunidades indígenas, a Funai informou que está orientando as lideranças sobre os mecanismos de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD) e especificamente sobre possíveis projetos e contratos. A fundação defende ainda criação de um Comitê Nacional de Redd, para monitorar a implantação das iniciativas e regular a execução dos recursos financeiros, e de um Fundo, para garantir o acesso e a repartição dos benefícios.
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